Seher encontrava-se no quarto de Yaman a procura de alguma prova para o colocar dentro da cadeia.
Desde do momento em que passou a acreditar que o homem pelo qual estava apaixonada era o assassino da sua amada irmã Seher só queria afastar-se dele e de toda a dor que ele provocou.
Seher sempre quis visitar Kevser e Yusuf quando esta ainda era viva porém desde que nasceu a mesma cresceu num ambiente conservador onde os filhos devem obedecer sempre aos seus pais e por essa mesma razão, mesmo carregando uma tristeza enorme dentro de si, ela nunca foi ver o sobrinho e a irmã.
Ela sabia o que era crescer sem uma mãe, ela sabia a falta que uma figura maternal fazia, mesmo que um pai se esforce para ser pai e mãe nunca será mesma coisa. Yusuf sentia a falta de um pai porque este foi assassinado e agora saberia o que era sentir a falta de uma mãe que fora assassinada por, acreditava ela, Yaman Kimiril.
A mulher procurava o telemóvel e assim que encontrou foi só colocar a senha de segurança, 19-02-2021, a data de casamento deles que o aparelho desbloqueou. A mesma procurou, procurou e procurou até que no wattsapp encontrou uma conversa que continha fotografias que iriam colocar o seu marido dentro da cadeia.
Quando ela ia enviar as provas para si, ouve passos vindos do corredor e decide colocar o telemóvel onde estava e esconder-se na varanda.
Yaman entra no quarto e sente logo o cheiro dela. O perfume natural da sua amada esposa. Ele olha ao redor e uma enorme tristeza invade de novo o seu corpo, o seu coração. A Seher não estava lá.
Ele perdeu o seu pai quando a mulher que o pôs no mundo se foi embora, perdeu o seu irmão Yalçin num tiroteio e o seu irmão Ziya embora estivesse vivo parecia, em algumas vezes, morto. O homem alegre que era morreu no passado e cresceu cheio de traumas. Quando o mesmo confessou matar a cunhada Yaman ficou com medo do que estar preso sem visitas, com medicamentos controlados e a frente de um juiz fizesse com ele.
O dono da mansão deitou-se na cama com um braço em cima da cabeça.
Queria acabar com aquilo tudo e gritar aos quatro ventos que não era nenhum assassino que amava a sua esposa, porém o medo do que podia acontecer ao seu irmão impedia-o.
Fechou os olhos, bufou e deixou-se estar estendido naquela cama de olhos fechados com os problemas que o assombravam.
A mulher que estava do lado de fora esperou um pouco antes de sair do local onde estava. Olhou para dentro da habitação e como não viu nenhum movimento decidiu que estava na altura perfeita para sair daquele quarto.
Abriu a porta bem devagarinho, entrou, fechou a porta e sentiu o perfume natural do seu marido. O cheiro que ela mais amava no universo.
Deu passos leves e lentos para não fazer muito barulho, porém ao chegar ao meu do caminho virou em direção a cama onde o homem estava e parou bem pertinho dela.
"Porquê que tinhas de destruir a nossa família?", pensou ela.
Num pequeno impulso contido Seher mexe o braço de forma a aproximar a mão da sua cara. Quando estava prestes a tocar na barba do marido a mesma para pois vem a sua cabeça o dia em que o mesmo confessou o assassinato da sua irmã.
Ao retroceder a sua ação sente uma mão no seu pulso e sente-se a ser puxada para cima da cama.
Num segundo a mulher estava em pé pronta para ir embora daquela habitação e no outro segundo estava deitada em cima da cama por debaixo do corpo masculino com os olhos castanhos encarando-a.
- Seher. - Sussurrou ele admirado por ela estar ali.
- Yaman. - Diz quase sem voz.
Assim que Yaman ouviu o seu nome a ser pronunciado pela boca da sua esposa algo aqueceu no seu coração e vendo-a ela ali daquela maneira ele não conseguiu resistir e fez aquilo que queria a muito tempo.