Ao esbarrar em uma desconhecida que corria pela estação de Pyongyang, Jeong-Ryeok não havia pensado que uma simples garota o faria mudar tanto o curso de seus planos.
Tudo que ele queria era conversar com Seo Dan sobre seu casamento indesejado e voltar a sua busca por Cheol Cho-Gang.
Mas tudo havia mudado de curso quando ele olhou em seus olhos e enxergou a si mesmo; um raio de esperança e um pedido de socorro brilhavam em seus olhos.
"Está tudo bem, senhorita?" A voz despropositalmente' galanteadora de Jeong-Ryeok atingiu seus tímpanos e a desconcentrou da sua real preocupação.
Ele tinha uma voz reconfortante e acalorada. Do tipo que parecia lhe dar um abraço com palavras gentis.
Ele ainda a segurava em seus braços, o que recebia olhares nada discretos das pessoas que passavam aos seus arredores.
O olhar do homem que a segurava procurava em seu rosto algum machucado ou vestígio do que quer que fosse que você estivesse fugindo.
E no momento de paz que você tinha ao observar os olhos curiosos que a encaravam fora destruída quando os urros e gritos de homens fora de si correndo em sua direção enquanto gritavam coisas sem sentido e desconexas.
Quando você se virou para trás, o desespero ficou aparente em seu olhar e não foi algo que Jeong-Ryeok não se atentou.
"EI! Sonyeo*!"
A proximidade entre você e Jeong-Ryeok era nenhuma, e, apesar do costume do homem de não se aproximar ou demonstrar seus sentimentos explicitamente, ele a empurrou de maneira a ficar atrás de si com sua postura erguida em frente à um bando de velhos fora de seu juízo perfeito.
"O que querem com esta moça?"
Um dos homens riu, fazendo você se encolher. Mulheres não podiam fazer muita coisa exceto esperar que alguém as proteja. Se ela gritasse ninguém pararia para ajudar da mesma maneira, de nada serviria.
"Vamos lá, meu camarada. Se deixar a garota quem sabe deixamos você se divertir também, hm?"
A voz do homem era sugestiva, mas fez o tipo de sugestão que fez o sangue de Jeong-Ryeok ferver.
"Desculpe, mas você não irá tocar nela."
Um dos homens se enfureceu e tentou te arrastar, sendo prontamente interrompido por Jeong-Ryeok.
"A menos que esta senhorita permita, ninguém irá levá-la daqui."
Você se sentiu momentaneamente protegida, até se lembrar que quem a protegia era um desconhecido completo, e você não fazia ideia de suas intenções ou quando iria embora. Se fosse, eles voltariam a perseguir até cumprirem seus desejos repugnantes.
Jeong-Ryeok pensava quase o mesmo. Não sabia quem você era, mas como uma autoridade ele deveria protegê-la.
"Peço que vão embora. Esta senhorita não quer ajuda."
Eles não ouviam, apenas gargalhavam e gritavam.
"LARGUE-A, PORRA!"
Um dos homens partiu para cima de Jeong-Ryeok, que tranquilamente se retirou da reta do golpe fazendo o homem atingir o vento.
"Ora, seu..."
A frase não foi completada. Apenas um soco por auto-defesa foi o suficiente para fazê-los desistir ao observar a fúria que consumia o soldado.
Todos saíram correndo por medo, como gatinhos indefesos em busca de um abrigo para se esconder do lobo que haviam tirado da toca.
"Você está bem?"
Ele se referiu a você olhando para trás a encontrando o observando curiosamente.
"Eu? Hm. Sim, obrigada, senhor."
Você se curvou, agradecendo genuinamente a gentileza.
"Você quer que eu te acompanhe?"
Apesar de a frase deixar a entender que ele tinha interesse, ele não havia tido nenhum pensamento caracteristicamente romântico com você.
"O-o que?"
O rubor que floresceu por suas bochechas o fez entender o duplo sentido daquela frase.
"Não! Quero dizer, não romanticamente. Me desculpe se deixei a entender desta maneira."
"Hm. Obrigada, está tudo bem. E sim, eu gostaria."
Vocês seguiram juntos até um hotel perto da localidade da estação, perto um do outro mas não demais.
Pararam juntos perto da porta do seu quarto, onde Jeong-Ryeok não mostrava interesse em descobrir como era por dentro.
"Muito obrigada, novamente. O senhor aceitaria entrar?"
"Não precisa me agradecer, de verdade. Não é necessário. Mas agradeço o convite, senhorita...?"
A frase ficou livre para a interpretação do espaço para que você dissesse o seu nome.
"Seong Soo-Min."
Um sorriso brotou nos lábios de Jeong-Ryeok, que mais uma vez se sentia envergonhado.
"Foi um prazer, Senhorita Seong."
Você sorriu timidamente enquanto o encarava.
"E o senhor é...?"
"Ri Jeong-Ryeok, senhorita."
Ele não queria ir embora. Ele gostaria de poder trocar mais palavras com você durante os simplistas segundos.
"Obrigada Capitão Ri."
Ele se perguntava como você havia descoberto que ele era um capitão. Seriam suas roupas?
"Eu que agradeço. Eu preciso ir agora. Espero lhe encontrar novamente, Seong Soo-Min."
Você acenou levemente abanando o vento.
"Eu também espero lhe encontrar novamente, Capitão Ri Jeong-Ryeok."
Naquele dia, não havia sido a primeira vez que seus caminhos haviam se cruzado. Mas seria a mais recente que se lembrariam quando se encontrassem novamente por obra do destino ou mera coincidência.
Vocês dois cruzavam os pensamentos um do outro, se perguntando se poderiam se encontrar novamente, o que se tornava curioso por um encontro tão peculiar e caótico.
"Ri Jeong-Ryeok"
Deixou seus lábios pela última vez naquela noite, fantasiando uma conversa amigável entre vocês dois na companhia de um café, sem se imaginar sendo futuramente a senhora Ri e tomando todos os dias aquele café acompanhada.
E, de acordo com a lenda oriental Akai Ito, esse encontro não tardaria a acontecer.
*Sonyeo traduzido do Coreano como "garota" ou "menina".
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𝐁𝐄 𝐘𝐎𝐔𝐑𝐒 - 𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔
Fanfiction↳━𝑶𝒏𝒅𝒆 𝑣𝑜𝑐𝑒 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟 𝑞𝑢𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑖𝑠𝑒𝑟 𝑒 𝑣𝑖𝑣𝑒𝑟 𝑜 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠𝑖𝑣𝑒𝑙↲ 𝑵𝑶𝑻 𝑺𝑬𝑿𝑼𝑨𝑳𝑰𝒁𝑰𝑵𝑮 𝑨𝑵𝒀𝑶𝑵𝑬! pedidos fechados.