Capítulo 31

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Archie

- Onde você esteve durante um dia todo - pergunto a afastando de mim e a levando para se sentar no sofá - Como você pôde sumir Veronica? Todo mundo preocupado com seu sumiço, você não tinha esse direito.

Os cabelos estavam arrumados. Mas as roupas sujas, e ela aparentava ter tomado todas. Ou melhor ela deve ter usado muita droga.

- O que você quer, Archie? Um pedido de desculpa - ela debocha - A única coisa que te preocupa, é ter a atenção da Betty. Mais nada.

- Não estamos falando da Betty. Não foge do assunto Veronica - determino a surpreendendo - Você prometeu que me esperaria. Eu fiquei uma hora te esperando, porque confiei em você. Você me deu um cano, não gosto que me fazem de idiota, porque eu não sou!

- Ah, desculpa. Mas eu surtei com a ligação inesperada da minha mãe - comentou ela com escárnio - Não estava nos planos. Porém quando tá tudo bem, ela resolve ressurgir das cinzas, e me infernizar. Porque é o que ela sempre faz - permaneço calado e ela desabafa - Eu queria passar um tempo com você. Só que quando ela ligou, eu perdir a cabeça, discutimos e eu fui embora. Atrás da única solução que me acalma.

- Que é as drogas - termino por ela - Francamente Veronica. As drogas não resolvem nada. Elas aumentam o problema, e dificultam seu estado emocional. Você as usa para fugir da realidade, porque tem medo de não vencer os problemas que tem com sua mãe.

- Você não sabe o que é crescer, sendo ignorado Archie - ela me acerta mais uma vez me encarando tristemente - Seus pais são zelosos com você a vida toda. Te deram atenção que você merecia, te ensinaram o que era certo e errado. Eu já não tive a mesma sorte, vivia cercada por empregados que só cumpriam ordens. Minha mãe que passava o dia todo trabalhando fora, e quando sobrava tempo. Ia as compras e ao cabeleleiro, e eu ficava enfurnada em casa, desejando que ela me notasse. Na adolescência perdir as esperanças, cansei de torcer que minha própria mãe me enxergasse. Num dia qualquer, cabulei aula com meus amigos, eles disseram que iriam até a casa de um colega. O que eu não sabia, é que eles iam comprar drogas, eu tinha o dinheiro da minha mesada. Fomos até esse mercador, e compramos as drogas. E nossa, eu me senti nas nuvens, como se todos os meus problemas com minha mãe não existissem mais. Mas daí a situação com ela aumentavam, e quando eu menos vi, me refugiava nas drogas. Com o tempo, participei e vendia, para fugir dos problemas com minha mãe, e porque eu queria jogar na cara dela, o que ela me fez tornar a ser.

Contar a história dela com mais detalhe. Me emocionava, não de modo alegre, mas triste. E a vontade de abraçá-la e protegê-la do mundo, foi maior do que eu. No entanto eu me contive e disse em seguida.

- Eu sinto muito, por tudo que você tenha passado Veronica - digo para confortá-la e prossigo - Você não tem culpa do que passou. Sua mãe foi um mal exemplo, mas você não mora mais com ela. Você está aqui com seu tio, tem a mim e nossos amigos. Você não precisa mais se martirizar, porque você tem pessoas que se importam com você.

' Principalmente ei'.

Ela me olha de lado, e diz.

- Você não entende Archie. Mesmo que ela não esteja por perto, ela arranja uma forma de me atingir - diz ela - Eu detesto ela, odeio quando ela me procura. Eu me transformo quando ela me liga, porque é só para me provocar.

Me aproximo, me ajoelhando e olhando para ela digo.

- Essa mágoa com sua mãe, vem te consumindo Veronica. Olha só o estado em que você se encontra - gesticulo para que ela se olhasse e a mesma fica sem graça - Viu só!? Você se destrói, desaparece e reaparece dessa maneira sofrível, você têm que mudar. Você precisa se ajudar, aprender a lidar com essa onda de emoção que sua mãe lhe desperta. Porque não é fugindo e usando essas porcarias, que irá adiantar. Não mesmo, você é forte Veronica, tem que relutar contra esses vícios.

Conselheira Amorosa - VarchieOnde histórias criam vida. Descubra agora