Psiquê

Capítulo 2

Naquela hora, Yoongi situava-se em sua sala na agência analisando alguns relatórios no notebook, até que Taehyung chegou em sua sala usando seu terno azul que caia bem em seu corpo e com a alça da bolsa em um dos braços, enquanto suas mãos estavam ocupadas carregando dois copos de café.

- Bom dia, meu parceiro Yoongi! - cantarolou.

O homem mais velho ergueu seus olhos, desviando-os da tela.

- Bom dia! Chegou atrasado e eu fiquei aqui trabalhando sozinho.

- Peguei um trânsito danado, acredita?! Mas prometo não demorar de novo. - Deixou sua bolsa em cima da mesa, assim como seu café e entregou o outro para seu parceiro de investigação, que agradeceu. - Sei que você morre de saudades de mim se eu não aparecer na agência.

- Óbvio que não. - Yoongi revirou os olhos retirando a tampa do recipiente deixando sobre a mesa e levou-o até seus lábios. Era café meio amargo do jeito que gostava.

O detetive Kim foi em direção ao armário, o local em que ficavam guardadas pastas e documentos de casos criminais.

Após ter pego o necessário referente ao caso que estavam responsáveis - o da máfia de entorpecentes - ele voltou à sua mesa, que foi colocada especificamente para ele em um canto da sala, próximo a parede de cor creme no lado esquerdo de onde ficava a mesa do amigo, e sentou-se na cadeira já iniciando seu trabalho de análises.

O gabinete que antes era só de Yoongi agora se tornou praticamente dos dois.

Taehyung não saiu mais de lá, mesmo tendo sua própria sala que dividia com outros agentes novatos, para facilitar o trabalho de ambos e aproveitar a inteligência do Min para sanar suas dúvidas. Além de que, podiam conversar à vontade sobre assuntos que não envolviam o profissional, e graças a isso, se tornaram muito próximos.

- Conseguiu alguma informação daquele garoto com quem você ficou conversando na boate? - indagou sem fitar o Kim, verificando um relatório.

- Jungkook, esse é o nome do garoto. Já se esqueceu? Você está se esquecendo das coisas bem rápido, heim!... Deve ser a velhice - brincou sorrindo.

- Não estou velho só porque esqueci de um simples nome, Tae.

- Aham, sei! Mas respondendo sua pergunta, descobri alguns fatos sim.

- E o que seria? - Olhou para ele, curioso.

- Sabe aquele homem bonitão com quem você esbarrou?

- Ele esbarrou em mim - contestou seriamente.

- Tanto faz! - Revirou os olhos. - Continuando... Ele e Jungkook são irmãos.

- Os dois? - indagou franzindo o cenho. - Eles nem se parecem assim.

- São filhos da mesma mãe, e de pais diferentes, Yoongi. O Park trabalha em Psiquê há mais tempo que o irmão dele. Já está lá há mais ou menos três anos e é gerente da boate.

- Huum! - Yoongi se recostou em sua cadeira estofada, apoiando a mão no queixo, analisando o que o outro lhe disse. - Interessante. É provável que eles devem saber de muita coisa.

- Foi o que pensei, entretanto, por que Jungkook diria essas coisas para mim?! Afinal, ele deu informações pessoais a um desconhecido, mesmo que mínimas.

- Pode ser que ele ficou interessado demais em você, focado em seus flertes a ponto de ficar respondendo suas perguntas sem nem perceber. E ele nem sabe que você é da polícia, Tae.

- Pode ser. Então acha que devemos ficar atentos neles? - Deu o último gole de seu café, e sem sair de onde estava sentado, jogou o copo no cesto de lixo.