Eu estava tentando decorar os nomes dos territórios do continente à leste de Prythian quando ouvi o som de batidas na porta da grande biblioteca da Casa do Vento. Azriel se levantou para atender Cerridwen que trazia uma bandeja com uma variedade de frutas, biscoitos e dois copos com alguma bebida gelada. Involuntariamente me intriguei com o fato da meio espectro ter conseguido equilibrar a bandeja em um braço e bater na porta. Minha natureza desastrada não conseguia assimilar.
Azriel pegou a bandeja, agradeceu e fechou a porta com o calcanhar, caminhando em direção a mesa repleta de livros abertos, papéis e anotações. Me estiquei e lancei meus olhos em direção a bandeja.
- Você já pode voltar a sua atenção para o livro. - Azriel disse depositando a bandeja no espaço em frente ao livro que eu estava estudando.
- Mas tudo aí parece tão gostoso. - comentei me recostando de qualquer jeito na poltrona. - Azriel, vamos fazer uma pausa, por favor. Estamos aqui há horas.
Azriel tinha ficado encarregado de me ensinar sobre a história e o passado de Prythian. Como tudo surgiu, no que eles acreditam, como funciona o sistema mágico. Tudo parecia incrível no início, mas depois de três horas de leitura e do olhar intenso de Azriel sobre mim, eu estava desesperada por uma distração. O Encantador de Sombras suspirou, passando a mão nos cabelos. Seu olhar focou em meu rosto, se estreitando.
- Se você conseguir responder cinco perguntas corretas, podemos fazer uma pequena pausa. - ele comentou, cruzando os braços sobre o peito e as pernas na altura dos calcanhares.
Me aprumei e assenti. Mal sabia ele o quanto eu poderia ser competitiva.
- Uma fácil. - ele disse com um sorriso. - Quais os nomes das cortes de Prythian?
- Certo. Noturna, Diurna, Crepuscular, Invernal, Estival, Outonal e Primaveril. - respondi usando os dedos para enumerar.
Azriel assentiu em aprovação e ergueu um dedo.
- Quais os nomes de cada Grão-Senhor?
- Tamlin, Beron, Tarquin, Kallias, Thesan, Helion e Rhys. E embora você tenha perguntado sobre os Grão-Senhores, não posso deixar de citar Feyre, a primeira e única Grã-Senhora - enfatizei.
Azriel me lançou um sorriso travesso. Obviamente tinha sido uma pegadinha. O senso de humor de Azriel era tão obscuro quanto ele. Outro dedo foi erguido.
- Quem é a Mãe?
- É a deusa que criou toda a Prythian.
- Como dizem que Prythian foi criada?
- Acredita-se que a Mãe tenha forjado o Caldeirão e então ela o virou sobre a terra. Das águas do Caldeirão surgiu toda a magia e o povo feérico.
Com uma expressão satisfeita, Azriel ergueu mais dois dedos. Eu mordia o interior da bochecha de nervoso. As perguntas tinham sido razoavelmente fáceis.
- Quais são os principais domínios da Corte Noturna? - Azriel perguntou com um sorriso mínimo, ao perceber a minha ansiedade.
- A Corte dos Pesadelos que fica na Cidade Escavada. Corte dos Sonhos que fica em Velaris também conhecida como Cidade da Luz Estelar. E os acampamentos illyrianos que ficam nas Estepes.
Erguendo o último dedo, Azriel bateu palmas lenta e suavemente.
- Boa garota. Pode ter a sua pausa agora. - Ele anunciou. Suspirei aliviada. Azriel tinha pegado leve no fim das contas. - Feliz?
- Sim, mestre. - curvei a cabeça em uma reverência debochada, sem conseguir segurar o riso.
Ouvi uma inspiração profunda vinda de Azriel e ele estreitou os olhos. Por algum motivo, minha resposta o afetou.
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Sim, Azriel
FanfictionQuando uma aula de história da magia com o Encantador de Sombras se torna tensa demais, a combinação certa de palavras pode se tornar uma fagulha para um incêndio maior. Provocar Azriel pode ser uma distração divertida, mas haverão consequências. OB...