Capítulo 10

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— Muito bem. Confesso que estou muito confuso e cansado para fazer qualquer coisa no momento. Vou para o meu quarto. Qualquer novidade ou notícia, é só me chamarem. – Márcio está no seu limite.

— Eu vou para casa descansar. O dia hoje foi muito cheio e eu também estou muito cansada. Boa noite, meus queridos. Obrigada por estar cuidando dos meus meninos, Luciano.

— Obrigada por estar com a gente, tia Yolanda. Boa noite.

— Também estou indo embora. Já é muito tarde. Amanhã eu ligo e informo se conseguir falar com o meu amigo detetive.

— Doutor Luciano, eu... nem sei como agradecer.

— Sabe sim. Comece me tratando apenas como Luciano. No mínimo gostaria que me considerasse ao menos seu amigo. Quanto ao que sinto... sei ser paciente. Não vou atrapalhar o seu noivado. Mas também não vou esconder o que sinto e vou lutar. Até amanhã... linda Bia.

— Até amanhã... ah Luciano... se você soubesse. Míriam! Míriam!

— Oi, Bia?

— Prepare, por favor, um suco e um sanduiche e leve no quarto de Márcio. Eu estarei lá.

— Certo. E pra você? O que vai querer?

— Eu não quero nada não, Míriam. Não estou com fome.

— Vou levar um chá e torradas pra você.

Bia apenas assente para o gesto carinhoso de Míriam e segue para o quarto de Márcio.

— Márcio... posso entrar um pouco? — ela coloca a cabeça e aguarda o consentimento dele. — Primo, sempre fomos muito amigos. Precisa confiar em mim.

— Por que está dizendo isso?

— Percebi tanta raiva e tanta frieza nos seus olhos. Meu bem, peço que confie no doutor Luciano. Ele só quer nos ajudar.

— Você tem certeza disso, Bia?

— Tenho. Me sinto também envolvida por ele. Só não quero dizer para protegê-lo. Não sei o que essas pessoas podem fazer a quem estiver se relacionando com a gente.

— Bia, fala pra mim! Onde fica o Ton nisso tudo? Porque até onde eu sei, você ainda continua noiva. Ou perdi alguma coisa?

—Tantas coisas acontecendo... estamos afastados, Márcio. O Antônio está com um comportamento estranho já faz um tempo. Nossa relação não é mais a mesma.

— Isso quer dizer o quê? Que vocês terminaram?

— Praticamente. Eu pedi um tempo e ele aceitou bem rapidinho. Nem mesmo se interessou pelos problemas da Dé.

— Bom. Se é assim e você já até está apaixonada por outro cara, acho melhor dar um ponto final de uma vez!

— Pelo amor de Deus, Márcio! Uma coisa de cada vez! Agora minha cabeça só está pensando na Dé. Onde ela possa estar.

— Bia! Na boa. Tá claro pra mim que o Ton já dançou. Dá logo um pé na bunda dele e parte pra esse doutor pra quem você tá toda caidinha. O Ton é meu amigo e não vou querer que ele fale mal de você e eu tenha que quebrar a cara dele.

— Márcio! Não sou uma leviana. Nada vai acontecer entre mim e o doutor Luciano. E isso não está em discussão aqui.

— Certo. Você deve saber o que está fazendo. E quanto ao seu doutor, se você está confiando nele, ótimo! Precisamos achar a minha irmã. E se em pouco tempo não encontrarmos, eu mesmo vou até a polícia!

— Márcio, olha pra mim. Eu te amo como um irmãozinho, e não vou deixar que o transformem numa pessoa cruel e vingativo. Vamos encontrar a Dé e seremos muito felizes. Como sempre fomos.

— Você está delirando, Bia. É claro que nunca mais voltaremos a ter a nossa vida normal. Não, sabendo que o crápula que se diz meu pai está vivo.

— Claro que vamos, meu primo. Traremos a Dé de volta e ela também vai encontrar alguém que a ame de verdade. E a Denise? Vai contar o que está acontecendo pra ela?

— Licença... Bia, o lanche de vocês.

— Obrigada, Míriam. Coloque tudo aí na bancada.

— Confesso que não tenho pensado muito na Denise com essa confusão. – Denise era uma colega de faculdade do meu irmão com quem ele ficava algumas vezes. Uma menina bacana e os dois se davam muito bem.

— Tome o lanche. Não comeu nada desde o almoço. Acho que deve procurar a Denise e contar pelo menos parte do que está acontecendo. Ela vai ajudar você a passar por tudo isso, querido. Ela te faz muito bem.

— É verdade. Mas, agora eu me dou conta que não lembrar dela nesse momento só mostra o quanto é frágil a nossa relação.

— O importante é você se manter equilibrado e sem ressentimentos, para que possamos passar por tudo, inteiros.

— Vamos ver, prima. Vamos ver como tudo isso vai acabar. 

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