Psicológico

50 5 260
                                    

Pov Rhuan

- Eu, não, aguento, mais, ser, encalhada! - Deborah fala enquanto bate com a testa na parede.

- Veja pelo lado bom, estamos encalhadas juntas! - Moh fala enquanto rabisca algo no caderno.

- Mas, pensem que a mais nova do grupo é a que começou a namorar primeiro, isso não é nada bom para a visibilidade de vocês. - Digo jogando a bolinha que estava na minha mão pra cima e a pegando novamente.

- Eu vou pegar essa bolinha e enfiar em um lugar onde não chega luz solar Rhuan. - Deborah joga uma almofada em mim.

- Grossa! - Digo.

- Vamos ser as tias solteironas! Quando tivermos uns 40 e pouco compramos um iate e vemos o planeta se deteorizar em cinzas. - Gabi diz enquanto ganha outra partida em um jogo qualquer.

- Primeiro! Que visão mais horrenda, mesmo sabendo que tá cada vez mais perto da nossa realidade. E segundo, você não tem direito de fala nenhum nessa conversa, não enquanto estiver nessa ladainha com o Niall. - Deb fala apontando um dedo pra ela.

- Ladainha não, ele que não toma atitude, você quer que eu obrigue o garoto a fazer o que ele não quer? Eu hein. - Gabi diz se recostando na parede e cruzando os braços.

- Gabriella, você tá vendo esse allstar? Ele vai voar bem na sua fuça se você não parar com essa história de incerteza do Niall não gostar de você, o guri quase que beija o chão em que você pisa, então porfavor PARA! - Moh diz e se senta calmamente ainda com o allstar na mão.

- Mas você tá nervosa? Quer que eu pegue um suquinho de maracujá pra você se acalmar? - Todos começamos a rir pelo fato da Mônica odiar maracujá. E eu soube disso semana passada, desde então não a deixo em paz um segundo sequer.

Meio segundo depois eu só vi o tênis vindo na minha direção, quase não deu tempo de me abaixar, a nervosinha ainda sim conseguiu acertar minha bochecha, e doeu pra car...

- AI CARAMBA!

Elas explodiram em risos e eu acabei soltando um sorrindo também.

Pov Deborah

Dedilhava calmamente as cordas do instrumento, minha grande paixão sempre fora tocar violão, desde que mal conseguia somar 2+2 eu já juntava alguns poucos acordes no antigo violão do meu pai. Ele quem havia me apresentado esse vício por música, desde as grandes bandas até os cantores mais desconhecidos de fundo de quintal. Acho que nunca o agradeci o bastante por essa dádiva.

- Vinte dólares pelos seus pensamentos.

Congelei diante daquela voz dura mas suave, risonha mas gentil, a voz que a muito tempo não deixa meus pensametos e que não ouvia a bastante tempo.

- A viagem acabou pelo jeito né, como está sua avó? - Digo como se o fato dele estar tão perto não tivesse feito as borboletas na minha barriga acordarem e um arrepio circundar minha espinha.

- Deborah... - Ele suspira. - Eu devia ter falado com você antes de viajar, eu sei. Mas foi tão de repente que não deu tempo, desculpe. - Ele suspira novamente.

- Você não me deve explicações Sebastian, não somos nada um do outro. - Digo apreciando o vento de começo de outono beijar meu rosto.

Por algum tempo o silêncio tomou conta do ambiente a nossa volta, a única coisa que podia ser ouvida era o canto dos pássaros e as crianças brincando ao longe. Meu coração apertou em ansiedade pelo que viria a seguir.

Laços de uma juventudeOnde histórias criam vida. Descubra agora