A MENINA DO VESTIDO AMARELO

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Naquele dia cinza, com a casa cheia de gente vestindo suas melhores roupas, noivos sorridentes e nervosos. Por toda a casa tinha rosas e girassóis. Parecia uma floricultura lotada, cheia de crianças correndo por toda a casa, ainda me pergunto porque você?

  Por todo o quintal percorria junto com a brisa um estrondoso vento de sorrisos. Fazendo daquele casamento o mais feliz de todos. Então por aquela porta me entra mais uma familia bonita e sorridente, que casal de noivos sortudos, eles estavam rodeados de pessoas felizes, casa colorida, crianças educadas e outras um pouco extravagantes demais, como a filha mais nova daquela última família a entra para a festa de casamento.

  A familia Soares, a mais nova se chamava Ellen, ela tinha um sorriso grande com pequenos dentes, que soava tão fino. O que mais me chamava atenção era seu vestido amarelo, que vinha acompanhado de um laço de cabelo, também amarelo. Ela parecia a única criança da festa pra mim, não faço ideia porque sentia isso, tinha muitas crianças na festa, e ela me fez sair da mesa das conversas adultas, dos problemas futuros e dos questionamentos fúteis e completamente curiosos daquelas pessoas que acham que  vida é uma corrida e que precisamos chegar na linha de chegada antes dos 30.

Então ver aquela roda de criança me parecia o momento certo pra levantar daquela mesa.

- licença, tenho que ver o que aquelas crianças estão aprontando - levantei tão rápido que não esperei a reação de ninguém -

Me aproximei das crianças como fosse uma delas - Do que vocês estão brincando ? - O garoto me olhou como se não entendesse porque eu preferiria as crianças aos adultos e suas conversas - Talvez você não queira brincar com a gente - Mas  Ellen me olhou nos olhos e insistiu pra que eu ficasse - Quem não gosta de brincar de esconde-esconde Ryan?! deixe de ser chato! - Brinca com a gente temos os melhores esconderijo -

e enquanto o garoto contava e todas as crianças corriam pra se esconder, notei a garota subir com seu vestido amarelo pelas escadas descuidada que era como um lugar proibido - Ei, talvez devesse se esconder comigo, ouvir dizer que as escadas são assombrosas - fui capaz de  inventar uma desculpa tão rápida que estava surpresa comigo mesma -

ela continuava subindo as escadas como se não tivesse me ouvido dizer nada, o que me fez segui-la e enquanto eu dizia - me espere, cuidado com os degraus soltos.

foi quando ela me olhou e sorriu. E como quem tem asas saltou, como se o chão batido fosse algodão. Gritei tão alto, como se meu grito fosse capaz de para-la no ar e traze-la a minha frente novamente.

  Todos procuravam pela garota quando desci aquelas escadas, todas as outras crianças já tinham sido achada. A brincadeira já tinham acabado e todas as pessoas da festa procuravam pela garota. Quando vejo todas aquelas pessoas felizes se vestirem de uma vasta tristeza e aquele vento que era quase insuportável de tão feliz, carregava um pesar que doía o peito. E lá vinha o pai da garota, que carregava no braço o corpo do que já fora sua pequena garota de vestido amarelo.

  A festa acabou, os noivos cessaram  o sorriso e toda aquelas flores não faziam sentido. Ainda me pergunto, porque você?

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⏰ Última atualização: Oct 18, 2021 ⏰

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