Capítulo 71 - Oliver

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Saí da casa de Sofia desnorteado com a revelação que ela havia me feito.

Enquanto dirigia, não conseguia deixar de pensar no quanto havia sido tolo. Apesar de tudo, eu acreditava que os anos que vivi casado com Denise haviam sido verdadeiros e que pelo menos por um tempo, fomos felizes, mas agora, sabendo que tudo não havia passado de uma mentira, eu me sentia completamente derrotado.

Doía saber que foram seis anos da minha vida, fiel a uma pessoa que foi capaz de me trair com o meu próprio irmão.

Estacionei a BMW em frente à entrada da casa. O bairro era escuro e as casas vizinhas estavam no mais perfeito silêncio. Me aproximei da porta e toquei a campainha. Denise a abriu instantes depois, vestindo uma camisola preta de cetim:

― Oliver –Ela olhou para mim, não parecia surpresa- Por alguma razão, já esperava sua visita. –Ela me deu as costas e deixou a porta aberta para que eu entrasse.

A fechei atrás de mim e fiquei observando enquanto ela se sentava no sofá da sala, completamente serena:

― Eu descobri tudo. –Disse, sentindo um desprezo enorme dentro de mim.

― A Sofia não aguentou mesmo ficar de boca fechada, em? –Ela olhou para mim de relance.

― Como você pôde fazer isso comigo? –A encarei, procurando entender o motivo de tudo aquilo.

― Oliver, não vou pedir desculpas, por que não me arrependo do que fiz.

― Nós tínhamos uma família! –Esbravejei- E mesmo assim, isso não te impediu de ir para cama com o meu irmão!

― Não deveria me culpar –Ela se levantou, parando diante de mim com desaforo- Você nunca estava em casa, Oliver! Estava sempre viajando, sempre ocupado com o trabalho, o que você queria que eu fizesse, que ficasse te esperando?

― Não seja rude! Eu fiz tudo por você nos seis anos em que fomos casados! –Alterei a voz e ela me encarou surpresa, provavelmente não esperava que eu fosse reagir assim. Coloquei as mãos nos bolsos da minha calça, respirando fundo- Quando vocês começaram a ficar juntos?

Ela baixou a cabeça, sem conseguir me encarar:

― Me responda, Denise! –Segurei em seu braço, o apertando com força.

― Pouco tempo depois que nos casamos... –Ela sussurrou e eu a soltei.

― Não acredito que te amei um dia –A encarei com total desprezo- Não pensei que eu pudesse te odiar ainda mais, você me dá nojo. –Me virei, não ganharia nada continuando ali.

― Eu ainda sou a mãe dos seus filhos! –Ela disse, me fazendo parar- Quero a quantia em dinheiro que é minha por direito. –Me virei para olhá-la.

― Você não tem direito a nada! –Rosnei- Não pense que pode me ameaçar e sair ilesa, assim como fez à Sofia e se você ainda não está na cadeia, saiba que foi porque ela me pediu para que eu não fizesse isso, mas estou seriamente pensando em reconsiderar essa decisão. –Ela desviou o olhar, quando percebeu que eu estava falando sério- Você voltou pelo dinheiro, não foi? –Sorri- Você não vale nada Denise e eu juro –Me aproximei mais, tentando intimida-la- Se você ousar se aproximar dos meus filhos ou da Sofia, eu não vou pensar duas vezes antes de te colocar na prisão, não vou avisa-la outra vez. –Pelo seu olhar, percebi que havia conseguido ser bastante convincente.

Depois de sair dali, dirigi para minha casa, me perguntando onde a mulher pela qual eu havia me apaixonado um dia, havia se enfiado, desse nova Denise, eu só conseguia sentir ódio e ao mesmo tempo pena, por ser uma pessoa tão vazia.

A Babá dos meus FilhosOnde histórias criam vida. Descubra agora