- Penny POV -
Já era tarde e eu estava mais uma vez com insônia, eu sabia que não estava cedo, mas queria confirmar se conseguiria acordar para ir a escola que PASMÉM também era cedo. Peguei meu celular que estava no meu travesseiro e vi que já era 3h da manhã. - Ok, mais uma vez eu provavelmente vou perder a hora, Meu Deus, meus pais vão me matar desse jeito... Ah, mas já que estou aqui a essa altura do campeonato vou dar uma lida em alguma fic. - Revirei a biblioteca e não achei nada interessante, então fui procurar alguma coisa que fosse um pouco diferente, o que seria difícil já que eu lia sempre os mesmos livros porque amava as histórias com praticamente o mesmo drama...
- Uh, essa aqui parece ser interessante (Na sinopse do livro dizia que eles eram irmãos, mas obviamente um deles era adotado, porque senão fosse, eu não teria coragem de ler e nem acharia interessante, eu tava com sono, mas não ao ponto de confundir as coisas). - Ok, acho que vai ser essa mesmo. -
O tempo passava e eu não conseguia parar de ler, a força que eu fazia pra não dar uns gritos do tanto que me envolvi na leitura era quase que impossível de descrever.
- Nunca vi uma escrita assim tão perfeita - olhou para o horário no canto direito superior de seu celular. - Meu Deus, já são 6:15! Eu preciso me trocar pra ir pra escola, preciso correr, droga, droga!
- Filha, você está atrasada! - Minha mãe gritou do quarto dela. O engraçado é que ela só acordava pra me avisar quando EU acordava atrasada, mas tudo bem, isso é só um detalhe desnecessário aqui que talvez eu deveria era contar pra minha psicóloga.
- Sim, mãe, estou correndo já... - Minha vontade era de responder um: "Você jura?". Mas não falei nada porque já estava atrasada demais para brigar e eu mal conseguia pensar numa frase boa pra fazer ela simplesmente parar de se preocupar comigo naquele momento. Então tirei a roupa correndo e fui pro banho, porque provavelmente se eu não tomasse um banho eu dormiria em todas as aulas naquele dia e eu só pretendia dormir nas duas primeiras porque, bem, era geografia e a voz do meu professor me dava sono fora que a matéria também.
- Então turma, hoje vocês podem fazer dupla... Para realizar a pesquisa sobre (insira aqui um assunto de geografia que você não gostou). -
Todos estavam fazendo duplas menos a Penny que viajava pensando ainda nas suas férias e quem havia conhecido. Em seu fone tocava Fica combinado assim do Sorriso Maroto e então ela sorriu até que chegou na parte da letra
Eu tô num momento da minha vida, sei lá
Eu quero mais ficar sozinho e pensar
O melhor agora é te esquecer
Então, fica combinado assim
É coisa minha, é nada com você
Nosso amor foi tão legal pra mim
Não fica triste, tenta me entender
Então, fica combinado assim
Talvez um dia volte a acontecer
Mas hoje eu tô pensando mais em mim
Mas não se esqueça e isso pode crer
Eu só te quero bem, tão bem
(Eu só te quero bem)
Tão bemDe um sorriso a lágrima apareceu junto e enfim, uma pessoa apareceu e tirou seu fone do lado direito já que ela estava como sempre na cadeira que era encostada na parede junto da janela porque sempre ficava vendo a vista do lado de fora. Mas o que realmente ficava em sua cabeça não eram as nuvens que estava vendo naquele momento, mas sim o sorriso dele. Leonard. O garoto que não saía de sua cabeça nem se ela tentasse arrancar. Era como se fosse um chip em sua nuca e que só sairia se alguém retirasse e esse alguém não poderia ter suas próprias mãos, precisaria de ajuda de um cirurgião pra isso, de alguém muito capaz que estudou anos pra saber como retirar aquele garoto sem que doesse mais do que doía só por tê-lo ali.
De repente algo a tirou de seu transe. - Ei? Alô??? Você tá viva? Professor acho que ela tá tendo um derrame aqui. - Esse algo era uma garota que sentava na fileira do outro lado da sala encostada na outra parede e que sempre observava Lim quando conseguia porque gostaria de se aproximar.
- Ah, foi mal. Eu tô aqui.. Só tava... É, pensando? - Perguntou numa falha tentativa de responder a pessoa que estava a sua frente.
- Tá pensando em quem?
- Ué? e precisa ser exclusivamente sobre alguém? Eu poderia estar pensando em sei lá... patos?
- Ah para, eu nem te conheço e vi seu sorrisinho enquanto eu tava chegando ai do nada uma lágrima, isso aí é sinal que o coração foi tomado, com certeza.
- Coração foi tomado? - Riu tentando disfarçar e aproveitando pra virar o rosto e por minha touca já que ela viu isso tão distante eu estava exposta demais e não gostava disso. - Quantos anos você tem? 70?
- É, sei lá, eu falei o que deu na telha, não sei muito essas coisas de adolescente apaixonado. Enfim, antes que você me interrompa pra dizer que não está apaixonada, eu vou pegar uma cadeira pra sentar aqui com você e a gente faz essa pesquisa juntas até porque, enquanto você chorava aí...
- Mano? Fala baixo! - Falou olhando para os lados com medo e alguns alunos ali também a olhavam, mas era mais pelo tom de voz dela mesma do que pelo o que a outra tinha acabado de dizer.
- Nossa, alguém aqui não gosta de exposição mesmo. - Disse zombando e ao mesmo tempo achando fofo. - Meu nome é Amy. - Estendeu a mão.
- Meu Deus, pega logo a merda da cadeira e senta aqui. - Disse baixinho já irritada porque, na verdade, ela não queria contato com ninguém da escola, mas dessa vez pouco importava o que ela queria ou não porque ela já estava com as notas muito baixas principalmente em geografia e precisava de alguém para ajudá-la nessa pesquisa já que não havia prestado atenção em nada da primeira aula anterior e elas já estavam na segunda e tinham que fazer pelo menos a metade da pesquisa naquela aula.
- Tá bom né, arrogante. - foi pegando a cadeira e a mesa para se juntar ali
- Desculpa, é que eu não dormi direito e to com dor de cabeça, fora que essa aula é um inferno de chata. - Nessa mesma hora o professor a olhou e arqueou as sobrancelhas como se dissesse com a cara "É? bom saber".
- Sabe, eu concordo e entendo.. Mas acho que você acabou de ferrar mais ainda a gente - disse olhando para o professor de relance e se escondendo pra pegar seus materiais ajeitando tudo na mesa. - Então, se não se importa, vamos começar?
O tempo passou e o trabalho já tinha sido feito restando alguns minutos da última aula. Amy então se arriscou a perguntar em quem Penny pensava antes.
- Então... Em quem você tava pensando naquela hora?
- Vai insistir mesmo nessa porcaria?
- Nossa, grossa.
Penny riu, pois até queria contar o que estava acontecendo, mas queria se fazer de difícil, como sempre. - O nome dele é Leonard.
- Leonard? O maromba do terceiro ano? - Falou alto e alguns olharam para as duas.
- Não! Nem sei quem é esse, Leonard é um amigo que conheci nessas férias. Ele escreve fanfic, acredita?
- Nossa, fanfic? você gosta disso? - Amy falou fino como se tentasse fingir alguma coisa.
- Você gosta também né?
- Gosto - Admitiu e soltou um sorriso amarelo como se nunca tivesse dito pra alguém que lia fanfics.
- Qual casal você curte?
- Essa pergunta fora de contexto seria estranha. - Amy e Penny riram juntas.