A VIAGEM VIII

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Sarah POV:

Está tudo muito confuso na minha cabeça, eu não sei mais, sempre fui hétero, e agora transei com uma mulher, como isso é possível? Eu não sei o que sinto por ela, tenho medo de me aprofundar e eu ser somente um experimento para ela, até porquê quem é que não gostaria de ficar com o chefe?

Sinto que Juliette não seja assim, mas meu histórico com relacionamentos nunca foi bom, sempre quiseram algo material de mim, era como se eu não fosse o suficiente e sim o meu dinheiro.

Não conseguia parar de pensar no que aconteceu e em como eu surtei, vou confessar, eu surtei mais pelo fato do que pelos nossos pais, tudo bem que era errado dormir com a filha do meu padrasto, mas se ninguém soubesse, que problema teria?

Eu nunca havia me sentido assim, ela foi tão cautelosa, carinhosa, senti que ela realmente me desejava. Sentia um frio na barriga cada vez que ela me tocava, uma corrente elétrica passava por mim, cada vez que ela me olhava. Eu antes a odiava, como que agora eu estava a desejando?

Eu concordo que falei besteira, mas ia falar o que? Percebi que havia feito merda no momento em que ela não quis comer, me cortou o coração quando vi seus olhos inchados de manhã, denunciando que havia chorado, eu não queria a ter magoado, a cada instante eu pensava que só queria ver aquele sorriso novamente, tentei esbarrar com ela o dia todo, mas ela fugiu de mim, do mesmo jeito que eu fugi dela, não uma, nem duas, mas sim três vezes.

Minha cabeça estava explodindo, eu não sabia o que fazer, e nem em como me sentir, minha mãe e José foram jogar buraco lá no quarto de jogos, me deixando sozinha na sala, decidi então entrar um pouco na piscina, já era noite e não tinha ninguém, então não teria problema se a maquiagem saísse por conta da água.

Coloquei meu biquíni, desci na adega para pegar um vinho e fui até a área externa. A água estava deliciosa, hoje fez um calor enorme, logo após a tempestade abriu um sol maravilhoso, o que deixou a água morna.

Escutei um barulho e ao me virar me deparei com Juliette, ela estava com um biquíni branco, e uma saída de banho toda colorida, um coque no cabelo e estava com seus óculos de grau, estava linda, percebi que ao me ver ficou sem reação.

- Se quiser eu posso sair.

- Ah, não precisa Sarah. – Me respondeu.

- Juliette me desculpa.

- Fique tranquila ok?

- Não tem como, eu não deveria ter falado o que falei, foi sem pensar, não acho que foi um erro, eu realmente quis.

- Sarah eu juro que eu não te entendo, você de longe nunca me suportou, sempre teve uma postura fria diante de mim. – Falou se sentando em uma das cadeiras.

- Não é bem assim....

- Eu sei que você tem uma postura diferente na empresa e eu entendo isso, mas eu quero a Sarah que conheci aqui, não a que manda e desmanda, a que acha que o mundo tem de obedece-la, eu quero a Sarah carinhosa, que ri de tudo, cautelosa.

- Juliette você não me conhece, eu não sou boa para você.

- Eu te conheço mais do que imagina, sei que de manhã gosta do seu café não muito quente e com chantilly, quando está em um dia nada bom, prefere um café duplo preto e muito forte, praticamente sem açúcar, creio que sua cor favorita seja azul marinho, sua sala tem detalhes nessa cor, fora que a maioria de suas roupas seguem esse tom. Você é perfeccionista, morde a ponta da caneta quando algo está saindo do seu controle, e relaxa os ombros em qualquer reunião que esteja tomando o rumo que você planejou. Posso não saber do seu passado, mas enxergo você nos detalhes.

Eu ouvia aquilo e ficava tentando digerir tudo, a Juliette me observara, e eu nunca me dei ao esforço de fazer o mesmo, sempre pensei somente em mim.

- Eu nem sei o que dizer. Eu estou confusa, não esperava que acontecesse o que aconteceu. – Confessei a ela.

- Eu te darei o seu espaço, mas só para você saber, eu também não esperava, mas não vou mentir, há tempos queria. - Fiquei paralisada ao ouvir aquilo.

Me levantei calmamente e fui em sua direção que me olhou com aqueles olhos castanhos repletos de verdade.

- Vem! - Peguei a sua mão para que ficasse de pé, desamarrei o nó de sua saída de banho, tudo isso olhando em seus olhos.

- O que você está fazendo Sarah? – Pude notar que seu corpo começava a se arrepiar cada vez que a minha pele encostava na sua.

- Vamos tomar banho de piscina. – Respondi com os olhos vidrados em sua boca. Um sorriso sapeca surgiu no rosto de Juliette.

Eu a desejava, eu a queria novamente, mas não era hora de admitir isso, até porque esse sentimento me assustava.

Depois de um bom tempo na piscina conversando e trocando olhares, já estava esfriando, então decidimos sair. Nós duas subimos para o banho quente, mas nenhuma das duas conseguia dormir, e por ironia do destino, descemos para a sala na mesma hora.

- Sem sono? – Perguntei.

- Sim...

- Quer assistir um filme? – Perguntei.

- Sim, quero sim. – Me respondeu.

- Vou fazer pipoca, você pega os refrigerantes?

- Pego sim.

Depois que preparamos tudo, fomos ambas para o sofá, no início do filme estava tudo indo as mil maravilhas, até que sinto um peso no meu ombro, quando reparei Juliette dormia tranquilamente ao meu lado, seu rosto era sereno, parecia estar em paz, e eu desejei que aquele momento não acabasse.

Será que eu estaria me apaixonando de verdade por alguém? Por uma mulher? E ainda mais filha do meu padrasto? Possível isso não é, mas mesmo assim está acontecendo.


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Boa noite meus amores!!! Amnhã acaba a maratona da viagem!!! 

Espero que estejam curtindo!!!!

Beijinhos e até a próxima!!!

A Filha da Minha Madrasta. SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora