....gritei desesperadamente para que ele parasse e me ouvisse, mas não adiantou. O medo tomou conta de mim. Levantei-me com as poucas forças que me restaram e andei até o carro dele; deitei-me e ja não conseguia respirar direito. De repente ouvi um tiro e minha alma congelou. Desmaiei...
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"Me chamo Elisabeth Harris, sou enfermeira do Emergency Hospital Heart. Sou focada no meu trabalho e amo o que faço..."
-Elisa, você não acha que seu perfil está profissional demais para um site de relacionamentos? - disse Olga rindo de mim.
-Você acha? Não quero parecer vulgar nem desesperada. - falei com tom de apreenssão.
-Elisa, vai por mim. Sou sua amiga....se solta. - falou Olga levantando-se da mesa segurando uma xícara de café. - Hoje vou dobrar meu plantão, não quer me fazer companhia? - me perguntou rindo
-De forma alguma. Por hoje já basta. O Sr. Normam ja me deu trabalho demais por hoje - falei rindo do meu paciente preferido.
-Quem sabe é você. Se mudar de idéia estrei aqui até as 07:00 da manhã. - Olga riu, vestiu o jaleco, deu-me um beijo na testa e saiu da sala de descanso.
Fiquei sentada ali por um bom tempo olhando o perfil que havia criado em um site de relacionamentos, de fato a Olga estava certa, eu precisava me soltar mais. Eu vivia para o trabalho.
Tomei um banho demorado, juntei minhas coisas e enfim estava na hora de ir embora.Ficar com a Olga dobrando o plantão não seria má ideia, pois eu morava sozinha e ao chegar em casa, não haveria nada para fazer, mas preferi ir embora mesmo.
Andei pelos corredores e comprimentei a todos que conhecia, me despedi da Olga e corri para o elevador que estava no andar em que eu estava. Corri que nem louca e gritei:
-Segura...segura...segura. - falei enquanto corria feito uma louca.
Alguém segurou o elevador para mim. Quando entrei pude observar que quem estava no elevador era um homem alto, cabelos pretos e curtos, olhos castanhos claros, de feições serias e bem vestido.
Tenho que confesar que ele era muito bonito, me senti até um pouco tímida. Agradeci sem jeito e apertei o botão terreo. Observei que ele também iria para o terreo. O silêncio tomou conta.
Enfim o elevador chegou ao meu destino. Sai carregando três bolsas pesadas, meia sem jeito e desengonçada como eu costumava ser.
Andei até o estacionamento e guardei minhas bolsas no porta malas. Quando levantei a cabeça, avistei o "homem bonito do elevador", ele estava entrando em um carro belissímo....acho que era um Mustang.
Me admirei ainda mais porque pude notar que ele deveria ser médico ou enfermeiro do EHH, ele segurava uma bata. Senti uma animação e logo me repreendi.
Eu estava ficando louca....como eu poderia me animar com uma pessoa que vi no elevador? Eu nem o conhecia. Entrei no carro e resolvi esquecer. Me senti boba.
O trânsito estava livre, então, logo cheguei em casa.
Eu morava em um apartamento na Av. 16. Não era um apartamento grande, mas eu o achava muito aconchegante.
A vizinhança tranquila e tinha tudo a meu alcançe, como lojas e supermercados. Eu me sentia bem.Peguei a correspondência na portaria e subi. Só havia contas e folhetos de publicidade.
Subi as escadas lentamente carregando minhas bolsas. Passei quase 10 minutos procurando as minhas chaves. Eu era muito desajeitada.Quando finalmente as encontrei, abri a porta e me senti bem por finalmente estar em casa. Estava realmente cansada.
Tomei um banho quente, e vesti o pijama mais surrado que havia no armário. Me deitei e depois de muito revirar na cama eu dormi.
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Desejo
Romance"A mentira seduz por tempo momentâneo, mas a verdade provoca a dor no momento certo."