O Bosque

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  Eu estava andando por uma trilha que passava em meio a uma floresta de arvores secas e mortas e as poucas que tinham folhas cobriam toda a visão do céu, a trilha pela qual eu passava estava cheia de folhas secas e uma baixa neblina tampava a minha visão de meus próprios pés, poucos raios de sol passavam pelas copas das arvores, deixando a floresta ainda mais sombria.

Apesar da floresta ter uma aparência morta e sombria eu não estava com medo, parecia que eu a conhecia, parecia que eu sabia onde pisar e por onde andar.

Quando cheguei ao final da trilha havia uma cabana toda pintada de branco e com uma aparência de velha, na sua varanda tinha duas cadeiras em volta de uma mesinha redonda com uma toalhinha de crochê colorida, do outro lado havia um tipo de banco de balanço com correntes que o prendiam ao teto da pequena varanda, quando pisei além da trilha para dentro do território da casa o medo e o desespero tomaram conta do meu ser mas mesmo assim caminhei com passos firmes, porem receosos até a porta da cabana e dei exatas 3 batidas e alguns segundos depois alguém abriu a porta, e lá estava ele, meu amado exatamente igual a 60 anos atrás.

- Pode entrar Doutora – ele disse a mim

Doutora? Espere ai! Quando eu olhei para mim mesma eu vi que não era eu e sim outra pessoa e pude me ver saindo do corpo da tal medica que vestia um jaleco branco e tinha uma maleta em mãos. Eles entraram na cabana.

Quando olhei pela janela pude ver um garotinho deitado em uma cama de hospital e uma mulher a seu lado. Meu amado entrou no quarto e deu um beijo na mulher, que estava aos pés da cama do garoto.

- Como ele está Doutora? – perguntou a mulher desconhecida por mim.

- Seu quadro está estável – a médica disse e foi nesse momento em que reparei na bolsa de soro e todos os equipamentos de um quarto de hospital – mas vocês sabem que é muito provável que ele nunca saia do coma.

- Sim, nós sabemos – disse meu amado – mas ele é nosso único filho.

"Para tudo" eu pensei. Nosso filho? Filho dele e de quem? Da mulher que ele beijou?

De repente parecia que algo estava me puxando, então me vi em uma cama de hospital em coma.

Repentinamente um aparelho com uma linha verde com um tipo de gráfico começou a apitar, pude ver meu amado e minha mãe conversando com uma médica, o aparelho então começou a apitar várias vezes depois ficou em uma linha reta, a medica correu até mim. Depois disso não consigo me lembrar de mais nada, além da escuridão e em seguida uma luz muito forte em meus olhos. Com dificuldade pude ver a médica com uma expressão de surpresa me olhando, sendo acompanhada pela minha mãe e meu amado.

- Quanto tempo eu dormi? – perguntei com dificuldade por falta de pratica.

- 6 Meses querida. – minha mãe respondeu.

Fim

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Olá... Esse pequeno conto está escrito desde 2014, mas nunca se quer tinha pensado em posta-lo, não é uma historia complexa... mas me orgulho muito dela e acho que vale a pena postar, quem sabe vocês não possam gostar tanto quanto eu. 

Obrigada <3

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