Your Eyes - Brahms Heelshire

I

Your Eyes - Brahms Heelshire
Lady In Red

One:

Batuquei os dedos sobre o volante do carro enquanto murmurava a música apaixonante que tocava no rádio. Me questionava a todo momento se aquela era a decisão certa, se eu precisava mesmo fazer tudo aquilo para me ver livre de minha antiga vida. Mas bem ali no fundo, eu sabia que não sentiria a menor falta da vida exaustiva que eu levava ali naquela cidade que eu deixava para trás.

Queria começar uma nova vida, longe de ex-namorados obsessivos e amizades questionáveis. Sentia no fundo que aquela com certeza séria a melhor escolha que eu fizera em toda minha vida. A não ser é claro, casar-me com meu cantor favorito, isso sim seria a melhor escolha de minha vida!

— For forty days and forty nights... — Cantarolei a música que ouvia.

Encarei a enorme casa a minha frente e me senti, pobre. Ri ironicamente, o casal ali era podre de rico! Fala sério, como apenas um casal e uma criança poderiam viver nesse casarão?! Não faz sentido.

Estacionei meu carro ali mesmo na estrada, e desci andando em direção a enorme porta de entrada. Enxuguei o suor das mãos e antes que eu pudesse sequer fechar os punhos para que eu pudesse bater na porta, ela estava aberta.

Em pé a minha frente estava um casal de idosos bem vestidos, como se fossem a sair a qualquer momento. Cumprimentaram-me com um sorriso e dois firmes apertos de mãos de ambos, e convidaram-me para entrar. Assim logo o fiz e admirei toda a casa por dentro e suas luxuosas mobílias.

— Bem vinda senhorita Diane. Seu currículo é extensivo, vejo que tem muita experiência com crianças

Mrs. Heelshire sorriu de forma calorosa enquanto ainda me apresentava a casa.

— Uh, sim. Eu trabalhei com crianças por um tempo, quando eu terminei a faculdade, não tinha muitas oportunidades para uma arqueóloga e ainda não tem...

Específico encarando a cozinha, tentando memorizar cada local e itens que ali estavam. Para que eu não tivesse nenhum problema enquanto ficasse alí.

— Oh sim. Eu entendo muito bem, para meu marido também não foi fácil quando começou com seu emprego. Mas veja onde estamos agora, somos um casal feliz.

Deu um sorriso torto o que me fez duvidar da felicidade do casal.

— Muito bem, estás são as regras e elas devem ser seguidas sem nenhum erro. Você sabe, crianças... Veja bem, nenhum erro deve ser cometido enquanto estiver aqui e você, sempre tem que fazer tudo o que a lista pede

Concordei com a cabeça e soltei um sim.

— A criança, posso conhece-la?

Pergunto já estranhando não ter ouvido sequer uma risada dentro daqueles poucos minutos em que conheci a andar de baixo da casa.

— Tudo bem, venha comigo. Creio que já está na hora de apresentá-los.

Soltei um sorriso fraco enquanto a seguia para o andar de cima, torcendo para que não fosse nenhuma criança endemoniada que tentasse me matar com seus amigos imaginários enquanto eu dormisse.