Tem flor que não se cheira

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Atingindo seu limite
Você diz que está atingindo seu limite
Ultrapassando seu limite
Mas eu sei que você não consegue abandonar
Alguma coisa em mim
Te deixou viciado em meu corpo
Te leva para cima e para baixo
E te dobra como um origami

(Fetish – Selena Gomez)

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Alexia seguia o mestre queimando de ansiedade, rumo à arena abandonada onde treinavam. Não conseguia parar de falar e fazer perguntas ao pisciano, que respondia pacientemente a cada uma delas. Depois de dias de treinamento intensivo para condicionamento físico, ela finalmente aprenderia algo diferente – ou pelo menos um pouco diferente. Durante o café da manhã, Albafica dissera que começariam o treino de arremesso.

- Mestre, e quando vou poder entrar no jardim de rosas diabólicas? – perguntou ela, nesse ponto, haviam acabado de chegar na arena. Ainda não tinha entendido o que era necessário para poder colocar os pés naquele bendito jardim, sentia que só seria aprendiz de peixes de fato quando fosse digna de entrar lá, mas até então, nem sinal desse dia chegar.

- Já lhe disse Alexia, as rosas são muito perigosas. Elas serão introduzidas pouco a pouco ao seu treinamento quando você tiver mais resistência. – explicou ele, enquanto iam para as ruínas das arquibancadas – Então por enquanto, vamos usar rosas comuns. – continuou, apontando a cesta que trazia consigo.

Alexia fez um bico contrariado enquanto apertava as ataduras em torno das mãos. Desde que se machucara, Albafica lhe sugeriu que as usasse sempre durante os treinos, como uma proteção a mais. Sentia-se uma verdadeira guerreira ao usá-las, e as olhava com carinho, lembrando-se dos cuidados que o mestre tivera com seus machucados, graças à ele se recuperou rápido. Apesar de gostar desse zelo, às vezes tinha a impressão que ele lhe dava muitas colheres de chá, o que a deixava impaciente. Alexia não gostava de coisas gradativas, na verdade, não entendia a importância e benefício de ir com calma, ela queria começar pelo mais difícil, mesmo que sofresse mais por essa escolha. E também, havia uma parte muito chata dentro dela – a parte da insegurança – que insistia em tentar lhe convencer de que ele não confiava na força dela, e por isso não exigia muito. Mas a parte racional sabia que não era verdade, então ela sacudia a cabeça e focava no que realmente importava: dar o melhor que podia.

- Vamos começar com o arremesso comum, depois, com o cosmo. Vou demonstrar, preste atenção. – falou ele, pegando algumas rosas da cesta e indo para o centro da arena.

Ela adorava aquelas demonstrações de Albafica, porque era simplesmente incrível. Assistiu empolgada ele se posicionar em ataque, segurando as rosas entre os dedos. Ele não usava a armadura dourada de Peixes, mas nem precisava dela para exalar aquela elegância e poder, Albafica era imponente por si só. Ele apontou algumas rochas, indicando para ela onde mirava, e pronunciou algumas palavras que, sinceramente, Alexia não prestou atenção. Estava ocupada demais o admirando para isso, o corpo alto e forte, os cabelos balançando com o vento... Depois de falar, ele elevou um pouco o cosmo, não era um terço de seu poder, mas Alexia sentia-se arrepiar. O cosmo concentrava-se nas mãos, e então rápido como um tiro e sem demorar-se em mirar, Albafica as arremessou, todas de uma só vez – e não errou um alvo sequer. A morena observou quase sem respirar as pedras, que eram os alvos, espatifarem em pedaços ao serem atingidas pelas flores. Nesse ponto, não sabia o que a deixava mais boba: a elegância daquele homem ao lutar, ou sua força.

- Entendeu como funciona? É isso que você será capaz de fazer. – disse ele ao terminar, virando-se para ela enquanto batia uma mão na outra – Alexia?

- Sim, entendi – respondeu ela, despertando do estado de transe que se encontrava.

- Então venha até aqui e posicione-se. – pediu ele, ao que ela prontamente obedeceu.

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