Capítulo 34

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Abro a porta, eu finalmente estou em casa
E eu estou toda molhada.
Então você me oferece uma toalha
E tudo o que eu vejo é você.
E mesmo que a minha casa desmoronasse agora,
Eu não iria sequer notar
Porque você está perto de mim.

Thank You - Dido

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Depois que Lucy foi embora fiquei olhando a chuva pela janela, me sentindo incomodada. Eu sinto que se eu não fizer nada agora, eu vou me arrepender.

Me levantei e saí de casa sem sequer pegar um guarda-chuva, ficando ensopada em menos de vinte passos. Sorri um pouco pela sensação da água gelada contra a minha pele.

Andei até a casa de Seth decidida e toquei a campainha, sem saber exatamente o que eu vou fazer e nem qual vai ser a sua reação.

Ele não demorou a atender a porta e ficou bem surpreso ao me ver parada ali, molhada até os ossos, com o ar condensado à cada respiração trêmula que saía de minha boca entreaberta.

- Sam? Quer ficar doente, sua maluca? – ele agarrou a manga da minha roupa e me puxou para dentro. – O que você tá fazendo aqui?

- Eu queria falar com você – falei.

- Por que não me ligou?

- Eu queria fazer isso pessoalmente.

- E custava ter usado um guarda-chuva pra isso? – franziu o cenho.

- Seth, só... só cala a boca e me deixa falar, ok? – estremeci.

- Você precisa se secar primeiro – ele começou a se afastar, mas segurei seu braço.

- Não. Espera. Me deixa continuar enquanto eu ainda estou com a adrenalina no corpo.

Ele me olhou e cruzou os braços, esperando. Me afastei um pouco e respirei fundo. Apertei meus punhos e olhei em seu rosto.

- Eu estive pensando muito sobre tudo o que aconteceu... – desviei o olhar. – Eu percebi que eu fui muito injusta com você. Não que eu ainda não esteja magoada e nem chateada com tudo aquilo, mas jogar toda a culpa para cima de você é injusto da minha parte – olhei para ele, mas sua expressão estava minimalistamente em cheque no neutro. – Eu sei que eu te magoei com o que eu fiz também, mesmo que você tenha dito aquelas coisas aquele dia no corredor... Eu errei em muito em me deitar com o Jack e eu não posso desfazer isso – fiz que não com a cabeça. – E eu me arrependo ainda mais de ter te machucado por causa das minhas decisões – seus olhos deram um pequeno sinal do que ele estava realmente sentindo e me aliviou perceber que não era nada negativo. – Você me deu inúmeras provas de como se sente e de que realmente quer ficar comigo, mesmo agora que a gente não está junto e as pessoas continuam pegando no seu pé e eu não quero te condenar por um único erro... – respirei fundo. – Então se você estiver disposto, eu quero tentar de novo. Sem inseguranças e sem nada disso para nos atrapalhar dessa vez.

Fiquei calada algum tempo esperando sua resposta, mas tudo o que ele fez foi me olhar de volta.

Concordei com a cabeça e tentei sorrir.

- Ok – coloquei a mão na nuca e respirei fundo, tentando ignorar a dor que começava, aos poucos, a me consumir. – Ok... – repeti para mim mesma e me virei para a porta e a abri, mas antes que eu conseguisse sair ele me puxou, me assustando.

Seth me virou e me abraçou apertado, tremendo.

- Se eu estiver disposto? Não tem nada que eu queira mais do que consertar a cagada que eu fiz e voltar com você! - envolvi meus braços ao seu redor e o apertei contra meu corpo. - Não me assusta desse jeito! – sussurrou contra o meu pescoço.

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