One

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A porta da frente se abriu lentamente, deixando parte de sua silhueta ser vista do lado de dentro da casa. Tobirama suspirou antes de entrar completamente, suas juntas presas, as costas e músculos implorando por descanso. Se esticou um pouco antes de deixar os sapatos sobre o tapete em frente à porta.

— Tadaima!

— Okaeri! — disse uma voz no interior da residência e o Senju sorriu ao constatar que mais uma vez ele ainda estava ali

Se dirigiu preguiçoso até a sala de estar, passando pelo corredor até ter a visão do cômodo perfeitamente arrumado, como sempre. Izuna sempre teve a síndrome do perfeccionismo, então mesmo que estivesse cansado do trabalho ou qualquer outra coisa, organizaria o aposento até não sobrar um fiapo de poeira.

O moreno estava sentado no sofá, as costas relaxadas e encostadas no tecido negro, as pernas cruzadas enquanto um dos pés se remexia agitado, seus olhos atentos somente às páginas que lia. O mais alto sorriu, se aproximando cautelosamente e se sentando ao seu lado. Conseguiu atrair a atenção dele quando pôs o dedo no meio das páginas, baixando o livro de sua vista e fazendo as orbes ônix se virarem para seu rosto.

Izuna riu soprado antes de passar o braço mais próximo por seu ombro, o trazendo para perto e Tobirama pôs seu rosto na curvatura de seu pescoço, fazendo o nariz roçar nos cabelos mais curtos da nuca.

— Como foi no trabalho? — o Uchiha perguntou

— Como sempre.

Ele riu novamente.

— Você sempre fala isso.

— E você? — se distanciou dele para o ver novamente — Não me diga que passou o seu dia de folga organizando os banheiros da casa?

— Não — ele respondeu prontamente, fazendo cara de nojo e o Senju sorriu mais largo

Ele poderia organizar a casa inteira, um lugar onde ele não iria tocar em nada sem no mínimo uma luva era o banheiro.

A mão de Izuna que estava em seu ombro subiu pelo pescoço até a nuca, fazendo uma carícia ali e o albino levou o rosto pra frente, no intuito de o beijar, mas a mão que ele colocou entre as duas bocas o impediu.

— O que foi? — perguntou confuso

— Está com bafo.

— Estamos casados à dez anos e você ainda se importa com isso?

— Óbvio? — ele respondeu indignado e Tobirama revirou os olhos diante das ações dele 

— Tudo bem — disse, derrotado enquanto saía de cima dele e seguia em direção a um corredor da casa, pronto para escovar os dentes — Mas quando eu voltar, quero muitos beijos e abraços, okay?

Escutou somente o silêncio por um bom tempo, mas logo ouviu um murmúrio.

— Você pode ter mais que uns beijos se quiser...

Sorriu enquanto corava e se dirigia ao banheiro, feliz por passar por mais um dia de trabalho inteiro e finalmente ter chegado em casa.

CarinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora