Twentieth Chapter

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Baby, vem comigo ó eu te garanto
Que aqui é sem perigo
Eu vejo você bem mais que só um amigo
Só me diz quando vai ser nós dois

LÍRIO VILHENA

— Preciso limpar as janelas. — Pondero, observando uma das janelas da sala.

A xícara do chá que Rigoni havia feito para mim, permanecia em minha mão, mesmo que o quente do interior dela pudesse incomodar e aquecer minha pele. Estava tentando ignorar o peso da ligação que Diego havia me feito ontem a noite, mas era impossível.

Sentada próxima a janela, observando através dela, via claramente os outros vizinhos e crianças do local, se divertindo em um dia lindo de domingo.

— Está distante. — Emiliano falou baixo, ao se aproximar.

— Só pensativa. — Respondo. Fasto um pouco para frente, sentindo ele se sentar atrás de mim e me acolher em seus braços.

— Aquela ligação que te fez ficar pensativa? — Questionou, deixando um beijo rápido em meu ombros.

— Sim.

Não sabia se era uma boa ideia dizer a ele que, o meu ex-namorado que — até o que eu sabia — havia me traído, mas, se eu queria que ele confiasse em mim para contar tudo, eu deveria confiar nele na mesma forma.

— Diego me ligou. — Murmuro baixo. — Disse que está vindo para São Paulo, e que quer conversar comigo.

— E você quer conversar com ele? — Perguntou calmamente.

— Não sei. — Baixo os ombros em frustração, com a minha própria indecisão. — Ele disse que só quer que eu acredite nele.

— Hum. — Murmurou. — Só acho estranho, que esse cara tenha aparecido do nada, depois que a gente passou a ficar junto. Fora que ele te traiu, não vamos anular isto.

— Não é bem assim. — Me inclino para olhá-lo. — Diego foi um cara muito gentil no meu luto, me acolheu e me ajudou, sou grata por isso. Ninguém é sempre perfeito.

Emiliano franziu o cenho, como se não estivesse acreditando no que eu estava dizendo. Em parte, ele tinha razão, Diego aparecendo do nada depois de eu estar me restabelecendo com alguém depois de um tempo solteira. Mas por outro lado, eu também tinha razão em falar que tinha uma certa consideração por ele.

— Morena, esse cara traiu você. — Relembrou.

— Talvez. — Digo.

— Está em dúvida? — Indagou, parecendo incrédulo. — Não estou acreditando.

— Rigoni, eu não tenho provas que sim e nem que não, eu só sei do que você me disse. — Justifico, lembrando do sonho.

— Eu não disse nada, você quem me falou que ele havia te traído, e ainda estava com o dedo sangrando. — Respondeu.

Engoli em seco, apenas por lembrar do fatídico dia, lembro de me sentir tão frágil e inútil, tão vulnerável. Rigoni levantou e me deixou sentada sozinha, ainda na janela.

— Não tenho culpa de ter dúvidas. — Murmuro baixo. — Quero ouvir ele e saber da sua versão.

— Tudo bem. — Deu de ombros. — Vai nessa conversa, e acredita nele.

— Moreno, não faz assim.

— Sabe o que vai acontecer? — Pergunta e nego. — Ele vai mentir pra você, que pra variar, vai acreditar, porque tem um coração tão bom que as vezes, acaba sendo ingênua.

𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬 & 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐬 ━━ Emiliano Rigoni Onde histórias criam vida. Descubra agora