Capítulo 7 - A Partida

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Juliette pressionou mais forte a minha cintura e eu passei os meus braços em volta do pescoço da morena puxando-a pela nuca. Nossos lábios se encostaram delicadamente e a senti fazer um pouco de pressão neles para um selinho intenso. Soltei um leve gemido.

Era como se as nossas bocas já se conhecessem com um simples toque. Senti como se eu estivesse flutuando, nossas respirações se descompassavam, senti meu corpo queimar ainda mais em resposta à aquele contato. Meu coração estava acelerado, como se a qualquer momento iria sair do meu peito.

Eu já estava totalmente entregue à ela quando percebi o estacionamento ficando mais claro. As luzes se acenderam e ouvi passos se aproximando. A morena afastou imediatamente o contato e se virou para ver o que era. João finalmente apareceu na entrada do estacionamento.

- Er... senhorita Andrade? Me desculpe, ouvi um barulho e pensei que a senhorita ainda não havia chegado, fiquei preocupado com quem poderia ser.

Eu estava tão absorta no momento ainda que apenas olhava o porteiro tentando conter minha respiração ofegante e me equilibrar sobre as minhas pernas bambas. Agradeci mentalmente por estar encostada no meu carro. Será que ele viu alguma coisa? Não... acho que não.

- Tudo bem, João, eu e Sarah já estávamos de saída. Está fazendo muito bem seu trabalho, continue assim! - disse a morena com um sorriso perfeito para o porteiro e instintivamente desejei aquele sorriso para mim.

- Sim, senhorita Freire! Obrigado. Vou esperar as senhoritas saírem para fechar aqui então.

- Obrigada, João! - finalmente consegui responder em um fio de fôlego que me restava.

Ela... Ela tomou a atitude? Isso deveria acontecer? Somos apenas amigas, Sarah. Onde você vai parar com isso?

Observei João sair e a morena se virar novamente para mim. Juliette diminuiu novamente a distância entre nossos corpos e me olhou nos olhos com aquelas órbitas castanhas ardentes, que estavam um pouco mais escuras que o normal.

- Já estava toda entregue assim a mim, é? Parece que alguém perdeu a sua pose aqui.

A morena me lançou um sorriso sexy e me deu um beijinho rápido na bochecha, saindo em direção à porta de motorista do seu carro. Maldita!

Em um impulso puxei-a pelo braço fazendo nosso corpos colarem novamente, passei os braços envolta da cintura da morena e senti Juliette arquear um pouco as costas. Olhei de forma intensa nos olhos dela e depois desviei meu olhar para aqueles lábios macios. Percebi que novamente ela olhava para os meus e me aproximei dando um beijinho no canto da boca dela. Juliette suspirou demonstrando sua frustração.

- Minha pose continua intacta, senhorita Freire. Apenas me pegou de surpresa. - eu disse com ar de superioridade.

Juliette demorou um tempo para se recuperar daquela minha atitude e eu estava a encarando sem desviar o olhar.

- Aham, Sarah, eu percebi! - disse se afastando novamente. - Boa noite, toda poderosa Andrade! Até amanhã!

- Boa noite, senhorita convencida Freire! Durma bem!

- Dormirei, tenho certeza. - disse me lançando um olhar malicioso.

Juliette entrou em seu carro e eu entrei no meu. Saímos do estacionamento.

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Confesso que foi difícil pegar no sono ontem, não conseguia parar de pensar no que havia acontecido no estacionamento. Aquele simples contato entre nossos lábios me fez sentir uma conexão tão intensa, mas claro, eu e Juliette éramos amigas acima de tudo. Fico pensando no que aconteceria se o João não tivesse acendido aquelas luzes.

À Beira do Penhasco - SARIETTEOnde histórias criam vida. Descubra agora