Continuamos a nos olhar em silêncio por alguns segundos.
- O elevador vai fechar novamente. - Falo com a voz um pouco trêmula enquanto caminho para fora do mesmo.
Eu tentava a todo custo controlar a minha respiração, minhas mãos também tremiam, eu estava ficando ansiosa.
- Deus, por que você fez isso? - Tomo coragem para me virar para ele que ainda estava em silêncio.
Eu continuava esperando uma resposta.
- Responde! - Eu acabo por gritar. - Christopher, por favor.
Já com raiva, destranco a porta do meu apartamento o puxando com toda a força para dentro junto com sua mala. Era madrugada, não queria que algum vizinho fofoqueiro acordasse para nos escutar.
- Então você criou coragem o suficiente para me beijar, mas agora vai se fazer de mudo? - Eu jogo minha bolsa sobre o chão tirando minha jaqueta.
- Desculpa. - Finalmente ele diz. - Eu... não sei oque me deu.
Eu olho novamente para seu rosto e depois pras suas mãos que tremiam sem parar.
- Que droga! - Eu caminho em sua direção o abraçando o mais forte que posso. - Ta tudo bem. - Ele encaixa seu rosto sobre meu pescoço respirando todo o meu cheiro.
Eu não fazia ideia do que tinha acabado de acontecer dentro daquele gélido elevador. Mas talvez eu tenha gostado? Não, isso não poderia acontecer.
{...}
Esperava tranquilamente o café quente terminar de cair sobre o pequeno copo de plástico. Eu batia meus finos saltos sobre o piso de mármore, enquanto tentava voltar a me concentrar em meu trabalho que tem estado mal feito desde aquele maldito beijo.
Christopher e eu também não nos vimos mais. Nem uma ligação, mensagem ou visitinha, isso era loucura! Talvez eu estivesse o evitando de propósito depois de tudo aquilo.
- Preciso que tire uma cópia disso daqui pra mim. - A voz de Adele entra em meus ouvidos me tirando do transe.
Pego o pequeno copo bebendo todo o café que estava dentro de uma vez só.
- Oque é isso? - Pergunto tirando o papel de sua mão.
- Oque é isso digo eu. - Me olhava da cabeça aos pés. - Tem estado estranha desde a segunda-feira.
Eu suspiro fundo voltando a minha mesa. Queria evitar todo esse assunto louco que estava martelando a minha cabeça.
- Sou pobre e isso deixaria qualquer um triste. - A respondo pondo os papeis na máquina de xerox.
- Tem razão. - Ela gargalha se apoiando na mesa. - Porém, não é isso que esta lhe deixando assim.
Eu termino de tirar as suas cópias e a entrego.
- Oque aconteceu S/N? - Pergunta-me.
- Toma. - Jogo sobre ela. - Não aconteceu nada, não se preocupa não.
Ela faz uma cara debochada e ao mesmo tempo preocupada.
- Você tem certeza?
- Sim. - Respondo com simplicidade.
Ela suspira logo voltando a caminhar em direção ao seu setor.
- Ah. - Ela para por um instante para olhar para mim. - Mais tarde lhe apresentarei ao meu Erick viu? então, as 19:20 na minha casa.
Apenas reviro meus olhos como resposta voltando a minha tela de computador.
O dia até que passou tranquilo, finalmente tinha conseguido fechar um relatório que deveria ter sido entregue hoje cedo. Eu olho para o relógio da parede e o vejo marcar 19:40 da noite. Já estava fazendo extra de quase 1 hora. Se Adam, meu chefe, visse, me mataria.
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𝐀𝐟𝐟𝐞𝐜𝐭𝐢𝐨𝐧 | 𝐂𝐡𝐫𝐢𝐬 𝐄𝐯𝐚𝐧𝐬 (revisão/edição)
Roman d'amour"Amizade era tudo aquilo que queríamos, mas seu coração decidiu estragar tudo." História inteiramente de minha autoria. Não façam repost sem minha permissão!