Amar é complicado

15° Capítulo

    Voltámos para casa e Clare concordou em ficar comigo. Como é habitual, minha mãe não estava em casa... Por motivos de trabalho ela passa o tempo a viajar para outras terras e locais....não digo que não goste...

    Eu estava a percisar de um momento only-bff... Isto tudo com Lucas tem me deixado um pouco para além da minha amizade com Clare... Ela passou para 2° plano e eu defenitivamente não quero isso.

    Entrámos em casa e como já era tarde, fomos para o meu quarto vestir os pijamas. Pego num pijama meu para Clare, pois nós partilhamos tudo sem qualquer problema.

    Vestimo-nos e acendemos a televisão para ver qualquer coisa.

    "-Amiga, to com um bichinho no estômago....posso ir buscar uma caneca de leite para nós duas?"- ela levanta-se do meu lado na cama e dirige-se à porta do quarto.

    "-Claro, vai lá. O leite está no frigorífico."- ela acentiu e desceu as escadas.

    Passado um pouco ela volta cheia de jeitos nas mãos, pois calculo que as canecas estejam quentes.

    "-Obrigada."- agradeci e ela sentou-se a meu lado na cama bebendo a sua ceia.

     "-Estou tão feliz que Lucas finalmente esteja bem... "- Clare esboçou um sorriso.

     "-Eu também....sabes... Por momentos pensei que o tinha perdido... Se isso acontecesse acho que nada me faria continuar de pé..."- suspiro- " Mas agora ele acordou.... Estou tão feliz!"

    "-Foi um grande susto... "

    "-Mas chega de falar disto... Quero saber de ti! Como está a tua relação com o Rafael? Nunca mais o vi."

     "-Está tudo bem... Ah! É verdade! Com esta confusão toda nem te contei o que aconteceu à alguns dias!.. Ele levou-me a jantar e no final ofereceu-me um colar de pérolas!"

    "-A sério?...Que romântico..."- estou feliz por ela...Noto que Rafael gosta dela.

    E falámos...falámos pela noite a dentro... Como eu estava a percisar disto.. De pensar em outras coisas...

***

    Hoje era sábado. Acordei depois de Clare, óbvio. Levantei-me, vesti um robe e desci as escadas.

    Hum.... Um cheirinho delicioso vinha desde a cosinha...

    "-Bom dia minha pequena dorminhoca."- ela estava a preparar o almoço e pelo que me pareceu era lasanha. Ela estava com um avental e mexia numa panela com uma colher de pau.

    "-Primeiro: bom dia. Segundo: não me chames pequena! Fazes me parecer um bebé."- eu ri com aquela voz ensonada e esfreguei os olhos. Ela riu também, pois ela percebe a minha frustração de ser baixinha....

    "-Humm.... Que cheirinho.."- eu disse chegando ao pé dela para inspirar aquele "ar" delicioso.

    "-Surpresa! Estou a fazer lasanha!"-ela agitou as mãos como nos músicais e colocou a comida no prato.

     Eu peguei no meu e ela no seu para nos sentar-mos à mesa.

     "-Olha amiga, eu hoje não vou poder ir visitar o Lucas contigo porque vou ajudar a minha mãe em casa. Não leves a mal, ok?"- ela levou uma garfada à boca.

     "-Claro, não faz mal."- limpei a boca e sorri. Sinceramente eu queria estar um pouco a sós com ele.

    Acabámos de comer e eu fui me vestir para ir para o hospital.

    Separámo-nos à porta, pois ela ia para casa enquanto eu ia para o hospital de moto. Moto essa que fora do meu pai antes de morrer....e sim, eu tenho carta.

    Ao chegar, subi até ao andar 2 e entrei no quarto de Lucas. Bati muito suavemente à porta, mas ninguém respondeu. Abri um pouco a porta de maneira a vê-lo lá deitado a dormir.

    Fechei a porta e fui com pezinhos de leite até ele e dei-lhe um beijo na testa. Ia por a minha mala no sofá, quando ele agarra a minha mão impedindo-me de ir embora.

    "-Dá-me um beijo."- eu virei-me e sorri-lhe fazendo a sua vontade. Ele já não estava ligado a nenhuma máquina, apenas tinha soro para não se desidratar.

    "-Doente, mas o mesmo romântico de sempre.. "- disse olhos nos olhos acariciando a sua cara.

    "-Só quero sair deste hospital o mais rápido possível.."- ele disse calmamente sorrindo.

    "-Daqui a pouco tempo já estarás tu a fazer-me companhia em casa.."- os seus olhos iluminaram-se e imagino que ele estivesse a ter ideias perversas- "-Seu doido.. "

    Rimos os dois e lá ficámos a olhar um para outro enquanto ele dava beijos na mão que agarrava. Afinal, um olhar vale mais do que mil palavras...

    Mais tarde a senhora Alexia chegou e eu aproveitei enquanto lá estava a mãe dele para perguntar ao doutor que acompanhou Lucas quando é que ele sairia.

    "-Ele está seguro e agora a única coisa que ele percisa de fazer é de vir cá semana a semana mudar o curativo. Provavelmente vai percisar disso mais algumas semanas....
    Talvez amanhã ele possa ir para casa.Vamos analisá-lo e depois ele poderá ir."- o meu coração explodiu de alegria e a minha vontade foi abraçar o médico até ele ficar sem ar.

Lucas P.O.V

    Eu ainda não acredito no que aconteceu...quem quereria me matar? Eu tenho inimigos?
    Raquel.... Não.. Não...porque ela me mataria? De certeza que não foi ela...

    Enfim... É incrível como estive aqui durante 3 meses... Dormindo... Parece que não passou de meros segundos...

    Sei que para mim não fez diferença, pois estava a dormir... Mas senti muita falta da minha pequena...

    Quero mais... Quero recompensa-la pelo tempo perdido.... Quero estar sempre com ela, 24 h por dia...
    Quando sair desta espelunca vai ser só ela e eu. Mais ninguém.

    ****

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Bjus