Capítulo 11

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POV VICTOR

Acordo com minha irmã abrindo a porta do meu quarto, sendo seguida pela minha mãe. O quê?

Esfrego os olhos e pisco algumas vezes.

- Fala pra ele! - Julia se vira pra minha mãe

- Filha, seu irmão tá dormindo, deixa ele.

- Ah, mas isso não é problema. Victor acorda!!! Ela quer deixar a gente sozinho com... "ela". VICTOR!

- Quê? Pera - falo espreguiçando

- Eca! Você tá pelado?

Olho pra baixo e depois volto o olhar pra ela.

- Não, tô de cueca.

- Tá, dane-se se estiver também. Você ta me ouvindo? A mamãe quer nos deixar sozinhos com a tia Wanda!

- Daqui a pouco a gente vai sair mesmo, relaxa garota. - digo puxando a coberta pra cabeça

- Não! É isso que você não tá entendendo. - ela puxa minha coberta me fazendo grunhir - Ela quer que a gente fique de babá pra tia sem noção enquanto ela sai pra trabalhar!

Me viro pra minha mãe, que concorda com a cabeça.

- Julia, então a gente fica hoje com essa sem noção, é só você ficar no seu quarto.

- Mas Victor-

- Aproveita que você tá em pé e desliga o meu alarme por favor. - digo me cobrindo de novo

- Argh - ela reclama enquanto pega meu celular - não sei como você estar tão bem com isso.

- Não tô bem, tô acostumado, ontem foi um choque, hoje já me acostumei, agora, volta pro quarto. Tá muito cedo, aproveita que a gente não vai pra aula e bota mais umas horinhas no seu sono de beleza.

Me aconchego, escuto a porta do quarto fechando e tento voltar a dormir, mas fico apenas me lembrando da conversa que tive ontem à noite com a minha irmã.

Ontem à noite

Chego em casa "tarde" e agradeço mentalmente ao perceber que tia Wanda tinha já ido dormir.

Resolvo ir até o quarto da minha irmã, porque senti que se alguém podia me explicar o que caralhos estava acontecendo na minha cabeça, esse alguem era ela.

Abro a porta e a encontro com a cara... cimentada? Olho torto pra ela, que só responde.

- É mascara de argila. Faz bem pra pele. - ela se vira pro espelho, ajeitando o cabelo enquanto eu me sento em sua cama - Você tá melhor?

- Tô, honestamente, tô bem melhor. - respondo sorrindo e encarando minhas mãos apoiadas sobre meus joelhos

Olho pra cima e vejo minha irmã me encarando.

- Ok, me fala, o que tá te perturbando? Além do óbvio.

- Ah - suspiro e deito de costar na sua cama - é... se eu te falar você não vai ficar apontando o dedo na minha cara falando que tava certa?

- Ok, agora eu fiquei 10 vezes mais curiosa - ela se levanta da cadeira e se senta na cama ao meu lado - mas prometo não falar nada.

- Tem um cara na faculdade, e tipo. Eu acho que eu talvez me sinta meio atraído por ele.

Me viro pra ela, que continua me olhando calmante, como se pedisse pra que eu continuasse.

- Tipo, eu não quero casar com ele, nem namorar, nem nada. Eu só fico esquisito. Não sei como explicar.

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