Simon Eriksson, conhecido na escola por seu comportamento explosivo e impaciente, é obrigado a fazer dupla em um trabalho com Wilhelm, o garoto que acabou de conhecer e que passa a odiar por conta de seu comportamento "certinho".
Tudo piora quando...
Sempre prestava muita atenção nas aulas mas dessa vez não estava entendendo nada e também não fazia muita questão disso, pensava em tudo e em nada ao mesmo tempo.
Olhei pro canto da sala onde Simon furava uma borracha com todo ódio do mundo - ele foi isolado daquele lado por dar um tapa no rosto de um menino que discordou dele no debate escolar de hoje, digamos que paciência não é o forte dele - espero que esteja mais calmo depois das aulas, não vou na sua casa se souber que há chance de ser esfaqueado.
Estava guardando meus materiais quando o sinal tocou. De repente alguém se aproximou de mim.
- Wiliam, né? Queria te falar sobre hoje - o cacheado diz sem nem me cumprimentar.
- Oi. Na verdade é Wilhelm - respondo.
- Muito difícil, vou chamar de Wille - não escutei mais nada do que disse depois, estava muito ocupado pensando no quanto meu apelido soava bem pronunciado por ele.
Analisava seu maxilar marcado e seus lindos cachinhos caindo sobre o rosto enquanto me perguntava se eles eram tão macios quanto pareciam. Combinavam bastante com sua pele mais escura.
Não estava apaixonado ou com vontade de beijá-lo, era normal apreciar alguém quando essa pessoa parecia ter sido esculpida por deuses, certo?
Meu olhar foi até sua boca. Parecia tão delicada, tão beijável...
- Wille? Você tá me ouvindo? - a voz doce me tirou do transe e balancei a cabeça negativamente.
- Desculpa, pode repetir?
Ele bufou e começou a falar novamente:
- Eu disse que preciso resolver algumas coisas agora. Sei que não foi isso que a gente combinou mas posso te mandar meu endereço e você me espera em casa? Uns 15 minutos e já vou pra lá.
- Ah, sim. Pode ser - concordei.
- Beleza, me dá seu celular pra eu colocar meu número - EITA.
Mesmo tremendo um pouco consegui colocar minha mão dentro do bolso da calça e tirá-lo dele, em seguida o estendendo pro rapaz.
- Sabe que esqueceu de desbloquear, né? - deu uma pequena risada.
- Opa, desculpa - peguei o objeto da sua mão, usei minha digital para desbloquear e o entreguei novamente, deveria estar parecendo um bobo já que não conseguia nem raciocinar direito. Droga, efeito estranho esse que ele tinha sobre mim.
- Aqui - o garoto disse me devolvendo o aparelho - coloca um nome digno pro meu contato.
- Por exemplo?
- Não sei, tava pensando em algo tipo "Rei delas" - delAs? Isso significava que ele era hétero ou estava falando só pelo meme? Ele ainda podia ser bi ou pan, né? Meu Deus, e se ele for homofóbico? Calma, Wilhelm. Nem vai fazer diferença mesmo, não é como se fosse querer ficar com ele algum dia.
- Vou salvar como "Insuportável da escola" - foi o que respondi, digitando e apertando em salvar.
- Hum, faz sentido - endireitou sua mochila nas costas - preciso ir, te vejo lá em casa.
Observei enquanto ele deixava a sala e depois olhei para a tela do meu celular. Mudei o nome do seu contato.
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