Dias de tempestade anual

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Após a finalização da cerimonia de aniversario, todos nós fomos em direção as nossas alas da mansão, a parte da direita era onde ficava a parte feminina, a parte da esquerda era a masculina, no centro tinha a cozinha alguns banheiros e na parte de cima o corredor que dava a casa da vovó, era como se cada parte fosse uma casa diferente, tanto o lado direto quanto o esquerdo era dividido da mesma forma, o térreo era a sala de tv e estudo, no primeiro e segundo andar tinha os quartos e banheiros, o pátio separava as duas alas e a parte central.

Nesta noite fatídica acabei não dormindo, tive pesadelos como flashs, raios e trovoes, dentro de um barco olhando para fora e só vendo um oceano raivoso. Acordei em um pulo, suando frio, percebi que a tempestade não era apenas em meus sonhos, assustada decido sair um pouco, liguei a lanterna do celular e decidi ir à cozinha tomar um pouco de água.

O corredor bastante escuro, as poucas luzes ligadas ficavam fracas a esta hora da madrugada apenas para iluminar cada canto onde elas estavam localizadas, um flash acaba clareando o corredor por completo, dou um pulo com o fecho de luz e me assusto com o barulho logo a seguir – porque eu não deixei uma garrafa cheia e levei para o quarto? – continuo minha caminhada ate a cozinha, desço as escadas e chego ate a porta da cozinha do lado direto, passo pelo refeitório, as cadeiras e mesas limpas e organizadas, como se nem tivesse acontecido um jantar na noite passada, abro a porta da cozinha e dou de cara com uma pessoa mexendo na geladeira, ele ergue seu corpo e vejo, Zoro, ele me encara com uma torrada na boca e uma garrafa de suco na mão, fico parada o observando, ele fecha a geladeira e vai em direção ao balcão.

- Porque você esta parada ai? – Ele me olha botando o suco na mesa e a torrada no prato que estava em cima do balcão – você veio fazer alguma coisa na cozinha, não? - pisco os olhos varias vezes para sair do transe que do nada fiquei.

- A sim, sim... – começo a caminha em direção a geladeira, tento não olhar para ele quando chego perto, apenas abro a geladeira e pego a garrafa de água, vou em direção ao armário que tem copos e levanto um pouco os pés para alcança-los, sinto o toque do Zoro em meu ombro e seu corpo encostando no meu, ele abre o armário e pega o copo, eu me afasto dele e abaixo a cabeça, ele me entrega o copo, eu pego e o olho, acho que ele percebeu mesmo com uma luz meio fraca da cozinha e da lanterna do meu celular que eu estava corada.

- Você está bem? – ele da um sorriso de lado pra mim, enquanto eu tento me recompor.

- Sim, estou bem – tento falar sem gaguejar – Você também não conseguiu dormir?

- Não foi isso, acho que só senti apenas um pouco de fome – ele coloca o suco no copo que já estava em cima do balcão e morde um pouco da torrada – Você.. não conseguiu dormir?

Balanço a cabeça pra ele negativamente, enquanto ele me olha e morde mais um pedaço da torrada, um clarão ilumina a cozinha seguido de um barulho muito alto, dou um pulo do susto que levei e acabo colocando minha mão sobre a dele em cima do balcão, ele me olha retira sua mão que esta em baixo da minha e a coloca sobre a minha, acho que coro mais um pouco, e sei que ele percebe, já que me olha com os olhos semicerrados e sorri, como se estivesse me avaliando, retiro minha mão rapidamente e pego o copo com água, ele come o ultimo pedaço de torrada e toma o suco, fica me olhando e quando termino de beber ele pega meu copo e leva junto com sua louça para a pia, eu pego as garrafas de água e suco e levo de volta a geladeira, me viro e ele já tem terminado de lavar, vou para perto dele pego um pano e seco a louça, ele me olha e agradece com um aceno, ele pega os copos e pratos já limpos e os guarda em seus devidos lugares.

- Eu.... já vou indo – falo para ele apontando envergonhadamente para a porta.

- Eu te acompanho, se quiser – ele me fala me encarando daquela forma de novo, acento com a cabeça e saímos juntos da cozinha.

- Sua irmã fala muito bem – ele fala isso durante nossa caminhada ate a entrada da escada – ela também é bem bonita.

- Ah... eu também acho.. – falo para ele meio inquieta com seus comentários.

- Você nunca quis discursar no dia do vovô? – balanço a cabeça negativamente e fixo o chão com o olhar – você também passou por tudo aquilo, e também viu a trajetória da vovó e do vovô para construir isso tudo.

- Acho que não tenho vocação para ser o centro das atenções como minha irmã – paramos ao lado da escada e eu olho para cima para ver seu rosto, - acho melhor continuar vivendo na escuridão e deixar ela brilhar – dou um sorriso sem jeito para ele, enquanto ele me olha mais uma vez me avaliando.

Mais uma vez o clarão seguido do barulho me assusta, e eu acabo indo em direção ao Zoro, seguro com as duas mãos em sua camisa e encosto minha cabeça em seu peito sem perceber, quando o barulho passa eu abro meus olhos e olho para cima olhando para seu rosto, que desta vez esta com uma expressão de surpresa, me solto rapidamente dele tentando pedir desculpas desajeitadamente,

- São só esses dois dias de tempestade anual, amanhã de manhã já estará tudo calmo e voltaremos a nossas obrigações normais – eu balanço a cabeça me acalmando – se precisar de mim ainda hoje, estarei no primeiro andar com o Chopper.

- Obrigada... – tento falar ainda gaguejando um pouco.

Ele se vira e volta para o corredor em direçãoao outro lado da mansão, eu ligo novamente minha lanterna e subo as escadas parao segundo andar, indo para meu quarto, ao chegar lá deito em minha cama,ficando mais canada ainda. – amanha vai ficar tudo normal de novo, sinto meusolhos mais pesados com meu sono chegando – o Zoro acha a Robin bonita – eadormeço.

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