01. nouvel étudiant

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Os olhos castanhos lhe encaravam com ternura. O toque em sua mão parecia tão verdadeiro que ele se sentiu confortável segurando-o. Os dois corpos estavam próximos, mas não o suficiente para ele.

— César...

A voz tinha um sotaque carioca, mas isso não a deixou menos intensa para os ouvidos do Cohen. Ele não reconhecia o rosto ou qualquer coisa daquela silhueta.

Só o que sabia era que se sentia em casa ao lado dele. Era o suficiente.

Uma das mãos livres do outro foi levantada e com cuidado, ele foi tocado no rosto. César nunca sentiu nada parecido antes. Tudo parecia tão real...

Ele engoliu a seco e fechou os olhos, se aproximando da silhueta. Apertou sua mão e se preparou mentalmente. Sua cabeça gritava de ansiedade, mas ele não parou. Seu corpo estava arrepiado da cabeça aos pés.

Ele se aproximou ainda mais e... Nada. Nada aconteceu. Um silêncio mortal se fez presente, e ele já não sentia mais aquele toque suave.

César abriu os olhos, dando de cara com Arthur. O heterocromático estava o encarando fixamente, inclinado sobre ele. Ao perceber que o acordou, sorriu e se afastou.

— Pensei que fosse dormir até amanhã! — Ele brinca, saindo da visão de César. — Melhor levantar logo ou nós vamos nos atrasar.

Cohen resmunga e se senta, coçando os olhos com uma certa força. Seu corpo ainda está pesado e ele ainda está com sono demais para dizer qualquer coisa.

Agora que o Cervero voltou para sua visão, ele percebe que o baixinho abriu as janelas e está pegando algumas roupas do chão. Sabe que não precisa, mas faz mesmo assim. César sorri fraco e se força a levantar, pondo uma das mãos sob as costas alheias. Arthur para e o olha.

— Eu faço isso, não se preocupa. — A voz está rouca e arrastada como de costume. Um estranho teria medo dessa vez caso a ouvisse no escuro, mas Arthur não.

César se abaixa e começa a pegar as roupas da mão do meio-irmão com cuidado, levantando-se logo em seguida e indo até o banheiro de seu quarto. Ele joga as roupas no cesto e para na porta, vendo o outro o esperando.

— Vou estar na cozinha, se precisar de algo. — Cervero diz simples, sorrindo para ele. Só sai quando o outro diz que entendeu, o deixando finalmente sozinho.

Cohen volta para o banheiro para acordar de vez. Primeiro, se olha no espelho, percebendo que não foi uma boa ideia passar a madrugada em claro. Suas olheiras estão mais perceptíveis. Suspirando, joga uma água no rosto e esfrega seus olhos mais uma vez.

Penteia os longos cabelos negros logo em seguida, fazendo uma anotação mental de que precisa lavá-lo quando voltar do colégio. Amarra o cabelo em um rabo de cavalo frouxo e por fim, escova os dentes com sua escova nova - já que a velha foi destruída por Jennifer, sua gatinha.

Saindo do banheiro, ele fecha a porta do quarto e vai para o armário. Depois de encarar as roupas por alguns instantes, decide vestir o de sempre; uma camiseta da sua banda favorita - Twenty One Pilots -, uma blusa preta de gola alta e mangas longas, um casaco por cima. Veste também uma calça jeans preta qualquer e pega seus coturnos pretos. Se olha no espelho longo do quarto e se dá por satisfeito.

Pega a mochila e sai do quarto, quase tropeçando em Jennifer. A gata, que dormia, se afasta miando. Provavelmente procurando por Arthur. Ele segue até a cozinha, encontrando o meio-irmão, seu pai Christopher e seu padrasto, Brúlio. Os dois homens estão sentados na mesa bebendo do café que o membro de gangue fez, enquanto Arthur termina de fazer dois pães.

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⏰ Última atualização: Oct 08, 2021 ⏰

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Alma gêmea. (Samuaiser)Onde histórias criam vida. Descubra agora