The Chance | Yoonseok

Capítulo XXXIV

~Três meses depois~

— Algumas pessoas acham que ler em grande quantidade é bom, exercita a mente a pensar mais, todavia, no seu caso, acho é que vai agravar mais a miopia. — Jonathan zombou-me enquanto ajeitava os remidos, enfileirando-os em cima da mesa.

— Não — descontraído, cocei a lateral do rosto. — Você só deve estar com inveja. — virei novamente uma página de "Querido John" de Nicholas Sparks, seguindo com a leitura.

— Óbvio — ironizou. — Tu leu já quase todos os romances de Nicholas Sparks da coleção da Hanna, além de desenhar quando esta entediado, tudo isso com os animes e séries em dia. Gi, aconteceu tudo dentro de três meses. — Jonathan apoiou-se no móvel branco, cruzando os braços sobre o peitoral definido.

Atentado nas escrituras, não me foi preciso desviar-me dela para mirá-lo, por isso ser um hábito de seu cotidiano, praticamente fazendo tal posse para qualquer coisa ou momento.

Na curta transação de folha, olhei rapidamente para o espanhol, segurando o riso ao encontrá-lo como havia premeditado.

— Prefere isso ou crises de existência? — bocejei, coçando os olhos.

— O-Óbvio... Óbvio que não. — gaguejou desconcertado, perdendo a pose. — E e-essa coisa não é algo para que se brinque, Gi. — ressaltou num murmúrio, mas como um pensamento vazado do que uma fala propriamente dita.

— Foi o que supus. — segui a leitura, dando fim à conversa.

— Hoje está uma linda manhã — Abell iniciou um novo diálogo após um curto tempo. — O que acha de irmos ao jardim? — sugeriu, falsamente desinteressado passando próximo, e então parando na única janela externa.

Ergui os lumes piscando duas vezes antes de fitar o estrangeiro que lia as minhas informações e ressaltos médicos na prancheta, acomodado na poltrona bege.

— Qual a necessidade em sair da proteção da divindade do ar condicionado para ir transpirar feito um porco nesse sol escaldante? — arqueei a sobrancelha, o questionando com o cínico sorriso nos lábios e voltando para o livro no mesmo instante que o moreno me encarou.

— Não sei — Johnathan pôs a mão no queixo. — Deve ser porque nos exames mostra uma baixa taxa de vitamina D e você está refém de balanceá-la para acelerar a sua saída daqui? — embora o tom tenha permanecido, soou um pouco mais sério e profissional. — Olha — suspirou, compreendo como eu iria reagir assim que o fitei sobre "Querido John". — Hanna já deve ter te explicado. — comentou, pousando a prancheta no colo.

— Sim, a ponto de me irritar, negar e mandá-la se ferrar. — consertei a armação do óculos, escutando a leve risada do grandão.

— Mas é pro seu próprio bem, Gi. — balancei a cabeça em sinal de negação, ignorando a sua presença.

Porquanto o cômodo retrocedeu para o silêncio, tendo somente a reverberação das pessoas nos corredores e sons quase surdos que vinham da janela.

— Okay! — Jonathan exclamou, quebrando a mutes. — "Negociador", proponho um mini acordo. — novamente largou a prancheta, agora sobre a mesa de cabeceira.

Gesticulei a canhota para que prosseguisse, ainda lendo.

— Irmos duas vezes na semana no lugar de três, que é o máximo pra sua pele, e ficar meia hora em vez de uma. — não cessando o que fazia, o ouvi atentamente.

— Tentador, Sr. Abell. — provoquei, passando a página encardida. — Contudo, o que ganho? — questionei cheio de interesse. — Já que, até o momento, o senhor foi o único a ser beneficiado para não escutar as minhas "birras", como a Sra. Abell, vossa irmã, costuma chamar. — lentamente pus o marcador de texto onde havia parado, fechando o livro ao mesmo tempo olhando para o amorenado.