✨Ela é minha✨

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Eu estava em uma rua, um poste de luz piscava e era noite, uma menininha de cabelos pretos passou correndo, escutei alguns gritos e percebi que ela ia em direção ao som desconhecido, tentei chamá-la mas ela não me ouvia, não respondia, era como se… na verdade, ela não podia me ver. Segui atrás dela, quando ela parou, eu parei, e vi a mesma cena. Meu coração acelerou e me senti enjoado, percebi que essas sensações não eram minhas, mas da menina que via um vampiro sobre uma mulher loira e esguia sobre o chão. A menina gritou pelo homem o chamando de pai e cambaleou para trás, ela levou as mãos a própria boca, como se houvesse sangue nela também. O homem hipnotizou a loira e ela dormiu. Veio em direção a criança que chorava, ele literalmente a arrastou dali, pegou um alfinete de… ferro e um esqueiro, a menina não parava de chorar, esquentou o ferro e rasgou a blusa dela, e pouco abaixo da clavícula, ao lado esquerdo riscou em sua pele, enquanto ela gritava e chorava tentei chegar até eles, mas não conseguia mais me mover. Depois, ele se levantou e deixou a menina ali, foi embora abandonando a criança, e quando a garotinha finalmente teve forças para se levantar, ela se virou e pude ver sua expressão de ódio, pude ver o que ele marcou nela, para sempre, "X". Então ela disse:

– Nunca mais vou ser fraca.

Ela enxugou as lágrimas e ignorou a ardência e dor na pele, eu estava vendo e sentindo tudo. Então eu percebi, dei-me conta de que, aquela menina, aquela garotinha, era Ally.

         Ally Smith

São pouco mais de 07:00 da manhã, e estou tentando acordar Carter, o pulso dele está acelerado e seu peito sobe e desce rápido demais para quem está simplesmente dormindo. De repente ele abre os olhos, a respiração irregular e todo o corpo rígido.

– Carter. Está tudo bem Carter?

Ele parece se espantar com minha voz, mas vai se acalmando aos poucos.

– Desculpe Ally. Por não tê-la defendido dele Ally! Eu não consegui.

– Dele quem? Carter, estou bem, veja.

– Do seu pai, e de Cloudh.

– Carter…

– Eu vi, seu pai fez isso não foi?!

Ele apontou para minha cicatriz e me senti exposta. Ele continuou se desculpando, o abracei e ele me cercou com seus braços cuidadosamente, como se eu fosse quebrar ao seu toque.

– Carter, você tem sido muito gentil, obrigada.

– Não posso evitar, não com você.

Saí do abraço e da cama também, estávamos confundindo as coisas me despedi mesmo ele tendo pedido para que eu ficasse, fui para meu quarto e tomei um banho demorado. Dentro do banheiro vesti uma blusa branca e um short preto. Desci para comer, Carter não estava na mesa, contive o impulso de voltar ao quarto dele para confirmar se ele estava bem.

– Dormiu bem querida?

– Sim, Lexia. Obrigada por perguntar.

Ela sorriu. Cloudh também não estava na mesa.

– Onde está Cloudh?

– Ele não dormiu em casa, acho.

Escutamos o som de uma buzina vindo de fora da casa, levantei e fui em direção a porta, empregados poderiam fazer isso, mas foi puramente um reflexo. Cloudh estava em uma moto, sem capacete.

– Você vem ou não?

Ele perguntou, não sabia se era uma boa ideia, incluindo o fato de não ter comido, mas isso poderia ser resolvido comprando algo durante o que acabei de definir como "passeio", e também tinha a questão de que ele é "explosivo" e "perigoso", mas por mim tudo bem, eu também sou. Dei tchau para Lexia que acenou como se fosse a rainha da Inglaterra, e logo subi na moto.

– É melhor segurar firme.

Acochei meus braços ao redor dele, então ele acelerou e nos levou a uma… praia. Chegando lá, bebi água de côco e comi um pastel, não muito bom na verdade. Não havia muitas pessoas na praia.

– Vocês saem assim, mesmo em plena manhã ensolarada e não se queimam, é um feitiço não é?!

Adivinhei, lembro que minha mãe mencionou algo do tipo, eu não preciso pois sou híbrida, o sol pode me queimar, mas só como conseguiria queimar a qualquer outro ser humano.

– Sim, é um feitiço.
– A água parece estar nos convidando.
– Não posso ir, quebra o feitiço, mas fique a vontade.
– Tem certeza?
– Vai lá.

       Cloudh Gaspar

Ela se levantou tão alegre e feliz. Correu e se jogou nas águas indecisas, que iam e vinham, ela tentou boiar na água, mas alguma criança atrapalhava ou ela mesma não conseguia, ri disso. Depois de muitos mergulhos ela caminhou até mim, com as mãos nos cabelos, espremendo e tentando tirar o máximo de água deles.

– Você está perdendo muita coisa.

Me disse, fazendo inveja. Queria conversar com ela, pedir perdão, mas não conseguia, não fui feito para dizer "sinto muito", "o erro foi meu", "desculpe", e mais nada que tivesse a ver com isso. Ela comeu um sorvete, se lambuzando por inteira, mas não me deixou ajudá-la, simplesmente caminhou novamente as águas e se limpou lá mesmo. Passamos tanto tempo que perdi a noção da hora, quando olhei já eram quase 09:00 horas.

– Vamos para casa?

Perguntei, queria que ela dissesse não e que estava adorando todo esse tempo comigo, como queria ficar mais e ter mais momentos assim com simplesmente eu do lado dela, com ela. Mas não foi isso que ela disse:

– Vamos.

Ela se agarrou em mim novamente, sua blusa estava toda encharcada, e sua respiração tranquila. Chegamos, Carter estava parado no lado de fora, escorado na porta. O que é um verdadeiro milagre, ele quase nunca sai de dentro de casa. Descemos e fomos em direção a porta. Ally parou a um passo de distância, fiz o mesmo. Carter olhava somente para ela, caramba!

        Ally Carter

Eu não havia notado que minha blusa estava transparente e colada ao meu corpo, não até Carter me vistoriar por completa como costuma fazer. Tentei não me encolher sobre aquele olhar predatório e livre. Mal reagi quando Cloudh foi nele como o vento e o derrubou com um soco.

– Cloudh!

Gritei em reprovação. Mas ele não deu a mínima para mim.

– ELA É MINHA CARAMBA!!!

Pode isso Brasil? Tô passada genteeeeeee, sou eu mesma que estou escrevendo? Estrelinha?

DhampirOnde histórias criam vida. Descubra agora