43- Patroa

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Dandara

Quatro dias havia se passado, o clima na casa estava pesado, não esperava menos depois da notícia que todos tiveram que suportar, a casa interna estava de luto.

Eu estava quase recuperada do meu pé, já conseguia andar mais do que só ir até o banheiro, sai do quarto e me deparo com o Jamal na porta do quarto da Ana, pelo visto não fui a única a passar esses dias no quarto. Depois que os amigos da Ana souberam o que aconteceu, eles se revezaram para tentar conversar com a Ana, principalmente o Jamal, todos os dias ele está aqui, sempre escuto ele tagarelar tudo sobre a escola ou as coisas que aconteceu com ele, acho que até me acostumei a escutar também.

__ Você não deveria está fora da cama, sabe disso. - Martin diz ao me ver descer as escadas.

__ Eu tô bem. - digo sentando ao seu lado no sofá. __ Como anda os negócios? O Oscar não quis me contar nada - Pergunto para o Martin.

__ E porque você acha que eu contaria? não se preocupa, o Assombrado tá cuidando das coisas. - Ele diz pegando o celular que tocava no seu bolso. __ Por falar nele.. - Ele diz mostrando a tela do seu celular. __ Ela está bem. - Escuto o Martin falar, provavelmente de mim.

__ Vocês deveriam me falar alguma coisa, eu quero fazer algo pra ajudar. - digo assim que Martin desliga a chamada.

__ Calma Dan, tudo tem seu tempo. - Ele diz levantando. __ Quer comer alguma coisa? - Ele pergunta indo até a cozinha.

__ Quero um sanduíche, na verdade dois. - digo para ele que concorda.

__ Seus sanduíches estão na mesa, tenho que resolver algumas coisas em casa agora. - Martin diz saindo e antes que fechasse a porta o Jamal grita descendo as escadas.

__ Pode me dar uma carona? Não precisa me deixar em casa, mas se quiser não vou reclamar. - Jamal diz para Martin.

__ Tá, eu te levo. - Eles saem de casa.

Pego os dois sanduíches e subo até o quarto da Ana, ela estava afastada ainda mais de mim, antes ela fazia isso, mas ainda sim conversávamos.  A Ana ficou abalada e eu não pude fazer nada, ela não quis nem a visita da nossa mãe, pra falar a verdade eu também não queria.

__ Ana? - Chamo ela e em seguida tento abrir a porta e me surpreendo por ela está aberta.

Esse tempo todo ela deixou a porta aberta, mas nenhum dos amigos dela tentou abrir.

__ Te trouxe sanduíche. - digo entregando para ela e sentando ao seu lado na cama.

__Valeu - Ela recebe. __ Como tá o seu pé? - Ela pergunta olhando para ele.

__ Ele tá bem, mas e você? - Pergunto e a vejo baixar a cabeça.

__ De primeira eu pensei em passar toda a minha vida aqui nesse quarto, mas isso não vai trazer o abuelo de volta e acho que ele iria querer que eu seguisse em frente, que demonstrasse que sou forte e que amadureci. - Ana diz ainda de cabeça baixa, apesar do seu cabelo cobrir o rosto, notei que lágrimas caia do mesmo.

__ Acho que é exatamente isso que ele iria querer que a gente fizesse, mas que a gente sempre se lembre das coisas boas. - Digo colocando todo o seu cabelo para trás e secando as suas lágrimas.

__ isso aconteceu com o abuelo e pode acontecer com você, ele sofreu um acidente de carro, mas quem garante que não foi alguém. Talvez você não dure tanto quanto ele durou e aí eu vou ficar só ou quem sabe ir primeiro do que você, eu... só estou com medo. - Eu poderia enxergar o medo em seu olhar.

Tão perigosa quanto você (Oscar Diaz)Onde histórias criam vida. Descubra agora