Capítulo único - A carta

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Takemichi encarou todos a sua volta, todos estavam dormindo, mas ele já não conseguia, com um sorriso triste ele pega um pedaço de papel, enquanto dá o último gole de sua bebida, ele novamente sorri, mas dessa vez seus olhos se enchem de lágrimas, ele seca para que a carta fique boa e começa a escrever.

No outro dia Mikey é o primeiro a acordar, cansado, ele vê o papel branco dobrado, onde estava escrito com letras tortas "Só abra quando todos estiverem acordados", ele reconheceu a letra, estranhou o fato de parecer que aquilo foi escrito as pressas e se sentou esperando que todos acordassem.

Chifuyu se lembra de acordar duas vezes durante a madrugada, na primeira, ele, Baji e Kazutora estavam abraçados como bons amigos, ou mais, mas ele ignorou aquilo, o que lhe chamou a atenção foi a lanterna de um celular ligada enquanto seu "parceiro" bebia algo ao mesmo tempo que escrevia, ele também se lembra de perguntar se estava tudo bem e ouvir um - Sim - simplório, ele não notou o tom choroso que a frase foi dita por já estar acostumado e voltou a dormir. Na segunda vez ele viu o Hanagaki se levantar e caminhar em direção a porta, não sem antes pegar um dos cigarros de Shinichiro, ele estranhou aquilo, seu amigo sempre reclamava que aquilo matava, mas seu sono falou mais alto o dominando novamente. Agora ele se arrependia amargamente disto.

Hinata foi a terceira a acordar, vendo dois dos irmãos Sano já acordados, ela se sentou ao lado da melhor amiga, perguntando o que estava acontecendo e sentiu-se mal ao ouvir sobre a carta, sentia que algo estava errado, mas ignorou e esperou que todos acordassem.

Não demorou nem 30 minutos para que todos estivessem "de pé", e depois de muita discussão, foi escolhido que Naoto deveria ler a carta, por parecer o menos interessado naquilo tudo, ele, a contragosto, se levantou pedindo silêncio e se pôs a ler a carta.

- "Acho que se eu estivesse ai agora eu iria levar uma surra" - Ele falou em tom completamente diferente do tom divertido que Hanagaki escreveu - "Me lembro de uma vez escutar Chifuyu reclamando que Baji sempre fazia tudo sozinho" - Baji iria reclamar, mas o olhar acusador de Kazutora e de Chifuyu o calou - "Acho que ele ficaria bravo ao saber o que eu fiz" - A sensação de desconforto surgiu no peito do Matsuno, enquanto o de Hinata aumentou - "Então por favor me desculpe agora"

- Só eu que não estou entendendo? - O citado no texto de Takemichi perguntou confuso e ansioso recebendo uma negação de todos

- "Obrigado Naoto, por ter me ajudado tantas vezes mesmo que eu fosse um idiota" - Naoto não entendeu, eles quase não se falavam - "Vocês não devem estar entendendo nada, não é?" - O leitor apenas ignorou e continuou a ler - "Vocês sabiam que uma balança sempre tende a entrar em equilíbrio?"

- "Só vai direto ao ponto" - Draken disse enquanto Naoto lia o que estava escrito - "Calma Draken-Kun, tudo tem sue tempo" -Draken sentiu uma veia em sua testa saltar enquanto Emma e Mikey seguravam o riso - "Sabiam que o universo é uma grande balança?" - Alguns lembraram de alguns momentos em suas vidas em que o Hanagaki sempre estava por perto para salvá-los - "Até 2017 eu não acreditava em super-poderes" - Todos estavam confusos, a narração e o vai-e-vem de lembranças de "coisas que nunca aconteceram" estava deixando-os ansiosos e com uma sensação enorme de perda - "Até o dia em que fui empurrado na plataforma do trem por meu amigo Akkun" - Todos arregalaram os olhos, Akkun encarava as próprias mãos com a lembrança do ocorrido rodando em sua mente - "Não o culpo por nada, na época ele estava sendo ameaçado por uma pessoa" - Baji de certa forma sabia a quem Takemichi se referia, ele demorou muito para confiar em Kisaki e agora segurava a vontade de dar um soco em seu rosto - "Naquele momento eu pensei que fosse morrer, mas quando vi, estava 12 anos no passado" - O "grupo" que era amigo de Takemichi mesmo antes da Toman se lembrou do momento

Até a nossa próxima vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora