Minha filha

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A chuva caiu, ansiosa para encontrar o chão lá embaixo. Os ventos eram implacáveis, cortando como vidro. Animais e humanos se abrigaram do clima severo. O trovão cresceu; um raio quebrou o céu cheio de nuvens escuras. O sol não estava à vista em nenhum lugar.

Em uma floresta, a quilômetros de distância da civilização, ficava uma pequena cabana. A luz podia ser vista vindo das janelas que tinham gotículas de chuva fluindo por elas. Dentro, uma mulher estava sentada em uma cadeira, balançando para frente e para trás suavemente. Em seus braços, ela segurou sua filha recém-nascida. A mulher olhou para ela com a expressão mais suave, com os olhos brilhando com amor inegável. O bebê arrucou suavemente, feliz. Desamalados pela tempestade, os dois estavam vivendo em seu próprio mundinho.

De repente, a mulher está tensa e mantém seu filho mais perto. "O que você está fazendo aqui?" Sua voz tinha impassividade gelada. Ela levantou o olhar para o homem que estava do outro lado da sala dela.

Seus olhos se encontraram e o homem sorriu. O sorriso parecia amigável e inofensivo, mas a mulher sabia melhor. "Um passarinho me disse que você foi abençoado com uma criança. Eu queria dar meus parabéns. Eu até trouxe um presente para o pacote de alegria." Com o sorriso ainda no lugar, o homem deu um passo mais perto e segurou um bicho de pelúcia. Era um coelho rosa.

A mulher lhe deu um brilho murcho. "Não chegue mais perto. Meu filho não terá nada seu. Você não é bem-vindo aqui. Saia." Ela assobiou.

Ele riu. "Agora, não há necessidade de ser tão hostil. Não desejo mal a você ou à sua filha. Eu só quero discutir o acordo que fizemos."

O medo encheu a mulher: "Não, não". Ela se recusou. "Você não pode tê-la."

"Um acordo é um acordo, Morika." Ele ainda estava sorrindo. "Eu mantive minha parte do acordo. Você não pode recuar agora." Seus olhos começaram a brilhar, a malevolência clara como o dia. "Se você tentar, sabe que ficarei muito descontente."

A mulher não mostrou medo e segurou o olhar. "Você não pode me intimidar, Karlheinz. Você sabe do que eu sou capaz. Você pode ser Rei, mas não tem poder sobre mim." Seus olhos também brilharam, mostrando uma força indiscutível.

Os olhos de Karlheinz se estreitaram, sua fachada suave se foi. "Não importa o quão forte você seja, Morika. O acordo não pode ser quebrado. Você sabe disso. Você não pode parar o inevitável." Sua personalidade começou a aparecer novamente. "Vou deixar você em paz por enquanto. Mas quando ela fizer dezesseis anos, terá que conhecê-los." O sorriso estava de volta como se nunca tivesse saído. "Eu gosto de bate-papos, apesar de seus tópicos bastante desagradáveis. Cuide-se, Morika." Assim que ele se despediu, desapareceu. Um coelho de pelúcia deitou onde ele já esteve.

Morika estava sozinha com seu bebê mais uma vez. Mas o contentamento de antes tinha desaparecido. Em seu lugar havia uma forte sensação de mal-estar e apreensão. Como se estivesse sentindo, a criança começou a se preocupar e soltar um grito.
A mãe começou a balançar novamente e gentilmente a silenciou. "Shhh. Tudo bem. Ficaremos bem." Os gritos pararam, mas o bebê ainda estava infeliz. Morika cantarola suavemente uma canção de ninar doce, fazendo com que a criança lentamente dormisse.

A tempestade continuou a se enfurecer lá fora. Mas Morika não prestou atenção a isso. Ela estava focada em sua filha dormindo.

"Não vou deixar ninguém te machucar. Especialmente, não ele ou seus filhos. Mamãe vai te proteger. Juro pelos Céus acima que vou mantê-lo seguro, meu doce Yui."

Vamos ver quem vai vencer Onde histórias criam vida. Descubra agora