A fúria despertada pela morte de Xiaoling incitou os ânimos de todos, de modo que jogaram-se na face do inimigo sem qualquer ideia do que esperavam. Marcharam decididos e resolutos para uma armadilha terrível; um terrível engano, talvez. Cega de ira e enganada por um presente misterioso, Saori caiu aos pés da Casa de Áries atravessada por uma Flecha de Ouro.
Seu corpo esparramado no chão com seu vestido branco e seus membros enfaixados. Alice ajoelhada segurando sua mão, enquanto seus olhos retorciam-se de qualquer que fosse a dor que lhe feria o espírito. O maravilhoso Báculo de Ouro, que não era outra senão a manifestação de Niké, permanecia ereto sem apoio algum ao seu lado.
Assim a deixaram, com o peito pesado; quatro jovens que dependiam uns dos outros para poderem seguir adiante e cumprir uma missão enorme: salvar Atena.
Seiya, Shun, Hyoga e Shiryu desataram a correr por escadarias largas monte acima. Colunatas se erguiam dos dois lados das escadas enquanto subiam até um Templo que se assomava adiante.
Shiryu podia sentir a frustração de seus amigos e, em particular, de Seiya, que pisava duríssimo nas escadas recortadas na pedra. O que poderia ter sido um reencontro feliz, imediatamente havia se afundado na desgraça; primeiro com o falecimento da pequena Xiaoling e agora com a queda de Saori.
— O primeiro templo é a Casa de Áries. — anunciou Shiryu para seus amigos. — Temos uma poderosa aliada ao nosso lado.
As escadarias eram mais longas do que imaginavam e, embora o Templo estivesse à vista, perceberam que as curvas que faziam no monte eram mais distantes do que pensaram antes. Saltaram adiante para ganhar tempo e em breve chegaram todos à um platô em que as escadarias se acabavam; adiante, um templo enorme se levantava.
Diferente das ruínas do Santuário e até mesmo das escadarias que subiam, aquele Templo era absolutamente imaculado; uma construção antiga, ainda com todas as suas colunas preservadas, uma fachada aberta e um bonito domo de cristal no alto.
Seus passos irromperam pelo interior da Casa ecoando no mármore brilhante desenhado em mosaicos no chão. Colunas seguravam um teto altíssimo onde, em seu centro, reinava um domo maravilhoso de puro cristal. E a luz do sol que vigorava no exterior iluminava aquela área central do templo de maneira belíssima. Havia também cantos escondidos na escuridão, pois o templo era enorme.
Ao chegarem debaixo do domo de cristal, no entanto, não encontraram absolutamente ninguém. Estava vazio.
— Não há ninguém aqui, Shiryu. — comentou Seiya e, de verdade, até mesmo Shiryu parecia perdida.
— Mestre Mu! — gritou Shiryu, ecoando sua voz pelo templo.
Shun olhou para Seiya confuso, pois eles conheciam Mu de Jamiel.
Enquanto procuravam na escuridão do templo a presença de qualquer pessoa, Seiya tornou-se impaciente.
— Não podemos perder tempo aqui, vamos seguir adiante. — falou Seiya.
Mas nesse instante, no centro do Templo, onde a luz do sol iluminava com força atravessando o domo de cristal, uma manifestação de ouro surgiu, distorcendo a matéria ao redor. E, quando piscaram, surgiu ajoelhada uma figura imponente de ouro refletindo a luz do sol.
A armadura brilhante, com detalhes curvilíneos em tons de um ouro mais claro por toda a proteção dourada. Uma capa branca nas costas espalhadas pelo chão, mas o detalhe mais distinto daquela Armadura eram dois chifres dourados de carneiro que ornamentavam ao redor de seu pescoço.
A Mestre Mu usava seu elmo de ouro, adornado de um penacho rígido no topo, mas cascateando seu longo e grosso cabelo preso ao final do comprimento. Shiryu chamou por seu nome, adivinhando que ela havia retornado, mas, com assombro, Seiya viu que dos seus dois lados estavam dois corpos: Saori e Alice.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de Seiya
FanfictionReimaginação da história de Seiya de Pégaso, escrito e narrado com alterações na história. Arte da Capa: Tiago Fernandes (@tfernandes)