De carro não levaria mais que duas horas para chegar em Havertown, mas de trem levei quase dez. Olhei no celular a mensagem que minha mãe mandou depois que o trem partiu:
- Robb, te amo muito e estou orgulhosa, meu menino cresceu. Já estou morrendo de saudades.
Uma lágrima quis tentar escorrer, mas enxuguei o rosto e encostei a cabeça na janela, tentando prestar atenção na paisagem, mas meu pensamento estava além daqueles campos verdes que passavam como borrões. Minha vida estava prestes a mudar completamente e até então haviam muitas coisas nas quais eu ainda não tinha parado pra pensar e resolvi tentar pensar agora no caminho para a Filadélfia.
Morei a vida toda em Shrewsbury, um pequeno distrito com aproximadamente cinco mil habitantes, no condado de York, no estado da Pensilvânia, onde tudo era muito simples e pacato, acho que minha maior preocupação era com o que minha avó havia feito para o jantar ou com as provas de álgebra da escola. Desde que meu pai faleceu, quando eu tinha cinco anos, eu e minha mãe fomos morar com minha avó, pois ela também estava morando sozinha naquele casarão enorme em frente à pequena praça no centro da cidade.
Eu gostava muito de morar com a minha vó, como meus tios já haviam todos casado e saído de casa, eu era como um filho caçula pra ela, que sempre me mimava com quitutes e presentes, meus outros primos ficavam com inveja quando no Natal eu sempre ganhava dois presentes o da minha mãe e o da minha avó. Adorava ficar deitado com a cabeça no colo dela enquanto ela via as novelas, fazíamos companhia um ao outro nas ausências da minha mãe.
Minha mãe era enfermeira e trabalhava no Lancaster General Hospital, que ficava a sessenta quilômetros da nossa cidade, e muitas vezes ela trabalhava dois plantões seguidos então eu ficava períodos de quase três dias sem a ver, mas como tinha vovó, eu não me importava tanto.
Nunca tive muitos amigos além dos colegas de escola, na verdade meus amigos eram meus primos. Alguns tios ainda moram na cidade, então todo final de semana sempre tem algum por aqui para almoçar com minha vó, quando não todos de uma vez. Considero que tive uma infância feliz, apesar de não ter tido a presença do meu pai, mas até então uma referência masculina nunca me fez falta. Lembro quando tinha uns doze anos e meus pêlos pubianos começaram a nascer e a primeira penugem da minha barba surgiu no meu rosto, falei para minha mãe que precisava de um barbeador e ela caiu em lágrimas falando que eu já era um homem e pediu pro tio Frank conversar sobre mulheres e sexo, aquilo teria sido muito constrangedor se o meu tio não fosse um figuraço que chegou pra mim com uma pilha de Playboys e Penthouses usadas, algumas com umas páginas grudadas e disse:
- Vá treinando até o dia que uma de verdade abra as pernas pra você, até lá tente não criar muitos calos na mão.
Mas minha mãe encontrou as revistas e jogou todas fora. Ela dizia que aquilo não era coisa que uma mulher direita fizesse; quem já viu tirar foto pelada e colocar numa revista pra todo mundo ver? Dizia ela. Depois disso acho que ela desistiu de querer que o tio Frank me ensinasse algo sobre sexo e não se tocou mais nesse assunto lá em casa.
Nunca parei pra pensar se todo menino precisa de alguém para explicar como as coisas acontecem quando a puberdade chega, além de todas aquelas aulas de educação sexual que temos na escola. Lembro que ejaculei a primeira vez dormindo, depois de ter um sonho meio estranho, onde eu estava numa piscina com alguns amigos da escola, acho que havia até alguns professores, não lembro bem e me bateu uma baita vontade de urinar, porém como eu estava dentro d'água, teria que sair e ir ao banheiro, mas nessa hora percebi que estava com o membro duro e iria morrer de vergonha se alguém notasse. Então segurei o máximo que pude, mas chegou uma hora que não agüentei mais e relaxei, foi uma sensação maravilhosa, como se fosse o melhor xixi da minha vida, só que acordei de repente pensando que havia urinado na cama, porém quando olhei para baixo, me vi lambuzado por aquele líquido espesso e com uma sensação de leveza muito boa.
A cena se repetiu outras vezes, sempre com sonhos molhados, até que um dia eu estava no banho, brincando com meu pênis e então ele começou a ficar ereto, o apertei com a mão e comecei a fazer movimentos levemente, aquilo me deu uma sensação gostosa, algo diferente. Então aos poucos aumentei a velocidade dos movimentos, a cabeça estava brilhando e cada vez mais vermelha e a sensação era cada vez melhor. Começei a sentir um arrepio que vinha de dentro, uma coisa gostosa, sentindo o que estava prestes a acontecer, até que fiquei na ponta dos pés e senti o jato quente de leite jorrando, uma mistura de arrepio e calafrio passou por mim, como se fosse um choque elétrico e em seguida aquela leveza novamente. Assim eu descobri o que era masturbação.
Claro que na escola já ouvia os meninos falando sobre punheta, mas isso não é algo que você chegue para um amigo e pergunte como funciona, acho que a gente aprende com a vida mesmo. Depois veio aquela fase de ficar horas no banheiro achando que ninguém ta percebendo, até que em um almoço de domingo, com toda a família reunida, alguém solta uma brincadeirinha sem graça perguntando:
- E aí Robb, mudou de vez pro banheiro ou só ta passando um tempo? E todos caíram na risada.
Fiquei morto de vergonha, meu rosto devia parecer que ia explodir de tão vermelho. Mas o meu primo Jason deu uma batidinha no meu ombro e disse baixinho:
- Relaxa, todo os primos passaram ou vão passar por isso, comigo foi igual, eles sabem que é normal os garotos dessa idade passarem por isso, mas você conhece os tios, eles não iam perder a oportunidade de te zoar.
Minha vida "sexual" não passou muito disso e minha vida social também não era nenhuma maravilha, também, o que dá pra esperar de vida social em uma cidade como essa? No máximo tínhamos algum aniversário para ir ou marcávamos de estudar na casa de alguém quando tinha provas. Numa dessas reuniões de estudos, fomos na casa do Colby, ele morava numa casa com muros de pedra, próximo ao lago, na saída da cidade. Sempre íamos na casa do Colby estudar ou nadar no lago, mas nesse dia fizemos algo mais. Assim que a mãe do Colby saiu para a igreja, ele nos levou pro sótão pra mostrar uma coisa. Chegando lá havia uma TV e um aparelho de DVD, ele tirou uma tábua solta do piso e de dentro ele tirou um DVD de sexo. Disse que mantinha escondido pois a mãe o mataria se soubesse que ele tinha aquilo. Ele colocou o DVD e começamos a assistir, todos calados, acho que até meio constrangidos.
Quando começou a segunda cena, olhei pro lado e percebi que o George estava excitado, dava pra ver a marca do seu pênis ereto na calça. Ele olhou pro lado e falou:
- Vocês vão ficar aí só olhando ou vão bater uma?
Abriu o zíper, colocou o pau pra fora, virou pro lado e começou a se masturbar. Olhei pro Colby, que deu de ombros como se dissesse, ah, vamos nessa. Virei pro outro lado, baixei o short e comecei a me masturbar também. Como o Colby ficou no meio, ele não teve como se esconder, mas ele também não parecia estar desconfortável com isso. Ficamos ali os três punhetando e ouvindo os comentários do George, chamando cada mulher que aparecia no vídeo de gostosa, safada e etc.
Eu estava achando legal a situação, três amigos compartilhando aquela experiência, além do mais, sempre tive uma curiosidade pra saber como era os paus dos meninos, saber se comparados com o meu, eram maiores ou menores e aproveitei a chance e dei uma espiada no pau do Colby, pois não dava pra ver o do George devido ele estar virado para o outro lado. Comparado com o meu o do Colby era mais comprido e fino, os pêlos eram ruivos e fininhos assim como o cabelo dele e a pele bem branca. Meu pau era mais grosso, uma vez peguei uma fita métrica e medi dezessete centímetros, então o do Colby devia ter uns vinte. Meus pêlos eram escuros e, diferente do Colby, eram bem volumosos, eu sempre tinha que dar uma aparada.
Quando a terceira cena começou, o George deu um urro o que indicou que ele havia gozado. Ele desceu na mesma hora para o banheiro. Eu e o Colby continuamos ali, compenetrados na atividade. Pouco depois, comecei a sentir aquele arrepio e não tardou a vir o gozo, logo em seguida o Colby também ejaculou. Descemos para lavar as mãos e depois fomos ao lago tomar banho. Não ficamos comentando sobre aquilo, para os meninos parecia que nada demais havia acontecido, mas eu nunca consegui esquecer aquele momento.
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Entre cobertas e descobertas (Romance Gay)
General FictionRobb sabia que a vida na nova cidade traria muitas novidades, mas nunca imaginou que descobriria dentre essas novidades um novo mundo e até mesmo um lado novo dele.