|| Capítulo 11 ||

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• | Heitor Tavares | •

Sai do quarto sem falar nada. Eu realmente não queria ter feito aquilo, nem ter dito aquelas coisas, mas, isso tava me deixando maluco. Eu amo ela pra caramba, tenho uma atração sexual por ela extremamente alta, mas... Acho que isso não é o suficiente pra ficarmos juntos, já que eu acho que ela não sente o mesmo.

Nunca tivemos um relacionamento sério, é mais uma amizade colorida. E só de pensar que ela estaria com outras pessoas, enquanto ia pra cama comigo... Isso me deixava extremamente destruído, então se eu não poderia ficar com ela só pra mim, não tem por que continuarmos com isso.

Eu vou superar... Eu acho.

- Tá tudo bem Heitor? - A voz do meu irmão, me tirou dos meus dolorosos pensamentos. Eu respiro fundo, e dou pra ele o meu melhor sorriso.

- Claro, por que não estaria? - Olhei pra sua expressão, vendo que ele não acreditaria nisso. Até por quê, ele me conhece melhor do que ninguém.

- Me fala o que houve vai. - Ele sabia de tudo, literalmente tudo. Desde o início, nunca escondi nada dele, mesmo que eu quisesse. Eu confio muito nele.

- Bem - Olhei pra ele por um segundo, escolhendo as melhores palavras. Mas paro assim que vejo meu tio, entrar pela porta da frente preocupado.

- Onde está Chrystal?! - Ele se aproximou da gente, enquanto esperava que um de nós respondesse a pergunta.

- No quarto de visitas. - Edigar lhe responde, e o mesmo vai até lá sem pensar duas vezes.

Fiquei em silêncio, e resolvi sair dali e ir para o meu quarto. E como sempre, meu irmão veio atrás não desistindo de tentar me consolar.
Assim que entrei, ele fechou a porta e veio na minha direção.

- Pode falar, vai.

- Eu cortei o que ela e eu tinhamos. - Olhei para o chão escuro do meu quarto, sabendo que ele ficaria completamente surpreso.

- Não esperava que você fosse realmente fazer isso. - Como eu tinha dito, ficou surpreso.

- Vai ser melhor assim... Acho que não importa o quanto nos amássemos, isso nunca daria certo. - Minha garganta deu um nó. Eu estava mentindo pra mim mesmo, ou meu corpo estava me avisando que essa era a verdade? Isso explicaria o por que dói tanto.

Meu irmão chega mais perto, leva sua mão até meu ombro. Instantâneamente eu lhe encarei, vendo um sorriso solidário em sua boca.

- Se isso vai ser o melhor, ou não, aí eu já não sei, mas, se você acha que é o melhor pra você... Eu te apoio. - Sorri para o mesmo, lhe pedindo um abraço, que ele logo retribuiu.

- Eu te amo mano, obrigada por tudo. - Murmurei sincero entre o abraço e um de nada, é ouvido por mim. Nós afastamos e me recompôs.

- Vai se preparar por jantar, e vê se não chora hem. Você sabe o papai vai perceber que você tá mal.

Só consegui afirmar com a cabeça, enquanto via ele sair do meu quarto, ainda me observando. A porta é fechada, e eu me deito na cama, sentindo o cansaço me consumir.

- Aí mano... - Me viro pro lado e fecho os olhos. Novamente os lembranças me vem na mente, e não demorou pra isso me incomodar.

Me levantei da cama e fui tomar um banho, pra vê se pelo menos assim eu me ânimo, ou tento me acalmar, talvez eu até saia pra dá um rolê, mas ainda tenho que escolher aonde. Mas sinceramente, não tô com cabeça pra pensar.

Liguei o chuveiro, e respirei fundo... Não sei quanto tempo passou, mas sei que já tinha ficado muito tempo embaixo do chuveiro, quando escutei meu irmão me chamando do outro lado da porta.

- Tô indo. - Foi a única coisa que eu respondi, já desligando o chuveiro, e abrindo o box.

Me sequei sem pressa, colocando minha roupa íntima, e uma bermuda. Sai do banheiro, e como esperado, meu irmão não ficou pra me esperar.
Procurei uma camisa no armário, e coloquei rápido.

Enquanto saia rápido do quarto, apenas escorando a porta, passei a mão pelo cabelo, tentando arrumar ele. Claro que não resultou como eu queria, mas não liguei e peguei meu caminho até a sala do jantar.
Meu pai estava sentado na mesa, conversando com meu tio. Me sentei ao lado de Edigar que comia tranquilamente, sem notar minha chegada.

- Pensei que ia ficar trancado dentro do quarto. - Ele resmunga, e eu lhe encarei com cara de desentendido. E o mesmo fez uma careta, não gostando da minha péssima atuação.

- Claro que não.

Não tava muito afim de comer, mas me forcei a Isso. Ela não veio comer, pelo visto vai ficar trancada dentro do quarto, evitando me ver. Eu não lhe julgo, pois faria o mesmo, se alguém não fosse achar estranho.

- Quer dá um volta depois? - Se pronunciou meu irmão, enquanto terminava o seu prato. Ele realmente queria me animar.

- Pro onde? - Encaro ele por um momento, vendo ele pensar em algum que não fosse tão longe.

- Não vou contar. Quando terminar, vai pegar seu celular e carteira, e me encontra lá fora. Ok?

- Tá.

Uns minutos depois, terminei de comer. Fui direto para o meu quarto com pressa, peguei minha carteira, mas... Não tava achando meu celular, de jeito nenhum.

- Onde ele tá? Eu jurava que tinha deixado em cima da cama! - Me levantei do chão, vendo que o celular não tinha caído no chão, e corri os olhos pelo quarto.

- Tá procurando isso? - A voz feminina me chamou atenção. Me virei na direção da mesma, vendo meu aparelho em suas mãos.

- Sim. - Dou um passo em sua direção, vendo a mesma dá um passo para trás. - Agora não Chrystal. - Ela fecha sua expressão, segurando meu celular com força.

- Por favor Heitor, não faz isso... - Seu tom de voz sério, tinha sumido, agora estava triste e melancólica. - Eu não quero ficar sem você.

- Não dava mais pra continuar com isso! Aonde você queria chegar? - Ela não me respondeu, seus olhos se encheram de lágrimas novamente. - Por que você faz isso comigo? Continuar amando você, é como suicídio lento. Iria me destruir aos poucos.

- Não diz isso, por favor! - Ela corre na minha direção, abraçando minha cintura. - Eu te amo. - Seu susurro foi extremamente doloroso, mas não pudia parar.

- Sinto muito. - Separo seus braços do meu corpo, vendo ela tentar resistir. - Mas como eu disse, acabou.

Peguei meu celular da sua mão, e sai do quarto novamente sem olhar pra trás.

Peguei meu celular da sua mão, e sai do quarto novamente sem olhar pra trás

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Vivendo entre o céu e o inferno. - {PAUSADA}Onde histórias criam vida. Descubra agora