Batimentos, por favor

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(...) prevalecer esse conhecimento a todos é mais que necessário. Lidamos com vidas e nosso juramento é dar tudo que temos para manter a sociedade saudável e viva.

Dar a todos o direito de escolha é o mínimo que podemos fazer. Essa pesquisa não serve para ir contra nossa natureza e nem para ocultá-la. É nada mais que uma forma justa e segura de viver em sociedade.

É um direito de ir e vir que todos necessitam. É liberdade. É uma escolha.

Mesmo tendo a cura para o imprinting, eu, como cobaia primária, ainda sim defendo minha natureza e dou a mim a escolha de permanecer com meu imprinting, mesmo com riscos, mesmo que daqui alguns anos meu parceiro possa olhar para mim e querer acabar com tudo que temos.

Eu me dou o direito de escolha. E ter essa escolha e a cura não significa que todas as pessoas que sofreram um imprinting irão querer desfazê-lo.

Atribuía essa pesquisa a todos que precisam de uma nova chance de viver. A todos que pensam que suas vidas acabaram por não terem quem sua natureza pede.

Essa pesquisa é para todos aqueles que precisam virar páginas em suas vidas e superarem suas dores.

É para aqueles que querem escolher acima de tudo, o seu bem-estar.

Jinyoung mordeu o lábio, afastando o notebook, enquanto sentia os olhos julgadores do noivo sobre si.

Ele estava em pé, com os braços cruzados ao seu lado, cuidando-lhe enquanto terminava de ler o artigo, sendo obrigado a sentar em frente a escrivaninha que Jaebeom sempre ficava.

"Não vai ler o resto?", Jaebeom perguntou um tanto cínico, olhando Jinyoung como se o desafiasse.

O ômega queria abrir um buraco no chão e se enfiar nele para nunca mais sair. Que vergonha! Que vergonha!, pensava enquanto fugia do olhar alheio.

"Acho que já entendi!", sussurrou, sustentando o resto do seu orgulho.

"Já que entendeu, agora você vai arrumar toda essa bagunça de roupas e malas, e guardar tudo no lugar, de onde nunca deveria ter saído."

Jinyoung apenas acenou em silêncio, remoendo tudo que havia pensado e dito.

Fez o que Jaebeom havia falado em silêncio, cuidando vez ou outra o alfa que ficou em frente ao notebook, digitando coisas sem parar.

Arrumou toda a bagunça que fez, sentando na beirada da cama e encarando seus dedos, principalmente o anel de noivado.

"Eu gosto do que temos", começou baixo. Jaebeom permaneceu de costas para si, mas já não digitava mais. "Eu não quero perder essa ligação, Jaebeomie. Eu tenho medo de perder."

"O que eu já disse para você?", Jaebeom girou a cadeira calmamente, encarando Jinyoung baixou o olhar segundos depois. "Você precisa confiar em mim."

"Mas eu confio!", o ômega se apressou a dizer. "Eu só... só não consigo me livrar dessa sensação", admitiu com pesar.

"Que sensação, amor?", Jaebeom levantou-se, indo até o ômega e se ajoelhando em frente a ele.

"Eu sei que você não é como ele, e nunca vai ser, mas... essa insegurança parece que está cravada em mim e não vai embora."

"Você tem medo de eu te deixar?"

Jinyoung acenou, respirando fundo e tentando conter o choro preso na garganta.

"Eu sei que é idiota... que eu sou só um inseguro ridículo, mas-"

As Aparências EnganamOnde histórias criam vida. Descubra agora