Por tanto tempo, eu estive doente de amor
Amando a prosperidade nunca obtida
Amando as lembranças da mais pura dor
Amando estar preso em um beco sem saídaEnjaulado dentro da minha própria cabeça
Aceitando que estou indo em direção ao abismo
E, mesmo que, veemente, a dor permaneça
É mais confortável me entregar a esse sadismoMinhas asas foram cortadas com violência
Meus sonhos, de mim, foram roubados
Desejar ter controle das minhas emoções seria prepotência
Sinto que os pedaços do meu coração, pelo mundo, estão espalhadosUm pedaço para cada pessoa que amei
Para cada pessoa que não deixou de me ouvir
Para aquelas pessoas que o meu amor entreguei
E que, hoje em dia, nem estão mais aquiMe apego a pessoas que não estiveram comigo desde o início
Pessoas que me fizeram criar memórias frias
O amor, no fim das contas, se tornou um suplício
Palavras que me perseguem todos os diasAceitar que o amor nunca foi pra mim
É mais cômodo do que lutar contra isso
Um dia, acreditei que poderia ir até o fim
Acabou que, da dor, me tornei submissoUm dia, sonhei que poderia voar
Esse sonho me foi brutalmente arrancado
Mesmo que, a olho nu, pareça tão fácil amar
O amor me fez deixar meus sonhos de ladoOs pedaços do meu coração, contra mim, foram usados
As pessoas em que mais confiei traíram minha confiança
Sinto que, a todo tempo, sou seguido por vilões mascarados
Daqueles bons e velhos tempos só me restam a lembrançaMe apeguei a corpos vazios que nunca se preocuparam comigo
Que nunca pensaram em como eu me sentiria
Às vezes me pergunto se realmente tive algum amigo
Ou se só conheci gente que, de mim, se aproveitariaPor quanto tempo eu continuarei doente de amor?
Enquanto eu não encontrar uma cura para esse sentimento
Por quanto tempo eu terei que ignorar esse ardor?
Até o meu coração vencer esse momentoEsse é o clube dos doentes de amor
Reservado para aqueles que tiveram seus corações partidos
Para aqueles que tentam ignorar essa dor
E que esperam alguém para curar seus corações feridos
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aonde foram as borboletas • volume 1
PoetryUma coletânea de poemas sobre ansiedade, medos e inseguranças. "Meu estômago se enche de borboletas. Então é aí que elas estão?" • • • • • • #3 em poesia (03/10/2021) #2 em poesia (04/10/2021) #12 em poesia (06/04/2022)