Qᴜᴀɴᴅᴏ (Nãᴏ) Cᴏɴᴛʀᴀᴛᴀʀ Uᴍ Nᴀᴍᴏʀᴀᴅᴏ ᴅᴇ Aʟᴜɢᴜᴇʟ, NᴇᴊɪSᴀᴋᴜ

Respire Fundo

Meio dia e quarenta e sete.

Sakura tentava não se sentir incomodada com os olhares que recebia na fila do caixa, convencendo-se de que era uma de suas paranóias: Neji permanecia tranquilo, abraçando-a por trás enquanto ela carregava a cesta cheia de livros para colorir e itens de papelaria. Eles haviam combinado de fazer um piquenique no parque central e passar o dia pintando as imagens cheias de detalhes, e a rosada tentava se livrar de toda aquela tensão.

Estava tudo bem, tudo estava calmo, até mesmo Neji. Ela desconfiava que o Hyuuga não era exatamente o poço de tranquilidade que transmitia naquele momento, mas o fato de que não houvera uma briga em seu apartamento a deixava calma: a última coisa que queria era confusão, especialmente porque sabia que aquela envolveria toda a família Uchiha.

E ter de ir contra sua família, seu coração a faria despedaçar. Se o Hyuuga ou sua melhor amiga descobrissem sobre o término dos dois, ela tinha certeza de que não "deixariam pra lá" e aquele havia sido o motivo dela ter esperado algumas horas naquele dia, quando estava mais calma e o apartamento limpo, para ligar para Hinata e contar o que havia acontecido.

Ela só queria esquecer. Queria se ver livre disso, queria que houvesse uma forma de preservar sua família, mas era simplesmente ilógico pensar que um dia poderia levar Neji para a casa dos Uchiha e ter algo como um verdadeiro almoço em família, e se dar conta disso a quebrava.

Os pensamentos sobre como ela estava irremediavelmente atrelada à Sasuke, mesmo que odiasse isso, a distraíram quando o telefone de Neji vibrou repetidamente em seu bolso e o garoto o pegou, curioso. A rosada também não sentiu o namorado enrijecer e assumir uma expressão séria.

Neji, por sua vez, atentou-se às mensagens do chat de @princesshyuuga.

Primo

Você está sozinho?

Não, respondeu, preocupado. Porque?

Preciso conversar com você, sobre a Sakura.

Mas temos que estar sozinhos.

O Naru vai distrair ela, e você vem pro apartamento. É sério.

É aquele maldito, não é?

Só espera ele entrar em contato com ela e vem.

Ok.

O garoto tentou, mas não conseguiu manter a expressão serena que ostentava meio minuto atrás, ele só esperava que a rosada continuasse perdida em seus pensamentos o suficiente para não olhar para cima e ver o músculo de sua bochecha esquerda tremendo. Não queria sequer imaginar: para Hinata chamá-lo sozinho, era algo realmente sério e o Hyuuga sentia que o assunto envolvia o Uchiha.

Estava pensando no quanto se arrependeu por não ter lhe quebrado a cara quando eles ouviram o celular da rosada tocar. A Haruno o puxou com certo desinteresse, mas estacou no lugar quando viu o nome de Naruto na tela.

— Ué, será que a Hina tá passando mal? Ele não é de me ligar. — E atendeu, sem esperar pela resposta do namorado. O que foi um alívio para Neji, que pegou a cesta de sua mão delicadamente, já que sua vez havia chegado. — Alô, Naruto?

— Oi Sakura, tudo bem? — O loiro parecia um pouco nervoso, o coração da rosada deu um salto. Meu Deus, o que tinha acontecido a Hinata?

— Tudo sim, e você? Aconteceu alguma coisa? — Bem que tentou, mas esperar as formalidades estava quase insuportável para ela. Não percebeu o namorado colocando os livros sobre o balcão, menos ainda falando para a atendente que pagaria no débito.