_Nick, vamos para o hospital, me dê sua mão.
_Eu quero ir para casa, quero que o inferno pare, eu quero ir para casa... - Dizia repetidas vezes em meio às lágrimas caindo de olhos arregalados pela insanidade.
_Os médicos vão saber como, confie em mim. - Enquanto o confortava, suas pernas dobravam-se para atravessar o braço de seu amigo em volta do seu ombro e carregar o corpo fraco até um banco da sala de espera da clínica. O resto dos pacientes que esperava uma explicação para a interrupção do atendimento observava de canto de olho para os homens; um, fraco e quase catatônico e outro, ofegante e aparentemente exausto.
Não durou muito tempo para a ambulância chegar e carregar Nick até os fundos do veículo, onde fizeram os exames de sinais vitais e reflexos do corpo antes do motorista dar a partida e dirigir rumo ao hospital onde a corporação estava acostumada a frequentar._Qual é o nome do paciente e o que houve? - O jovem enfermeiro perguntava, enquanto uma pequena lanterna comprimia as pupilas do louco sentado numa cadeira de plástico.
_Nicholas Davis. Ele ouve vozes, mas, desta vez, o caso foi infinitamente pior. Quando menos percebi, Nick estava no chão gritando por socorro com as mãos nos ouvidos.
_Imagino que o mesmo faz acompanhamento de um psiquiatra, certo? - Com a mão direita, anotava todas as informações dos exames e do histórico num pequeno caderno.
_Sim, entretanto, os remédios não fazem efeito.
_Quais remédios ele costuma tomar?
_Zyprexa, Risperdal e Amitriptilina.
O profissional olhou para Mike com espanto.
_Posso fazer algumas perguntas meio invasivas, senhor?
_Pode tentar. - Pela primeira vez, naquele dia, a boca do policial se curvou em um meio sorriso, arrancando uma risada do agente de saúde.
_É sobre o paciente! - Seu tom de voz instintivamente aumentou em meio a gargalhadas baixas.
_Tudo bem, tudo bem, pode fazer.
_O senhor é parente dele?
_Não, sou apenas um ex-colega de trabalho. Ele foi afastado depois de um trauma que sofreu.
Repentinamente, a expressão do homem de jaleco tornou-se séria.
_Trauma?
_Você não assistiu aos noticiários? Nós trabalhamos no caso de Jason Britch.
_Me desculpe, deve ter sido algo grave. O que realmente aconteceu?
_Longa história e é um arquivo sigiloso, ou seja, é capaz de me fritarem caso revele.
Houve uma pausa, suficiente para o enfermeiro suspirar e continuar conversando, enquanto Nick continuava a olhar para o nada e mexer os lábios em palavras mudas.
_Entendo... Estamos chegando ao hospital local; porém, antes de sairmos com o paciente, posso dar um conselho?
_Claro, pode falar.
_Impeça que o inferno continue. O ritual dos ossos precisa parar. - Disse com um sorriso no rosto ao mesmo tempo que o veículo parou, deixando o acompanhante paralisado de espanto, enquanto abria as portas e disponibilizava uma cadeira de rodas para Nicholas.
_Você não vem?
Michael finalmente voltara a si, balançou a cabeça e se levantou, acompanhando o enfermeiro e seu amigo até a sala de espera, onde aguardariam pela chamada de um clínico geral. Sua mente estava acelerada, pensando na frase que ouvira de Nick e do profissional que os seguia. Era uma alucinação? Ele sabia do que estava acontecendo?
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The Ritual Of Bones - Volume II
Horor"Como poderia eu, ir ao inferno e voltar? Como poderia eu, ser tão tolo em acreditar que essa tormenta irá passar? Não, eu não acredito em contos de fadas, muito menos em finais felizes" ...