Capítulo 18 - Violenta calmaria

619 52 71
                                    

Christopher Evans

Observá-la dormir é como assistir às ondas do mar se quebrarem violentamente no caminho até a praia e se aproximarem tranquilamente no final de seu percurso

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Observá-la dormir é como assistir às ondas do mar se quebrarem violentamente no caminho até a praia e se aproximarem tranquilamente no final de seu percurso. É calmo, doce e ficaria horas ouvindo o som que esse fenômeno omite, da mesma maneira que passei tempo apenas ouvindo a respiração de Scarlett.

Eu não faço ideia do que ela fez comigo e não faço ideia de que feitiço utilizou para me amarrar tão fortemente a sua essência e a sua pessoa em tão pouco tempo. E de maneira alguma estou reclamando dessa conexão, mas, me pergunto se não é um sentimento perigoso, porque só de olhar para sua pele e desenhar todos os traços de seu rosto com meus dedos, eu sinto como se estivesse caindo...

E caindo...

E eu nunca caí antes, não dessa altura.

É exatamente como o oceano. É a violência e agitação junto a calmaria e mansidão. E em toda a minha vida eu nunca pensei ser possível ter esses dois extremos dentro de si. Eu nunca pensei que alguém pudesse trazer o oceano para dentro de mim...

[...]

Antes de me levantar para tomar um banho e fazer um café da manhã, deixo um beijo em seu rosto. Pensei em acordá-la e convidá-la para fazer essas coisas comigo, mas, seu sono parecia tão bom que resolvi deixar essa ideia de lado.

O problema foi que, durante a realização dessas atividades, eu só consegui pensar em duas coisas: em Colin Kelly Jost e nas mentiras que contei a Scarlett que, mesmo não sendo algo que não posso exatamente controlar, me fazem sentir culpado.

Culpado porque eu conquistei sua confiança e cada dia que passa nós estamos mais próximos; culpado porque eu gostaria de tê-la conhecido em outra situação, onde nos envolvermos não fosse algo tão complexo; culpado porque praticamente tudo o que ela sabe sobre mim, é mentira.

É por isso que sempre fiz questão de mostrá-la pequenos fragmentos da verdade, para que quando tudo vier à tona ela tenha onde se agarrar e saiba que nem tudo foi um personagem construído apenas para uma missão.

Tudo o que eu disse sobre minha família e amigos, foi verdade. Ou cada palavra que disse sobre meus sentimentos e a maneira que penso sobre as coisas. Eu nunca menti sobre minha essência, embora eu tenha certeza de que Scarlett vá duvidar de cada pequeno momento que tivemos.

E as circunstâncias podem ter me feito mentir ou omitir, mas, meus olhos nunca fizeram isso. Os olhos nunca mentem. E se ela pensar bem sobre isso, vai saber reconhecer as verdades e as mentiras de cada momento e cada palavra.

E sobre Colin, Evangeline e eu estamos muito próximos de tê-lo em nossas mãos, ele e toda sua turma. Nós já temos toda a organização do grupo, sabemos as drogas ilícitas que vendem e dominamos todos os horários em que costumam vender, assim como os dias em que fazem isso em cada filiação de Cheshire Night Club.

Wicked GameOnde histórias criam vida. Descubra agora