Capítulo 27 - Mike

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- Sim, está tudo bem, eu só queria saber se posso tirar o dia de folga Mike. - Louis murmurava no telefone enquanto pegava um copo e enchia com água para beber.

Ele havia mandado Harry subir para tomar um banho, não aguentava mais aquele cheiro ruim que estava impregnado no alfa. Aproveitou para ligar para Michael, queria muito tirar aquele dia de folga e ficar agarradinho com Styles em sua cama.

O beta estranhou o tom cansado na voz de Louis mas decidiu ignorar no momento, mesmo que o ômega tentasse esconder as coisas ruins, eles sempre descobriam. E dessa vez não seria diferente, se o alfa que Louis estava tão interessado tivesse feito algo de ruim á ele, seus amigos descobririam e fariam com que ele se arrependesse.

- Claro que pode, meu amor. Mas por favor nos avisa qualquer coisa, sim? - E pelo tom de voz de Mike, o ômega percebeu que nunca ia conseguir esconder algo deles.

- Eu vou avisar. Te amo, Mike. - Ao receber a retribuição de seu afeto, Louis desligou a chamada decidido a ir até o quarto e dormir pelo resto do dia.

Mas ao que virou seu corpo em direção a saída da cozinha se assustou ao ver Harry encostado no batente da porta, com os braços cruzados e uma expressão de raiva misturada com tristeza em seu rosto, ele não tem certeza do que era realmente.

- Que susto, porra. - Deu uma leve risada enquanto levava uma mão em direção ao próprio peito onde seu coração estava acelerado.

- Quem é Mike? - Para a surpresa de Louis, o alfa deixou escapar um leve rosnado e parecia de alguma forma irritado ao citar o nome de seu amigo.

- Você estava escutando a minha conversa, alfa? - No momento em que o ômega fez a pergunta com seu tom se tornando mais firme ele pôde perceber a mudança de expressão do outro.

Não parecia mais irritado e sim arrependido. Louis apostaria que se o alfa fosse um cachorrinho ele estaria com o rabo entre as pernas e de orelhas baixas.

Parecia quase como um filhotinho fofo.

Mas o ômega odiava que invadissem seu espaço pessoal, e no momento ele ainda não conhecia aquele alfa por completo.

Mesmo que já estivesse apaixonado por ele, não permitiria que ele agisse daquela forma consigo.

Não importa se por acaso ele achasse que Louis estava dizendo "te amo" para outro alfa, isso não o dava o direito de rosnar para ele daquela forma.

Louis era um ômega livre e nunca permitiria que alguém o dissesse com quem poderia falar e com quem.

- E-eu... M-me desculpa, por favor... - O alfa estava prestes a se ajoelhar em sua frente novamente, como havia feito mais cedo.

- Eu só tenho ouvido desculpas de você, Harry. - Por mais calmo que ele soasse para que o alfa não tivesse um colapso, pareceu não ser o suficiente.

- Me desculpa, eu nunca tive um ômega, nunca estive tão perto de um por tanto tempo, eu nunca fiquei com alguém fora dos meus cios e você, minha nossa... Você me beijou, dormiu comigo, me convidou pra jantar, e eu fico nervoso perto de você e com medo de fazer algo errado e não gostar de mim do jeito errado que eu sou... Eu nem sou um alfa de verdade, nós nunca transamos, eu deveria ter iniciativa não é? Eu deveria chu- - Em algum momento no meio de sua divagação, Louis decidiu que já havia escutado demais e o calou colocando um dedo contra seus lábios.

Talvez isso se tornasse frequente.

O ômega não se importava com nada sobre os estereótipos que o alfa havia falado, ele amava tomar iniciativa, adorava ser quem chamava para um jantar, e apesar de gostar de ser controlado na cama, ele tem certeza que por aquele alfa ele ficaria por cima e até o dominaria se fosse um gosto recíproco.

- Senta aqui, nós precisamos conversar. - Puxou Harry até o sofá, empurrando o mesmo e sentando em seu colo com uma perna em cada lado. - Eu não me importo com essas coisas, entendeu? Não me importo com o que os outros acham que é certo, se você se sente bem comigo é o que importa para mim. E se por acaso se sentir desconfortável ao meu lado, me diga e eu vou entender perfeitamente. Um relacionamento é formado pela comunicação e isso é o que eu quero de você, que me diga o que quer, do que precisa, tudo. Eu gosto de você, quero abraçar você, beijar você, chupar você e até sentar em você... Mas apenas quando tiver certeza de que está pronto, nunca forçaria alguém a isso e também não sou uma vadia louca por sexo... Talvez um pouco.

Mesmo que estivesse com muita vontade de chorar pelo assunto que estavam tendo, o alfa não conseguiu segurar a risada ao que ouviu a última parte do que Louis havia dito e antes de se sentir culpado de rir daquilo o outro o puxou para um beijo.

Era um beijo quente e cheio de língua, do tipo que eles nunca haviam dado juntos e que talvez significasse que hoje eles pulariam uma etapa, talvez?

Por mais ansioso que estivesse sobre isso, Harry sabia que Louis não faria nada que ele não quisesse. E talvez ele já estivesse preparado para irem para a próxima fase.

E a ideia de poder dar ao alfa um belo boquete fazia com que sua boca salivasse de uma forma que parecia que ele estava pensando em comida.

The boy with the Blue EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora