Expresso

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Toni POV

Meus dedos já estão doendo de tanto escrever, minha bunda nem se fala.

Quando vou poder ter uma vida sossegada? É só isso que se passa pela minha cabeça no momento.

Não vejo a hora de chegar em casa, tomar um bom banho, ligar para Betty ou talvez chamar ela para brincar comigo.

Olho para meu relógio, dezesseis horas. Fico levemente feliz ao ver o horário, algo bom para me distrair, finalmente.

Ando até a cozinha mais próxima, não é uma cozinha idêntica a uma de casa, é mais uma cozinha para os funcionários da empresa utilizarem. Esquentar ou fazer almoço, comer um lanche da tarde e claro, prepararmos o café da chefe. Antes era algo que ela pedia para qualquer pessoa, sem nem olhar na cara da pessoa, achava duro com o pobre coitado, mas assistir ela fazendo isso era maravilhoso. Até que um dia, ela me pediu para mim fazer seu café, lhe entreguei normalmente, depois disso, ela nunca mais pediu para ninguém fazer seu café, além de mim. Me senti especial, confesso, e ainda me sinto até hoje.

Ela é a dona dessa empresa, administra praticamente tudo sozinha. Quando você olha o nome da empresa, já vem "Cheryl", em sua mente. Esse é seu poder.

As pessoas que trabalham para ela, não possuem muito contato, é apenas o necessário. Ela é aquela mulher, reservada, séria, extremamente profissional e muito, sensual.

Eu sou a única que possui mais contato, talvez porque meu cargo requeira isso, mas uma parte de mim, acha ou deseja, que tem algo além disso É um bom emprego, me pagam bem, colegas (até) bacanas, várias coisas boas inclusas e claro, tenho ela como chefe.

Termino de preparar o café, está com seu típico cheiro, é suave e muito gostoso. Sigo até a sala de Cheryl, dou uma leve batida na porta de madeira a minha frente e aguardo sua resposta.

- Pode entrar. -diz com seu típico tom de voz firme.

Sua voz é mais uma coisa a ser admirada, é grossa no tom certo e doce. É uma mistura estranha, mas, que nela, o estranho vira perfeito.

- Não vai entrar!? -ela não está irritada, mas quer seu café logo. Tenho que parar de viajar toda vez que penso nela.

Abro a porta com cuidado e vou até sua mesa. Coloco seu café preto ao lado de um retrato com duas pessoas, que não faço a mínima ideia de quem são, mas minha curiosidade aguça para descobrir.

Ela está séria, digitando algo em seu computador, ela não olha para mim, na verdade, quase nunca olha. Só quando são assuntos importantes a serem tratados e isso é um tanto quanto frustrante.

Hoje está com um terno elegante, um salto fino em seus pés, um colar simples, mas delicado no pescoço. Seu cabelo ruivo e liso, preso em um coque desajeitado, que mais cedo, estava perfeitamente arrumado. Seus olhos são tão escuros quanto o abismo, para mim, às coisas tem cores. O abismo, um preto jamais visto, que quem visse, com toda certeza iria invejar e querer ter para si. A bochecha corada, talvez seja pelo frio. Essa cidade maldita faz muito frio, mesmo no verão. Como pode isso?

Seu perfume amadeirado se mistura com o do café recém preparado e por um breve momento, me permito degustar.

- Pronto, senhorita? Pode voltar ao que estava fazendo, por gentileza. -sinto meu corpo se arrepiar, ela fez contato direto comigo, seus olhos olharam para os meus. Me sinto um tanto desconcertada, tímida.

Belisco meu dedo involuntariamente e peço desculpas, mas não olhando para ela, e logo me retiro. Deus, por que sou assim?

[...]

Finalmente em casa, depois de um longo dia produtivo e cansativo, de trabalho. Me deixei relaxar no banho bem quente, com o frio que está fazendo não era de menos.

Vou até a cozinha e coloco água no fogo. Como estou com preguiça de cozinhar, vou fazer meu velho e bom, espaguete, que me acompanhou diversas vezes nas madrugadas da faculdade.

Me jogo no sofá e ligo a TV. Fico procurando por algo interessante, mas falho. Por que ainda pago por isso, se não passa uma coisa que preste?

Sem mais opções, ligo para Betty, que tarda a atender e chamo ela para jantar aqui em casa. Uma distração, é só o que eu preciso.

[...]

Termino de colocar a comida na mesa, e Betty continua apertando furiosamente a campainha. Ela não sabe esperar! Que mulher impaciente.

- Se você quebrar minha campainha, vai pagar por uma nova e cara! -caminho devagar até a porta só para irritar mais um pouquinho e escuto sua "fúria" por trás da porta.

Ficamos conversando um pouco, jogando conversa fora, sabe? Mas, como é Betty, não demorou para que quisesse comer.

-Quer muito ou pouco? -pergunto para a mesma, que está largada no balcão da minha cozinha. Sexy.

-Ah, pode ser pouco. Comi um hot dog enquanto vinha para cá. -sorri, claro que comeu, né.

Faço seu prato e em seguida faço o meu. Eu realmente arraso fazendo macarrão!

Betty é uma ótima amiga, na verdade, está mais para uma amizade colorida.

Nós conhecemos no ensino médio, para ser mais precisa, em uma discussão onde uma menina, sem cérebro, estava a insultando por ser bissexual e eu fui lá e a defendi.

Ela é bem bonita, não digo isso só porque ela é minha melhor amiga e nos pegamos às vezes. realmente muito linda. É porque ela é

Seu cabelo é loiro, de tamanho médio.

Tem várias pintinhas pelo corpo, tem olhos verdes, absurdamente linda.

Tem várias tatuagens no braço, que invejo pois queria ter também, mas não tive coragem ainda para fazer e um piercing na sobrancelha esquerda.

Dona da porra toda, vamos falar a verdade né.

[...]

- Enfim, consegui um emprego de meio período numa lojinha perto de casa. Minha loja de tatuagem vai vir, logo, logo. -falou com aquele brilho nos olhos. Me senti um tanto orgulhosa.

-Isso é ótimo! Estou muito feliz por você. Quando a loja abrir, eu quero ser a primeira cliente, viu!?

-Pode deixar, senhora! Vai ser a primeira de muitas, bebê.

[...]

tds os créditos a sunshinews_  💖✨

Minha doce e sádica mommyOnde histórias criam vida. Descubra agora