✿Steps✿ || m.c

one ✿

ABIGAIL's POV

"AU AU AU! MAMÃ?!?!"

"Querida, o que se passa consigo? Porque está a gritar?"

"Mamã, acho que parti o pé. - disse entre lágrimas e gemidos de dor."

"Como fez isso?" A minha mãe parecia preocupada e encaminhava-se já para o telefone.

"Escorreguei quando estava a fazer o Jeté." As minhas lágrimas tinham já passado para choro constante. "Desculpe, não queria preocupá-la."

"Deixe-me ligar para o hospital. Vai ficar tudo bem..." A senhora de telefone na mão, tinha já marcado o número e encontrava-se com o auscultador ao ouvido. A expressão na sua cara era de pura preocupação e ao mesmo tempo com algum impaciência devido ao facto de já não ser a primeira vez que me magoava esta semana. "Sim? Boa noite... sim... a minha filha lesionou-se no pé...à cerca de 10 minutos....chama-se Abigail Gallagher...6 anos....sim...okay obrigada, agradeço imenso." A minha mãe desligou e olhou para mim enquanto que lhe escapava um longo suspiro pelos seus lábios pintados de vermelho escuro.

[um ano mais tarde]

"Mamã?"

"Diga minha querida." Ela trazia um ar intrigado no rosto, provavelmente curiosa com o que iria sair dos meus lábios inocentes.

"Se um dia pintasse o cabelo, o que me faria?" Eu trazia um ar divertido no meu rosto mas sério ao mesmo tempo.

"Oh minha querida, não diga disparates. O que acha que diriam as pessoas ao saber que decidiu estragar o seu lindíssimo cabelo loiro por alguns químicos baratos? Ainda para mais, é muito nova para pensar nessas parvoíces. Devia concentrar-se no que realmente é importante: o ballet."

"Tem razão mamã." Não, não tem.

Ninguém sabe como é viver assim. Apesar de ser a minha paixão, a dança foi me imposta quando tinha pouco mais que três anos. Ninguém se importou se eu gostava ou deixava de gostar, era um ritual de família, passar esta experiência de geração em geração.

Esta rápida conversa com a minha progenitora confirmou as minhas suspeitas: A imagem era tudo para ela.

Com apenas 7 anos, comecei a aperceber-me do mundo que me rodeava. As pessoas que me rodeavam. A importância que as pessoas davam a coisas tão fúteis como o dinheiro, as marcas, a luxúria, o estatuto social e o seu importantíssimo papel na comunidade. Apercebi-me da mãe que tinha e a maneira como ela havia sido educada e como me tentaria educar. Exato: tentaria, pois felizmente já tinha aberto os olhos a tempo.

Sempre fora uma menina rebelde, muito selvagem e ativa. Fazia de tudo para que olhassem para mim. Vá lá... Eu era uma criança! Quem não gosta que os adultos vejam como estamos CRESCIDOS e inteligentes?!?! No meu tempo livre rabiscava o fundo das paredes do meu quarto dos brinquedos, dançava no quarto e subia ao telhado para ver o pôr-do-sol. Desde sempre que adorara ver o final do dia.

Este dia ficou registado na minha memória. Não sabia porquê nem para quê. Apenas sabia que a minha mãe tinha dado demasiada importância a uma coisa tão tola, que já era de esperar sair da boca de uma criança pequena.

Apenas sabia que certamente não seria tão egoísta como a minha mãe.

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Bem... esta é a minha primeira fic e eu vou me esforçar muito para que seja interessante e do vosso agrado. Ajudem-me a divulgá-la!

Este capítulo foi curtinho mas vou tentar fazê-los maiores.

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