Capítulo único

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- Então John, o que aconteceu com o Chefe de polícia? - Sherlock perguntou de repente.

- Ah, você quer falar sobre isso agora?

- Tem razão. Ficar aguardando no escuro, por tempo indeterminado e em completo silêncio parece bem mais agradável - O detetive provocou com ironia.

- E desde quando você gosta de conversa fiada?

- Só estou tentando estabelecer um diálogo como uma pessoa normal - Sherlock não podia ver o rosto de John, mas sabia que o médico tinha se virado em sua direção com um olhar curioso - Não tentarei fazer isso de novo, a propósito - Ele completou diante de tal reação do outro.

- Ok... - O médico deu um suspiro, dando-se por vencido - O que aconteceu foi que aquele homem abriu a boca para dar uma opinião que ninguém pediu.

- Se vamos mesmo conversar, me dê respostas completas - O detetive bufou impaciente - O que ele disse que te fez perder o controle daquela forma?

- Eu estava sob muito estresse, foi só isso.

- Se não quer me responder, é porque provavelmente diz respeito a mim.

- Nem tudo é sobre você, Sherlock.

- Justo, mas neste caso, é sobre mim, estou certo?

- Oh, é claro que você está certo! Quando Sherlock Holmes não está certo, afinal?

- Mas... E então?

John podia jurar que, se pudesse vê-lo agora, Sherlock estaria com as mãos unidas sob o queixo, encarando ele com aquele olhar inquisidor.

- Você não vai mesmo desistir, né? - O médico falou conformado.

- Não temos nada pra fazer aqui, John. Está entediante! Meu cérebro está apodrecendo!

- Se quer mesmo saber - John começou - Ele disse que você era um tipo esquisito, que parecia um maluco, como todos esses justiceiros amadores. Feliz?

- Então você bateu no chefe da polícia metropolitana de Londres porque ele ofendeu a minha dignidade? John, eu literalmente sou um fugitivo agora, acho que minha reputação tem problemas mais graves do que os comentários desse sujeito 

O médico podia sentir o risinho debochado na voz do detetive.

- E é por isso que eu não queria contar - Ele respondeu num tom levemente emburrado.

- Não seja dramático, John. Na verdade... É legal saber que você se importa - Sherlock admitiu.

- Você é meu amigo, pode ter certeza que me importo - John falou com grande simplicidade.

- Então você não concorda com ele?

- Que tipo de pergunta é essa?

- Bom... Convenhamos que não sou o tipo mais normal de pessoa.

- De fato, você não é um tipo normal - E Sherlock sentiu pela entonação da voz, que John estava sorrindo ao dizer isso - Mas a forma como aquele homem disse aquilo, não foi uma mera constatação de que você é diferente. Ele não vê suas particularidades como eu vejo. Ele vê a partir de um ponto de vista carregado de julgamento e falou com a intenção de ser ofensivo.

- E como você vê minhas "particularidades"? - Sherlock perguntou, ignorando todo o resto do que John tinha dito e dando especial ênfase a essa palavra específica.

- Suas particularidades são o que fazem você ser você. Quem não te conhece vai julgá-las de forma diferente do que quem te conhece.

- E você me conhece?

Mais perto [Johnlock]Onde histórias criam vida. Descubra agora