Capítulo 75

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Felipe 👽

Cheguei na sala de aula e já fui encontrar os guri, fiquei mó cota conversando com eles até o professor chegar e começar a aula. Assim que a aula começou dei uma geral na sala procurando a Lis, mas nem sinal dela.

- Eii. - Chamei a Agatha e ela me olhou de lado. - Cê sabe se a Lis veio hoje? - Ela virou todo o rosto na minha direção e procurou rápido a Lis negando com a cabeça.

- Se tu que é o macho dela não sabe, imagina eu. - Ela apontou pra si mesma me fazendo rir. - Depois que ela tá contigo, mal liga pra as amigas.

Ela virou novamente a cabeça pra frente prestando atenção na aula, enquanto eu fiquei na minha tentando imaginar algum motivo que fez a Lis falta hoje.

Assim que sair da faculdade mandei uma mensagem pra Lis, aproveitando que ela tava online, mas ela só visualizou e não me respondeu, achei estranho e resolvi passar na casa dela antes de ir de vez pra empresa.

Bati na porta dela umas quatros vezes e nada de alguém abrir ou ela gritar um "Já vai" estava quase dando as costas e indo, quando a porta foi aberta e ela colocou só a cabeça na brecha da porta me olhando curiosa.

- Você? - Ela apontou pra mim e eu me aproximei mais dela, fazendo ela abrir a porta por inteiro.

- É... - Falei breve desviando o olhar do dela.

- O que cê tá fazendo aqui? Não vai para a empresa? - Ela perguntou curiosa como sempre, olhei pra ela novamente e a vontade foi de agarrar ela alí mesmo e matar a saudade desses dois dias

- Vou sim, só passei pra saber como você estava, te mandei mensagem hoje e você não respondeu e te liguei ontem e você não atendeu, fiquei preocupado. - Falei o acontecido e ela deu passagem pra minha passagem, entrei e esperei ela fechar a porta, e acompanhei ela ir ao sofá sentando no mesmo.

- É, eu vi depois sua ligação, ontem estava no hospital e... - Cortei ela antes dela terminar.

- Hospital? Você tá bem? - Ela riu do meu jeito um pouco afobado e concordou com a cabeça.

- Estava com a minha mãe mesmo... - Ela bufou colocando o cabelo atrás da orelha. - Ela passou mal por causa das medicações fortes. - Ela respirou fundo olhando para algum ponto fixo a sua frente. - Sinceramente eu não sei se minha mãe vai aguentar terminar todo esse processo, ela está tão frágil. - Enquanto ela falava vi seus olhos encherem de água.

- Não diz isso Lis, esqueceu que sua mãe é a mulher que mais enfrentou coisa e hoje tá aí, de pé? - Segurei nas mãos dela e logo ela me olhou novamente. - Ela vai conseguir passar, ela vai vencer mais esse processo, você vai ver meu amor. - Ela deu um sorriso breve sem mostrar os dentes, mas logo puxou as mãos das minhas enxugando uma lágrima que caiu em seu rosto.

- Mas qual o motivo da sua visita, e ainda essa hora? - Ela perguntou sem me encarar.

- Sentir tua falta hoje na faculdade, não sabia o que ao certo aconteceu e vim aqui pessoalmente saber. - Ela murmurou algo baixinho só pra ela e eu continuei na minha, quieto e encarando cada movimento dela. - Bom Lis, não sei ao certo o que te dizer depois de sábado...

- Não Lipe, não precisa dizer isso agora. - Ela me interrompeu, mas neguei segurando seu dedo indicador que estava a minha frente.

- Eu quero te falar isso, quero resolver essa situação chata que está entre a gente... - Desviei o olhar rapido pra qualquer lugar, pensando no que dizer. - Sei que errei, sei que tô no erro contigo, sei que fui um otário de ter te deixado lá na festa mesmo sabendo que você se esforçou pra ir comigo. Te peço desculpas pela minha atitude, te peço desculpas por não ter dado um freio na Isadora quando era necessário... - Respirei fundo encarando os olhos esverdeados dela. - Eu tô sentindo tua falta, falta das nossas noites grudentas, das tuas reclamações, de você, da tua companhia, esses dois dias tá maltratando demais.

- Felipe... Eu... - Ela levou a mão até a cabeça pensando em algo, depois me encarou sorrindo. - Eu sei que você não tava sendo o Felipe que eu conheço naquele momento, sei que você errou e sabia que você iria sentir minha falta... - Ela se convenceu como sempre. - Também sentir tua falta, nenê.

- Porra, tava nervoso aqui com tuas palavras. - Puxei ela pra um abraço e logo dei selinho em todo o rosto dela, antes de transformar realmente num beijo.

- Aí amor. - Ela reclamou quando apertei mais sua cintura pra mim. - Já tá bom grudinho, já matou a saudade. - Ela falou rindo e afastei meu rosto negando com a cabeça.

- A saudade só passa mesmo, depois de uma sentada maneira daquela que só você sabe dá. - Mordi o lábio inferior e ela me deu um tapa revirando os olhos.

- Você não tem jeito mesmo, cara. - Ela deu outro tapa no meu ombro e eu puxei sua mão beijando a mesma. - Mas vamos voltar pra realidade? Ainda temos que trabalhar.

- Queria mesmo era trepar. - Falei fingindo decepção e ela levantou me dando outro tapa na cabeça e eu rir mais ainda.

- Se controla garoto. - Ela fez cara feia e eu continuei rindo. - Você não era assim quando te conheci.

- Eu sempre fui, só não podia demonstrar de cara, você iria me achar um louco pervertido. - Ela concordou fazendo cara de óbvia. - Tá vendo? Eu conheço minha mulher.

Assim que chamei ela de minha mulher, ela se aproximou de mim e sentou no meu colo me abraçando toda felizinha.

- Sua o que? - Ela perguntou segurando meu rosto.

- Minha mulher ué, mãe dos meus guri, a mais ciumentinha e gata. - Falei todo bobo e ela riu toda boiolinha me fazendo gargalhar da cara dela. - Te amo, amor.

- Te amo, vida. - Ela me abraçou forte ficando mais alguns minutos assim no meu colo.

Mas como alegria de pobre dura pouco, ela levantou dizendo que ia se arrumar pra não atrasar, fiquei logo morgado quando ela lembrou que ainda tinha que resolver problemas dos outros na empresa, sendo que não sei nem cuidar da minha vida.

Não demorou pra ela aparecer toda gata com as roupas formais que ela usava pra ir a empresa. É incrível como tudo fica bem na Lis, qualquer roupa caí como luva em seu corpo e combina perfeitamente com sua personalidade.

A gente foi o caminho todo conversando e ela toda felizinha contando as novidades, e como ficou longe de mim por dois dias, quando percebi já tava sorrindo todo boiola por ver aquele sorrisão na cara da filha da puta. Mulher gata da porra, sortudo é pouco pae.

Meu oposto (Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora