Era domingo, e estava chovendo, o céu estava em prantos, e Juliette pensava o que o fazia chorar tanto.
Dias chuvosos eram bons, mas a deixavam um pouco deprimida.
Bom, até Adam aparecer.
Eram dez da manhã quando ele chegou, buzinando em sua porta, lembrando-a de que os vizinhos deviam a detestar.
— Oi, meu bem! — ela disse, entrando no carro, molhando um pouco a porta e o próprio Adam.
— Bom dia, gatinha.
O caminho até a casa de Adam foi tranquila, ele falava um pouco de como estava de saco cheio dos treinos inoportunos, e ela concordava, reclamando sobre a incansável rotina de estudos.
— Minha mãe está na cozinha, disse que sente sua falta por aqui. James está jogando na sala, disse que vai te dar uma surra no Super-Mario. — Adam avisou, rindo ao lembrar-se do irmão caçula.
— Seu irmão, Adam — ela respondeu, se pondo para fora do carro. — Sonha com o dia que irá me dar uma surra no Super-Mario.
Ambos riram, e Adam olhava enquanto Juliette caminhava até sua porta, só partindo depois dela entrar.
Do outro lado da porta, tudo exalava conforto. A casa de estrutura e decoração antiga exalava um carinho extremo, e ela seguiu o caminho já muito conhecido por ela.
Deixou o casaco nos apoios da porta, seguindo o corredor, esperando ver a não-tão-pequena forma de James jogada no sofá, a esperando.
Ao invés disso, a primeira coisa que viu foi uma figura alta e loira, que definitivamente não tinha 10 anos. Mas, antes de ter tempo de raciocinar, James, realmente o James, saia de trás do Loiro Alto e corria para seus braços, gritando "Mãe, a Ju chegou!"
Então ele parou o abraço, analisando-a por inteiro, parecendo tentar achar um erro.
— Você cortou o cabelo.
Não tinha vindo de James.
Warner, o meio-irmão de Adam e James.
Já tinha o visto algumas vezes, já se esbarraram na escola entre uma aula e outra, era quase impossível não saber quem era Aaron Warner. Parecia um grande babaca, e Adam nunca fez questão de concordar ou desmentir isso.
— Oi, Warner.
— Senhorita Ferrars. — respondeu, imitando o professor de química, que sempre chamava sua atenção. Ela nem lembrava que eles eram da mesma turma de química.
— Cortei o cabelo no sétimo ano.
— Não, você fez uma franja, mês passado. — disse, um sorriso estranho surgindo nos lábios.
Não era para ele saber disso. Ninguém além de Adam, James e Kenji. Ela estava andando com presilhas o mês inteiro para ninguém descobrir aquela façanha capilar desastrosa. Quando não se mexe no cabelo desde o sétimo ano, ninguém nota quando ele passa dois meses preso, ou solto. Só reparam se você aparece como a lavagirl ou a Miley Cyrus, e isso era demais para um surto rotineiro.
Juliette realmente não esperava que alguém tivesse notado a ligeira camada a menos da parte de frente do seu cabelo. Nem cortou tanto assim.
— Não sabia que você e Adam eram... próximos assim. — disse, era uma suposição, mas era mais provável do que qualquer um de seus amigos.
— Não somos. Sou uma pessoa bem observadora. — contou, observando a carinha que James fazia.
— OS SEUS BRINCOS! — James finalmente concluiu, vendo as "joias", que eram na verdade dois cogumelos com olhinhos, como os do jogo o qual os dois religiosamente competiam.
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Don't Call Her Jully.
FanfictionJuliette tem que encarar a vida acadêmica, a falta de tempo e o exaustivo namoro com Adam, por quem era apaixonada desde que tinha 12 anos. Com a chegada das Olimpíadas de Literatura, tudo se tornou ainda pior, focada em ganhar o concurso, que seu...