Eu me chamo Elisabeth, fui expulsa de casa aos 17 anos porque me assumi lésbica, eu tenho pais extremamente religiosos e segundo eles eu estou apenas confusa e então não posso entrar dentro da casa deles até me “consertar”, estou morando sozinha desde então.
Apesar das desavenças com a minha família (se é que posso chamar eles de família ainda), posso dizer com toda certeza que morar sozinha era incrível, eu podia fazer tudo o que queria, colocava músicas altas e cantava com uma liberdade que eu não teria se morasse com os meus pais, deixava coisas bagunçadas e arrumava apenas quando eu queria, era tudo incrível. Eu tinha um emprego, amigos, ia para festas todos os finais de semana, minha vida era perfeita. Até o dia em que tudo mudou.
Era dia 31 de outubro de 2021, eu particularmente sempre amei o dia das bruxas, costumava ser o dia em que eu colocava uma fantasia e ia em festas para me drogar e me embebedar sem ligar pra porra nenhuma, esse ano não seria diferente.
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Eram exatamente sete horas da noite quando comecei me arrumar, eu iria fantasiada de chapeuzinho vermelho, em uma versão melhor do que a dos desenhos, obvio. Vesti um corset preto por cima de um vestido vermelho que ficava na altura das minhas coxas, meus cabelos pretos estavam amarrados em duas tranças uma de cada lado do rosto com a capa vermelha que não poderia faltar. Nos pés eu usava uma bota preta que ia até os meus joelhos, meu rosto estava coberto por um pó branco e meu olho esquerdo tinha dois arranhões feitos com maquiagem.
Quando faltavam 15 minutos para a meia noite sai de casa com o pensamento de que aquela noite prometia, eu sentia isso, eu sentia que naquela noite algo aconteceria eu só não sabia se era algo bom. Marquei de encontrar meus amigos no lugar que seria a festa então chamei um Uber para ir até lá porque ainda não havia aprendido dirigir, mas quando o Uber chegou tudo começou a ficar um pouco... estranho. A mulher que ia me levar até a festa aparentava ter uns 40 anos, ela era uma pessoa muito carismática mas eu não consegui ficar confortável pois estava me sentindo observada, tentei focar em outras coisas e deixar essa sensação esquisita de lado mas eu estava ficando cada vez mais angustiada. Se passaram 10 minutos e finalmente chegamos ao lugar da festa, era um campo um pouco afastado da cidade com apenas uma casa de festas além das várias arvores que cercavam o local, quando sai do carro fui até a janela da motorista para pagar pela viagem e então ir para dentro procurar meus amigos. Eu teria ido direto para dentro, se eu não tivesse visto aquilo.
Havia uma sombra no meio das arvores, eu não conseguia ver direito porque a única luz que tinha era a que vinha de dentro da casa, mas eu conseguia perceber que era uma pessoa alta e magra, seu rosto estava coberto por algo preto então não consegui ver nada da sua fisionomia. Senti meu coração saltar mais rápido quando a figura desconhecida levantou seu braço revelando uma mão pálida com dedos grandes, cheios de anéis e unhas compridas pretas fazendo um gesto como se estivesse me chamando para ir até lá, quando estava pronta para correr para dentro da casa olhei para o lado e notei que a mulher do Uber ainda estava ali, porem agora ela estava... sorrindo para mim de uma maneira tão amedrontadora que me fez arrepiar por inteira. O medo me consumia de todas as maneiras que se pode imaginar.
-ELISABETH! Ouvi Henry (um dos amigos que estavam me esperando) me chamar e só então acordei do meu transe e percebi que não havia mais nada ali, nenhum Uber, nenhuma sombra. Ok isso estava muito estranho e eu ainda estava com as mãos tremendo pelo medo passado recentemente, será que eu estava ficando louca? Será que eu estava imaginando coisas? Fui até Henry que estava me esperando parado na porta da casa com o pensamento de que iria encher a cara para esquecer tudo isso.
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A noite se passou rápido, eu estava bêbada e drogada como todas as outras festas que participava, fiquei com tantas pessoas que nem me recordo mais, nada muito fora do normal tinha acontecido no meio da noite, e eu agradeci mentalmente por isso, até acabei me convencendo de que aquilo que havia acontecido mais cedo foi coisa da minha cabeça. Quando o relógio marcava 5 da manhã meus amigos resolveram que o melhor seria ir para casa, Henry que era o mais sóbrio do grupo decidiu levar cada um para sua casa.
Quando cheguei no meu apartamento me despedi dos meus amigos que ainda estavam no carro e subi as escadas pois o elevador estava estragado, oque era estranho porque me recordo de que quando sai de casa ele ainda estava funcionando.
Quando entrei no meu apartamento decidi que iria tomar banho e ir dormir pois estava bastante cansada da noite agitada que tive, caminhei até o meu quarto e quando cheguei la estranhei a luz estar acessa, fiz um lembrete mental de que deveria ser mais cuidadosa com essas coisas pois acredito ter deixado acessa quando fui para a festa. Peguei minha toalha e um pijama preto com bolinhas brancas e fui para o banho.
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Enquanto ensaboava meus cabelos escutei algo, era como vários sussuros de frases desconexas vindo do... ralo? No começo eu não entendia o que era falado mas com o passar de alguns segundos que usei para tirar o sabão do meu cabelo e sair dali comecei ouvir
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under the ground
Terror"...a morte estava próxima, eu tinha certeza disso. Meu corpo que a alguns minutos atrás estava tremendo por inteiro agora está paralisado e começando a ficar gelado..." #ConcursoMacabro