Capítulo Doze

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Por sorte  eu havia desativado as câmeras da mansão durante a invasão do laboratório. A essa altura já estaríamos todos mortos. Na verdade Han Seo e Myun Lyn estariam mortos. Eu estaria condenado a continuar sendo o Jungwoo para sempre.

Naquela noite no jantar meu pai se surpreendeu que havia uma garota na mesa. Tem que ver como Myun Lyn imitava bem a voz doce e delicada de uma mulher. O desgraçado era tão bom que as vezes eu esquecia que ele era na verdade um homem.

- Quem é essa linda moça? - ele perguntou

- Minnie,pode me chamar de Minnie senhor. - ele responde educado.

- Por que esta jovem está jantando com a gente ? Pensando bem vocês já saí homens crescidos. Isso não é importante o importante é que essa moça é muito bonita. Cuidem bem dela e não façam nada inapropriado. - ele adverte.

- Pai, pelos deuses não fale assim na frente dela. - Han Seo fala e então segura a mão de Myun Lyn gentilmente.

- Não se preocupe meu pai é sempre direto assim. - respondo.

Por um segundo qualquer pessoa acreditaria que éramos uma família normal jantando normalmente.

Mas os detalhes ali eram nojentos meu pai olhava para a "moça" como se fosse devorar ela. Aquilo era de embrulhar o estômago fora que nenhum de nós estávamos com fome uma vez que tínhamos medo de sermos descobertos.

Vi meu pai colocar uma mão na cocha de Minnie, o garoto olhou para Han Seo em busca de socorro. Mas Han Seo não estava em uma posição que pudesse perceber o que estava acontecendo.

Levantei da mesa e caminhei até Myun Lyn parando em sua frente, estendi minha mão e ele sorriu a segurando. Então olhou para todos da mesa e educadamente disse.

- Parece que o senhor Jang Han Seok precisa de mim. Receio que terei de o acompanhar. - e então eu segurei sua mão o levando para longe daquele escroto.

Meu pai parecia confuso afinal primeiro foi Han Seo quem agiu com ternura para com ela, e agora era eu quem estava a levando? Ele pode acabar interpretando isso muito errado e eu nem sei que tipos de ataque ele teria se achasse que somos um trisal ou algo assim.

Ficamos escondidos por perto por um pouco pois eu queria saber se Han Seo saberia explicar essa situação de um jeito que não parecesse que éramos pervertidos.

-  Han Seo, vocês estão lutando por aquela garota? A muitas garotas no mundo como irmãos não deveriam desenvolver uma rixa por besteira. - ele diz sendo cauteloso.

- Não se preocupe papai. Sabemos lidar com isso como adultos não vamos deixar de nos falar ou bater uns nos outros por causa disso. Estamos jogando limpo. - ele responde.

Mais uma vez a rapidez para dar uma resposta clara e objetiva do Han Seo me surpreendeu afinal era uma mentira e ele falou de modo convincente.

Me despertei quando Myun Lyn me puxou e começou a me levar com ele. Entramos no meu quarto e ele se sentou na cama e soltou bem forte o ar.

- Ainda me sinto meio nervoso perto de você. Sabe você quase me matou - ele diz agora com a sua voz masculina normal. - Mas seu pai me faz querer correr para cozinha e cortar minha garganta.

Me sentei ao seu lado e então disse em um tom suave.

- Me desculpa. O Jungwoo apenas segue ordens ele é controlado por aquele controle idiota e é tão burro que não percebe. Ele realmente se acha autêntico. - Respondo.

- Ele parecia tão feliz quando Han Seo o propôs desobedecer era como se ele finalmente pudesse tomar uma decisão por si só - Myun Lyn fala.

- Não me diga que você compadece daquele louco!

- Louco ou não ele é uma pessoa. Um assassino maluco que não entende sentimental? Um psicopata sem empatia ? Sim e sim. Mas ele também é alguém real com pensamentos únicos e próprios e vontades. E talvez sem aquele controle ele não seria tão agressivo.

- Seja como for não baixe a guarda perto dele. Saiba que ele não é nem um pouco confiável. Os pensamentos dele e sentimentos são sempre perversos.

- Eu me cuidarei. Afinal você se sentiria muito mal se eu morresse né afinal agora me conhece um pouquinho. - ele diz.

- Vá banhar e se livrar dessa maquiagem. Meu pai nunca entra no meu quarto. Fique confortável como você mesmo aqui dentro amanhã a gente monta a Minnie de novo. - digo sorrindo.

Ele se levanta e caminha até o banheiro vejo ele se fitar no espelho por um tempo olhando sua versão feminina. Posso ver que seus olhos começam a encher de lágrimas e então ele fecha a porta com força.

Eu sei que o dia foi extremamente sufocante pra ele. Imagino ele escorrendo na parede fria do banheiro enquanto a água cai e suas lágrimas escorrem juntos. O som da água caindo abafando seus soluços. Ele deve estar sobrecarregado. Me sinto mal de pensar que arrastamos outra pessoa pra isso.

Mas se não o tivéssemos feito a essa altura ele estaria morto. Ele terá que superar isso e então seguir em frente. Pois nem um de nós terá paz até o dia em que acabarmos com meu pai e seu laboratório de loucos.

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