Amanhece em Manhattan, com temperatura em torno de 26°C e estou parada diante de um enorme anúncio de emprego, e completamente rodeada por gigantescos arranha céus no verdadeiro estilo Empire State Building, e acredito que esta vaga sem muitos detalhes será sem dúvida alguma a grande chance da minha vida. Espero por uma oportunidade como essa há muito tempo e meus pais dependem disso. Preciso arriscar...
Anotei o endereço, e levei a mão em direção ao bolso esquerdo da calça, onde ainda tinha poucas moedas para pagar o ônibus, o local citado fica próximo ao Central Park e as entrevistas estão marcadas para logo mais ao meio dia.
Fico parada no ponto de ônibus esperando que algum passe o quanto antes, e eu não sei o porquê mas desde que vi aquele anúncio fiquei tão inquieta.
Peguei o celular e vejo um aplicativo de um jogo que baixei fazem exatas duas semanas, nele tenho que reunir vários doces e de certa forma jogar pode me trazer um certo conforto. Na verdade encaro como uma distração. Então, resolvo ligar para a Amber, ela é minha amiga desde o ginásio.
Talvez nunca me esqueça o dia que vi um anjo. Amber é loira, corpo esguio e fonte de uma manutenção árdua através da dança que é sua grande paixão e é dona de olhos castanhos claros que me pareceram verdes à primeira vista. Na verdade a forma como nos conhecemos foi um tanto inusitada, pois eu tinha acabado de chegar a uma escola nova, onde todos pareciam querer lhe expulsar na primeira oportunidade. Enquanto conhecia a escola, andando vagarosamente pelos corredores, um garoto muito idiota colocou um pé no caminho e eu como sempre distraída tropecei deixando o caderno e os livros caírem e meu rosto ir de encontro ao chão, então enquanto ainda me recuperava da dor, percebo uma mão em meu ombro e quando olho para a face vejo lindos olhos verdes perguntando se eu estou bem e se quero ajuda para me levantar, ainda ouvia risos do tal garoto e de sua turma. Foi aí que quando levantei percebi que Amber não estava só, tinha um garoto negro e rechonchudo que me ajudava e sorria como se me conhecesse a muito tempo.
- Deve ser seu primeiro ano aqui. Vá se acostumando com esses babacas. Disse Amber, ao me ajudar a levantar. Adoram pregar peças nos outros. Como se chama?
- Soledade, mas podem me chamar de Sol - respondi
- O meu é Amber e meu amigo aqui é o Delroy - ele sorria e parecia mais como um guarda-costas dela
- Prazer em conhecê-los e obrigada pela ajuda
- Não há de quê. Você vai para que turma? Ela perguntou
- Deixa eu ver se nessa bagunça eu encontro a grade de aulas - folheio o caderno para localizar o bendito papel
- Não se preocupe - Delroy fala sorrindo para mim. Nossa ele adora rir!
- Achei. Estou indo para a sala 15
- Fica no final desse corredor - Diz Amber, apontando para um corredor que parecia não ter fim
- Obrigada, mais uma vez pela ajuda de vocês
- Eu e Delroy estamos uma serie a frente, mas a gente se vê Sol
- Ok
E ali começou uma grande amizade.
O celular chama e olha só quem está ligando!
- Oi Sol, onde você está?
- Estou em um ponto de ônibus aqui no Centro - digo a Amber
- Você não devia estar na Lanchonete do Sr. Louis? Ela pergunta
- Sim deveria, mas falei com ele que precisava resolver um assunto aqui no Centro e acabei me deparando com um enorme anúncio de emprego de uma grande Companhia. Penso que não irei demorar muito e não custa tentar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
No fim do túnel tem açúcar
RomanceUm romance cativante em uma das cidades mais cosmopolitas do planeta - New York. Gordon Spencer Sanders, branco, preconceituoso, sexy e dono de lindos olhos azuis. Soledade Rivero McLean, negra, doce e determinada. Um olhar, um toque, um desejo inco...