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Alerta: Podem conter gatilhos para quem já passou por algum relacionamento abusivo e/ou é sensível ao tema.

Boa Leitura!

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Lily Evans sempre se considerou uma romântica incurável.

Desde pequenininha sonhava com príncipes encantados e amores dignos de novelas.

Com o tempo sua ideia acerca do amor foi se amadurecendo. Não sonhava mais com aqueles personagens perfeitos, mas ainda sim esperava encontrar um grande amor. Daqueles avassaladores que sempre lia nas páginas amareladas de seu livro favorito - Diário de uma paixão de Nicholas Park, se perguntava se um dia encontraria seu Noah Calhoun. Logicamente a garota esperava que não viesse junto as atribulações que o casal da obra enfrentou para conseguir viver sua paixão. Ela queria na verdade um amor tranquilo com alguém que fosse seu melhor amigo. Uma pessoa que a amasse com todo seu ser e que acima de tudo a respeitasse.

Lily sempre foi uma criança alegre, porém no período da escola isso quase mudou. Ela era constantemente motivo de brincadeiras e piadas por seu jeito imaginativa e seu coração sonhador. Enquanto a garota andava pelos corredores do colégio com o braço cheio de livros, as outras crianças corriam pelo pátio rindo alegres, brincando umas com as outras.

Naquela época não possuía nenhuma amizade. Quase todos a achavam estranha e adoravam a lembrar disso. Foi só no final do ensino médio que isso mudou. Não, as crianças não passaram a gostar dela, mas ela encontrou suas duas companheiras que a fariam companhia nesse mundo bizarro - Marlene McKinnon, que tinha recentemente se mudado com sua família para aquela pequena cidade do interior de Londres e agora estudavam juntas; e Alice Granfors, um ano mais velha que as duas garotas e que elas só conheceram por ela ser capitã do time de vôlei da qual Lene também fazia parte.

As três se tornaram rapidamente inseparáveis. Festas de pijama intermináveis. Segredos sussurrados. Sorrisos trocados. Era engraçado pensar como as coisas aconteciam. Como que de uma hora para outra a ruiva encontrou duas irmãs com quem ela compartilhou tanto.

Foram elas que estavam ao seu lado no primeiro coração partido. Foram elas que a acolheram quando seu pai recebeu o diagnóstico de câncer, a abraçando e dizendo que iriam permanecer com ela a cada instante. Foram elas também que estavam ao seu lado quando ele, finalmente, entrou em remissão e ela foi capaz de respirar outra vez.

Quando Lily estava no fundamental, uma vez chegou em casa chorando. Foi direto para o colo de seu pai e o abraçou forte o perguntando porque nenhuma criança gostava dela.

- O que tem de errado comigo, papai? Ninguém quer seu meu amigo. Perguntava ao mesmo tempo que fungava. - Eles me odeiam.

-Filha, não tem nada de errado com você. As pessoas são assim... julgam quem é ou pensa diferente deles. Respondeu enquanto a envolvia em seus braços, passando uma segurança que apenas ele era capaz. - Agora se tem um conselho que eu posso te dar é que nunca mude por ninguém, nunca mude sua essência. Seja sempre você mesma, autêntica com seu jeitinho. É claro que a vida mesmo vai fazer questão de te fazer passar por mudanças, por amadurecimentos como faz com qualquer um. Lá na frente, meu bem, quando você estiver bem mais velha, essas crianças que hoje implicam com você não vão mais fazer diferença na sua vida. Então, eu te pergunto: vale apena mudar quem você é por elas?

Lily ainda lembrava da voz carinhosa de pai conversando com ela e queria se bater por não ter dado ouvidos. Porque foi durante seu segundo período da faculdade que ela se envolveu com Edgar Diggory. No começo tudo parecia maravilhoso, ele agia como um perfeito cavalheiro, além de ser muito carinhoso com ela. O relacionamento deles avançou muito rápido e de maneira muito intensa, e quando ela menos esperava estava tão envolvida que não foi surpresa quando ele a convidou para morarem juntos e ela aceitou.

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