Ciúmes

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● Jeong Yunho; 

— Tchau. — Falei, me despedindo do menino que ainda tem dez dias para percorrer. Por mais que eu quisesse fazer companhia para ele, não posso e ele mesmo não aparenta querer muito isso. — Melhoras. Nos vemos na escola. 

Achava que ele não iria falar nada, mas escutei um:

— Melhoras para você também. 

Sai de dentro do quarto do hospital apenas com a minha mochila nas minhas mãos. Fui a pé para casa, me surpreendendo com o fato dos meus pais estarem em casa. Deveriam estar trabalhando uma hora dessas e tenho certeza que não é dia de folga. 

— Porque você faltou na escola? Recebemos no nosso aplicativo. — Meu pai comentou no momento que entrei dentro de casa. Deixei um suspiro escapar da minha boca e me agachei, desamarrando o meu cadarço e deixando meu tênis de lado, andando apenas de meia.

— Eu acabei passando mal. — Respondi deixando meu casaco no cabideiro perto da porta. Tirei a minha mochila e deixei ela encostada do lado da sapateira. — Tive que ir até o hospital, fiquei no oxigênio e tomei remédio na veia.

— Mas você teve tempo de fazer a prova, certo? — Engoli em seco. — JEONG YUNHO!

— EU TIVE UM ATAQUE DE PÂNICO! O QUE VOCÊS QUERIAM QUE EU FIZESSE?! — Berrei assustando até as diaristas e cozinheiras. Os dois estalaram os olhos. — O médico disse que eu preciso de tratamento psicológico.

— Você não é louco e muito menos retardado para ter um acompanhamento psicológico, seu imbecil!

E agora eu preciso ser um ou outro para querer ter tratamento?

— Você é uma vergonha para essa família! Nunca vi alguém tão estúpido quanto você. Você não tem vergonha? De sujar o nome da nossa família com essas coisas? Você é o único estúpido dessa família! É por isso que ninguém gosta de você!

— QUER SABER DE UM SEGREDO, ENTÃO?! NINGUÉM NESSA FAMÍLIA GOSTA DE VOCÊS DOIS, TAMBÉM! — Ou eles acham que são os samaritanos aqui? Não podem falar nada! Ninguém suporta esses dois. — PORQUE VOCÊS ACHAM QUE NINGUÉM VEM AQUI? NEM A VOVÓ E O VOVÔ SUPORTAM VOCÊS, ISSO QUE VOCÊS SÃO FILHOS DELES! ENTÃO VOCÊS NÃO TEM DIREITO NENHUM DE FALAR DE MIM!

Subi as escadas correndo e me dei o direito de bater a porta e até mesmo trancar, para não escutar nenhuma encheção de saco nos meus ouvidos.

Inferno, não podiam ser mais compreensivos? Eu acabei de dizer que passei mal na escola. Ao invés de perguntarem se eu estou bem, me xingam de tudo quanto é nome.

Eu odeio viver nessa merda de casa. 


Mesmo não estando animado para ir para a escola no outro dia, acabei indo da mesma forma, meio empurrado e de contragosto. 

— Então, o que aconteceu com você ontem? — Seonghwa questionou, com todos nós andando um do lado do outro em direção a escola que não está tão longe assim. 

— Eu tive um ataque de pânico. — Falei. Não há motivo para esconder isso deles e não tenho ideia do que poderia falar ao invés da verdade, então não tive muitas opções. 

— De novo? Você tinha isso direto quando era criança. — O mais baixo de todos nós comentou, atraindo o meu olhar. Eu realmente tinha essas coisas quando eu era criança? — Não lembra daquele dia que fomos para uma fazenda como passeio da escola e ele passou mal? Ele saiu correndo de medo de uma galinha, UMA GALINHA. QUEM TEM MEDO DE UMA GALINHA? Ficou se tremendo inteiro e até chorou de tanto medo.

━ highschool days; jeong yunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora