𝐆𝐨 𝐲𝐨𝐮𝐫 𝐨𝐰𝐧 𝐰𝐚𝐲!- Luka Couffaine. <3

𝗾𝘂𝗮𝘁𝗿𝗲- 𝗇𝖺𝗍𝗁𝖺𝗇𝗂𝖾𝗅!!

!Tw: menção de abandono familiar, ataque de ansiedade e homofobia¡

"Slipping through my fingers all the time

I try to capture every minute

The feeling in it

Slipping through my fingers all the time

Do I really see what's in her mind

Each time I think I'm close to knowing

She keeps on growing

Slipping through my fingers all the time"

Era um facto para qualquer pessoa que conhecesse os irmãos Kurtzberg que eles eram completamente inseparáveis desde basicamente o nascimento do mais novo dos irmãos.

Eles cuidavam um do outro desde pequenos. Não era como se Emma fosse uma má mãe, muito pelo contrário, ela fazia de tudo por eles, mas por conta de tanto trabalho acabava por se tornar ausente.

O pai sempre tinha sido um mistério, uma incógnita, mais um motivo para o turbilhão de sentimentos de uma rapariga tão pequena, com apenas 2 anos. Fleur não se recordava bastante bem do dia em que se apercebeu que aquela figura que na altura lhe era tão querida nunca mais voltaria, mas ainda tinha fragmentos de memória de tudo o que se passou. Especialmente o momento em que viu a mãe chorar pela primeira vez após a ida do homem.

Era dia 29 de janeiro de 2005

Fleur mostrava a sua cara de aborrecimento para quem a quisesse ver, o espaço no meio das suas sobrancelhas com as evidentes rugas de irritação era algo que podia ser visto do lado de fora da janela do autocarro. Ela estava assim por causa da mudança de casa, não a entendia de maneira nenhuma, não fazia questão de a entender e pensou que talvez esse fosse o motivo para o pai ter ido embora. De certeza que ele não os ia deixar sozinhos sem mais nem menos. Por outro lado, o sorriso desdentado e enorme de Nathaniel contrastava bastante com a expressão da sua irmã, ele demonstrava-se bastante animado com a ideia de viver, citando a mãe, "Num enorme barco pirata!". Também estava em pulgas por conhecer os seus novos amigos, bem isso era outro motivo a mais para Fleur odiar toda aquela ideia.

Emma tinha-os avisados sobre a existência dos gémeos que moravam com a mãe nesse mesmo barco, o que deixou a mais velha dos irmãos preocupada. Apenas de pensar em conhecer novas pessoas, o seu pequeno coração começava a palpitar bastante mais rápido do que ela pensava que seria correto e as suas mãos ficavam suadas o que fazia com que constantemente as limpasse àquilo que tinha vestido, hábito que se tornaria uma mania. No futuro sentir-se-ia bem melhor em relação aqueles sentimentos, conhecer pessoas novas continuava a ser horrível, mas com o tempo soube que quando estava perto de alguém que a fizesse sentir á vontade, ela transformava-se numa pessoa mais confiante e que essa tarefa era um pouco mais fácil, especialmente quando essa pessoa era Nathaniel. Também os palcos ajudá-la-iam a enfrentar os desafios da introversão.

Eles saíram numa paragem que ficava nas redondezas do rio Sena. As típicas casas parisienses rodeavam as ruas. Com as suas enormes janelas estreitas, fachadas de cor bege e telhados cinzas. Maioria das casas eram feitas com aquela mesma arquitetura, mantendo uma harmonia na paisagem que contradizia com monumentos como a estranha pirâmide do Louvre com as suas superfícies vidradas e design futurista.

Podia-se dizer que a imaginação do menino de 1 ano não correspondia nada aquilo que lhe era apresentado como um barco pirata. Primeiro que na sua cabecinha imaginativa, um verdadeiro barco pirata tinha de se localizar numa praia e ao fundo na paisagem deveria ser avistada uma ilha que conteria um tesouro enterrado, essa ilha obviamente teria uma palmeira. Bem, em vez de uma praia ele recebeu um rio e de uma palmeira ele acabará de receber uma vista privilegiada sobre a Dama de Ferro, mas não era algo que uma criança que começava a repetir algumas palavras e a dar alguns passos fosse exatamente compreender.